Navegando pela Rede hoje achei esse assunto no Fórum "Mistério Juvenil", resolvi "republicar" pela beleza das fotos e pelos testemunhos de nossos amigos Lusos, afinal, não terei oportunidade de viajar à Inglaterra, pois se eu for a um teatro Inglês, infelizmente não entenderei... mas fico feliz em ve a beleza das fotos e a felicidade que as pessoas tem de estar perto de obras de seus ídolos ou mesmo, a sorte do "Inspetor Varatojo" de ver a Mestra do Romance Policial...
MOUSETRAP - A RATOEIRA
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O Foyeur do Teatro St. Martins, Londres
Mensagem retirada do "Fórum Mistério Juvenil"
Nesta minha ida a Londres aproveitei para ver a peça "Mousetrap" (A Ratoeira), um conto escrito por Agatha Christie em 1947.
Foi a representação número 23522, porque o curioso desta peça é o facto de estar em cena há 57 anos, figurando já no livro dos Recordes do Guiness.
Quando a Rainha Mary de Inglaterra estava preste a comemorar o seu 80º aniversário, foi questionada pela BBC se gostaria de celebrar o evento com uma peça de shakespeare ou com uma ópera.
A Rainha Mary disse que gostaria de ver uma peça escrita por Agatha Christie o que a autora prontamente escreveu o argumento para uma produção de rádio com 30 minutos e que foi para o ar no dia 30 de Maio de 1947 na BBC, nessa altura o título era Three Blind Mice (Três Ratos Cegos) baseando-se num caso real, a morte de um menino de doze anos por maus tratos de seus tutores, numa quinta da Inglaterra, em 1945. Christie escreveu um conto baseado no trabalho radiofónico, servindo mais tarde para a criação da peça teatral.
O nome original foi trocado para The Mousetrap, por insistência de uma autora inglesa que havia escrito uma peça de menor sucesso com o mesmo nome antes da Segunda Guerra Mundial.
A Ratoeira estreou no Theatre Royal, em Nottingham, em 6 de outubro de 1952, dirigida por Peter Cotes, e dali fez uma turnê por Liverpool, Manchester, Birmingham e Newcastle, até começar a ser encenada em Londres no dia 25 de Novembro do mesmo ano, no New Ambassadors Theatre, onde ficou em cartaz por quase 22 anos, até 23 de Março de 1974. Na apresentação seguinte foi transferida para o St. Martin's Theatre, onde está até hoje.
Agatha Christie pediu que o conto não fosse publicado enquanto a peça estivesse a ser representada no West End de Londres. Sendo assim um inédito na sua literatura na Grã-Bretanha, apesar de ter sido publicada nos Estados Unidos em 1950, num livro junto com outros pequenos contos.
Fora do West End, apenas uma versão da peça pode ser apresentada, uma vez por ano, esteve em Portugal em 2008 com encenação de Luís Costa pelo Grupo de Teatro das Três Peças de Woddy Allen e nenhum filme pode ser feito até seis meses depois do fim das representações.
Em relação ao Teatro, é uma verdadeira máquina do tempo, ao entrarmos no foyeur requamos de imediato umas cinco décadas atrás, com uma elegante decoração cem por cento a condizer com a cronologia da história que vamos assistir.
Os dois enormes candeeiros iluminam o foyeur onde podemos encontrar a bilheteira, uma discreta lojinha e os acessos às várias zonas da sala. Eu como fiquei nos lugares mais baratos tive que sair e entrar por uma porta ao lado, a chamada porta do cavalo.
Uma fotografia com a imagem mais emblemática da peça, todo o grupo na sala da mansão, qual deles é o criminoso? Perguntamos nós ao fitar a
grande fotografia ao lado do número de representações realizadas.
Ao entrar na sala propriamente dita, esta transporta-nos ainda para uma época mais Vitoriana, uma veradeira sala de teatro e como muitas em Londres, padece de falta de espaço o que levou a que fosse construída sobre o alto, ou seja, é uma sala muito declive o que para quem se encontra no balcão tem uma visão muito picada da cena o que é um pouco desconfortante, mas essa sensação passa ao nos integramos na história. Em relação à decoração faz-nos recordar as imagens das séries e filmes dos finais do século XIX, relativamente bem conservada, a boca de cena com um enorme brasão por cima da cortina em veludo vermelho.
As desconfortáveis cadeiras de madeira, deixam, para quem é um pouco alto, algum mau estar nas 2 horas de espectáculo, pois o espaço entre elas é muito curto. Deixo-vos uma fotografia que consegui do interior da sala, antes de informarem o público que não é permitido fotografar ou filmar.
A história passa-se em meados da década de 50 numa mansão convertida num pequeno hotel onde um jovem casal Mollie e Giles Ralston, inicia um negócio no ramo da hotelaria. Certa noite durante uma tempestade de neve ficam presos com mais quatro hóspedes, que os impede de sair e de alguém chegar até eles, mas já perto da casa um passante ocasional, consegue chegar até lá.
O detective Trotter também consegue chegar de esquis ao hotel, avisando que um assassino anda à solta e poderá estar por aquela zona, depois de ter matado uma certa Srta. Maureen Lyon, em Londres.
Quando uma das hóspedes, a Srta. Boyle, aparece morta, o medo apoderasse dos presentes, pois o assassino está entre eles. A suspeita recai sobre Christopher Wren, um jovem divertido e brincalhão que tem uma aparência semelhante à descrição feita do criminoso pelo detective. Porém, logo fica claro que o assassino pode ser qualquer um deles, inclusive os donos do hotel.
Mas no final o assassino é....
Pois, no final da peça um dos actores vem à boca de cena falar com os espectadores pedindo para que os ajudemos a manter a tradição pedindo aos presentes que após saírem do teatro não revelem quem é o assassino. E eu assim o faço.
Bilhete do espectáculo
Cenário da peça original de 1952 no Ambassadors Theatre. Actualmente o cenário é exactamente igual.
Cena da peça com os actores de 1952.
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Gostaria de partilhar com os nossos amigos, uma pequena curiosidade na passagem de Agatha Christie pelo nosso país.
Há uns anos tive o previlégio de falar várias vezes com o então chamado "Inspector Varatojo" (Artur Varatojo), célebre escritor, apresentador de TV e criminologista com o objectivo de arranjar material para o meu site Clássicos da Rádio e foi numa destas conversas que me contou a sua aventura para poder conhecer pessoalmente a escritora . Varatojo era um fã incondicional de Agatha Christie e sabendo da sua vinda a Portugal tentou um encontro com escritora mas sem êxito pois ela não iria dar entrevistas. Sabendo que a sua fruta preferida era maçãs, preparou um cesto cheio de boas e bonitas maçãs e no hotel (?) conseguiu, mais a mulher, entregar pessoalmente a fruta e um autógrafo num dos livros. Tendo sido uma das poucas pessoas que conseguiu contactar a autora aquando da sua vinda a Portugal.
Artur Varatojo e aesposa a oferecer o cesto com as maçãs.
O autógrafo