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Apesar de não conter spoiller, caso você queira ler o livro sem nenhuma opinião de terceiros, não leia esta resenha. Mas se você quiser ter uma ideia sobre uma incrível história, que apesar de fictícia, teve um personagem inspirado em um drama real e por isso te faz ter uma sensação de estar lendo uma história real, então, você tem que ler esse livro!  Dispa- se de todos os preconceitos, esqueça o que já ouviu, tire as suas próprias conclusões, a leitura nos permite isso: ter o nosso próprio julgamento. E assim, iniciei a leitura deste livro, de um escritor jovem, que vem conquistando legiões de fãs por todo o mundo.
Assim que me propus a ler esse livro, já tinha ouvido todo tipo de críticas, dos fãs ardorosos que amam, dos que odiaram e daqueles que apenas acharam um livro razoável. A narrativa de John Green, é interessante, embora triste às vezes, mas tem um humor ácido e refinado. A narrativa do ponto de vista do personagem feminino, Hazel Grace, é interessante, pois o autor mergulha no universo de uma adolescente que tem uma “sobrevida” limitada e extremamente difícil, uma pessoa que tem uma sentença de morte indefinidamente protelada, mas que é inevitável, pois ela é uma paciente em tratamento de câncer terminal, controlado por uma nova droga experimental. Uma pessoa triste, revoltada e solitária. O câncer devorou tudo o que ela tinha de melhor, a saúde, o vigor, os amigos, a escola e estava adoecendo a sua família, que vivia em função de cuidar dela. Hazel vê o seu pequeno universo mudar, ao conhecer Augustus Waters no grupo de apoio, um adolescente também portador de Câncer ósseo e amputado de uma perna. Essa história tinha tudo para dar errado, porém Hazel e Gus transformam suas vidas, a partir do improvável amor que surge, pois ambos têm medo, de morrer, de se apaixonar, de deixar os seus entes queridos. A partir daí, os dois superam os seus limites físicos, passam a viver intensamente esse amor sem pensar no amanhã. Achei incrível a pesquisa na área médica, feita pelo autor, embora com alguns dados fictícios, mas tornou a história possível. A pesquisa histórica sobre Anne Frank e Amsterdã, nos dá a impressão de estar passeando pela cidade, tamanho são os detalhes de sua descrição. Me identifiquei com a história, pois a visão da Hazel e suas indagações, são as mesmas de toda pessoa doente e com uma sentença de morte. É uma linda história de um amor lindo, intenso e surpreendente. Um amor de dois jovens que superam todas as impossibilidades e descobrem o amor, o sexo, as decepções e aprendem a lutar e ter esperança. É uma história de superação não só de uma doença que por anos foi tabu, além do câncer o livro trata da perda, de relacionamentos interrompidos e de famílias destroçadas pelo câncer, vai até além, pois mostra o isolamento, a solidão e o preconceito sofrido pelas pessoas com a deficiência.O autor através do olhar de Hazel, com o seu cilindro de oxigênio e de Gus, com a prótese na perna amputada, nos ensina um pouco do cotidiano e da superação dos pacientes portadores de câncer, bem como as vitórias, derrotas e a superação. Ri, chorei e me diverti, a linguagem é fácil, leve e foi uma leitura deliciosa. Amei demais os personagens.
Esther Grace e Hazel Grace
Esther Grace, a jovem que inspirou John Green a criar a personagem Hazel Grace
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Elenco do filme ‘A Culpa é das Estrelas': os atores Natt Wolf( que interpreta Isaac), Ansel Elgort (Augustus Waters), Shailene Woodley ( Hazel Grace),  e o autor John Green (no centro).
    Não poderia deixar de citar adaptação para o cinema que terminou de ser filmada recentemente e tem estreia prevista para 2014. John Green trabalhou em todas as fases da produção do filme e inclusive acompanhou as filmagens e se tornou amigo dos atores, diretor e equipe.
O personagem central , Hazel Grace é inspirado na jovem Esther Grace, que John conheceu através de um canal do Youtube onde a jovem relatava a sua experiência com o câncer e as questões próprias de uma adolescente, suas expectativas, alegrias, tristezas e como lidou com a sombra da morte, que tanto assusta os portadores de câncer. Esther inspirou a criação da personagem, que inclusive leva um dos seus nomes, mas a história de ‘A Culpa é das Estrelas’, não é a história de Esther, até mesmo porque Esther Grace morreu aos 16 anos e no livro a protagonista sobrevive. Talvez esta tenha sido a forma que John conseguiu para que a história de Esther fosse vitoriosa, para que nunca fosse esquecida, já que seu destino não pôde ser alterado, na ficção o autor teve o poder de preservar a sua vida. Será Lançado recentemente o livro contando a história de Esther Grace Earl, com o título ‘This Star W’ont Go Out’ ( Esta estrela não se apagará), sem previsão de lançamento no Brasil, com prefácio escrito por Jonh Green e anotações feitas pelos pais de Esther. Esta matéria foi publicada no Leitores Depressivos, confiram, pois vale a pena conhecer a história da musa inspiradora de um dos livros mais encantadores de todos os tempos.
John Green veio para ficar, não tenham dúvidas. Vale a pena, recomendo, com certeza. Não leiam as frases fora do contexto, leiam o livro. Espero que o filme seja fiel e faça jus ao livro. Ansiosos?
Por ~M