18/04/2024

Review: Os Elefantes Não Esquecem - Agatha Christie

Os Elefantes Não Esquecem Os Elefantes Não Esquecem by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars

Olá leitores!

Então, esse foi um daqueles livros que o título me marcou e eu não tenho certeza se já tinha lido lá na infância, e por ter assistido os seriado "Poirot" lembrei bem do motivo e de quem, é um livro interessante para nós fãs e com essa resenha que escolhi descobri alguns detalhes desconhecido: foi um dos últimos livros de AC e teve uma conversa que ela estava com começo de Alzheimer, li tanto sobre esta e é a primeira vez que vejo esse fato... espero que ela não tenha passado por esse momento tão difícil.. só quem tem algum conhecido ou da família com essa doença, sabe o quanto é triste.

Segue a resenha, um pouco crítica, mas realista:
https://valeugutenberg.com/
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Resenha de Lucas

Uma tragédia ocorrida há 12 anos

Os elefantes não esquecem foi uma das últimas obras escritas por Agatha Christie e chegou às livrarias em novembro de 1972.

A trama começa quando a escritora de romances policiais Ariadne Oliver (que aparece em outras histórias de Christie) é abordada por uma desconhecida durante um almoço. A mulher, que se chama Sra. Burton-Cox, questiona a autora sobre uma tragédia ocorrida 12 anos antes.

Na ocasião, o Sr. e a Sra. Ravenscroft foram encontrados mortos e a conclusão da polícia foi que o casal tinha feito um pacto suicida. A Sra. Burton-Cox gostaria de saber se foi o marido que matou a esposa primeiro e se matou em seguida, ou se tinha acontecido o contrário. Ela faz a pergunta para a escritora pois Ariadne Oliver é a madrinha de Celia Ravenscroft, filha do casal morto. Celia está noiva de Desmond, filho da Sra. Burton Cox.

Apesar de achar a pergunta descabida e invasiva, Ariadne Oliver decide investigar essa questão e pede ajuda a um amigo seu, um tal de Hercule Poirot. Pra quem não sabe, o brilhante detetive belga Poirot é o personagem mais famoso de Agatha Christie.

Juntos, Poirot e a Sra. Oliver se propõe a esclarecer não um, mas vários problemas: por que Sra. Burton-Cox queria saber sobre aquelas mortes? Por que o casal Ravenscroft teria feito um pacto suicida? E será que eles realmente tinham planejado morrer juntos?


Meu exemplar é da 17a edição da Nova Fronteira. A edição atual tem capa dura e é bem mais colorida, sendo mais atrativa para o leitor jovem.
A memória e a passagem do tempo

Mais do que a investigação desses mistérios, acredito que Agatha Christie quis abordar em Os elefantes não esquecem questões relacionadas à memória e à passagem do tempo. Para encontrar suas respostas, a Sra. Oliver e Poirot precisam entrevistar pessoas que conviveram ou trabalharam com a família Ravenscroft na época das mortes. O problema é que muitas delas estão velhas e com problemas de memória. Ou elas não se lembram com exatidão do que aconteceu, ou confundem os fatos reais com histórias que ouviram.

– Então soube algo de palpável?
– Não. Ouvi o relato de várias pessoas, mas não sei se falaram a verdade.
– Contaram boatos?
– Não, relataram suas memórias. O problema é que nem sempre a gente se lembra das coisas como elas realmente aconteceram.

Poirot e Ariadne Oliver também estão velhos e o conflito entre gerações é evidente. A Sra. Oliver comenta como as jovens “de hoje” não se preocupam com o casamento, se afastam dos pais e se apaixonam por cantores de rock. Não há julgamentos, entretanto: Celia e Desmond, os personagens mais novos da trama, são apresentados como responsáveis e decididos.

Uma leitura rápida… mas pouco memorável

Apesar das questões do tempo e da memória serem interessantes, preciso ser sincero e dizer que Os elefantes não esquecem não é, com o perdão do trocadilho, um livro memorável. A partir de dado momento, a explicação para a morte do casal Ravenscroft se torna óbvia, e a descrição dos acontecimentos é um tanto melodramática – é sério, ela não faria feio num novelão mexicano.

Ainda assim, Hercule Poirot segue brilhante como sempre e Ariadne Oliver é uma personagem especial (a cena em que ela se irrita com a moleza da nova empregada é muito engraçada). Alguns dizem que a personagem-escritora seria uma representação da própria Agatha Christie. E falando nisso, existem estudiosos que defendem que a “Rainha do crime” sofreu do mal de Alzheimer no fim da vida; se for verdade, pode ser uma explicação para o seu interesse pelo tema da memória.

Enfim, Elefantes não esquecem é uma leitura rápida, que não é ruim mas também não é especialmente marcante, principalmente quando posta lado-a-lado com obras-primas de Agatha Christie, como Assassinato no Expresso do Oriente, O assassinato de Roger Ackroyd e E não sobrou nenhum.

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16/04/2024

Review: Nêmesis - Agatha Christie

Nemesis Nemesis by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars

Olá queridos leitores e fãs de Agatha Christie!
Um dos melhores livros da AC... eu sei, quase todos o são, mas esse DEFINITIVAMENTE mostra a genialidade e calma com que AC criava seus personagens, suas pistas e como o enredo evoluía, nos levando em círculos para um determinado desfecho, que, no meu caso, entendi a dica e acertei o culpado e até o motivo... pela primeira vez em 44 anos de leitura.

Um desavisado diria: mas claro, depois de ler por tantas vezes e tantos livros fica fácil... não fica... até li os Cadernos Secretos que tem, vamos dizer, o "esquema" dos personagens, os enredos, nem assim foi compreensível identificar os criminosos nos outros romances.

Mas esse, teve aquele toque de tormenta emocional, preguiça da justiça, culpados óbvios, dinheiro e intrigas...

Motivar Miss Marple a sair de sua pacata cidade em busca de solucionar um mistério que não existia, de um crime que não se sabia foi o melhor início de um romance que presenciei...

Escolhi a resenha dessa vez de outra fã, que não leu AC em ordem cronológica e não conhecia um Crime no Caribe, apesar de eu ter feito a leitura, quero rever para entender melhor o relacionamento de Marple com Rafiel, assim é AC, nos faz querer relê-la para matar a saudade, curiosidade e viajar em sua mente...
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Resenha de https://umrascunhoamais.blogspot.com/

Eu já sou fã assumida da Agatha Christie e estou gostando cada vez mais dos livros dela. A Miss Marple no livro Nêmesis está simplesmente incrível. Eu adorei o livro, me surpreendeu do início ao fim.
Miss Marple já é uma senhora de idade avançada e com a saúde um pouco frágil, apaixonada por jardins e um tanto, digamos, curiosa. Como de costume todas os dias ela folheia o jornal para ler as notas de nascimento, casamento e falecimento. É pelo jornal que ela fica sabendo da morte de Jason Rafiel, o nome a intriga e ela tem a impressão de que o conhece. Aos poucos vem à sua memória o momento exato que o conheceu, a um pouco mais de um ano antes em uma viagem para as Antilhas onde junto com a sua colaboração impediram um crime (essa história é contada no livro Mistério no Caribe).
Uma semana se passou desde que Miss Marple leu a notícia do falecimento do Sr Rafiel, quando ela recebe uma carta do escritório de advocacia que prestava serviço para ele pedindo que comparecesse para a uma reunião, ela fica intrigada e movida pela curiosidade aceita. Quando se apresenta no escritório Miss Marple descobre que o Sr. Rafiel deixou uma herança pra ela, porém só receberá após solucionar um mistério e fica a critério dela aceitar ou não o desafio.
A nossa detetive não sabe muita coisa sobre o Sr. Rafiel, somente que era um homem muito rico e estava acometido por uma doença que o deixou inválido. Eles não tiveram uma relação de amizade, somente trabalharam em parceria para evitar um crime nas Antilhas. Miss Marple não compreendeu o porquê dele tê-la escolhida. A carta que ele deixou com instruções também não era esclarecedora, somente citava quando se conheceram e que acreditava que Miss Marple tinha uma espécie de faro para o crime e assim garantir que a justiça acontecesse.
“Nosso nome de código, minha cara senhora, é Nêmesis.”
Quando conheceu o Sr. Rafiel a nossa detetive se apresentou como Nêmesis e isso também é citado na carta. Nêmesis é uma deusa da mitologia grega que representa a vigança divina. Ela é muitas vezes ilustrada com asas, carregando uma espada e uma ampulheta. A espada representa a justiça e a ampulheta indica que justiça ocorrerá, pode demorar mas não irá falhar. Por fim, ele encerra a carta com uma citação bíblica:
“Que a Justiça corra como as águas e o bem como um caudaloso rio.”
Tudo o que Miss Marple sabe é que a justiça precisa ser feita e movida pela curiosidade ela aceita o caso, mesmo sem saber qual é o mistério e nem ao menos por onde começar. Até mesmo os advogados não questionam se não seria uma brincadeira de mal gosto do falecido. Após algumas semanas ela recebe uma segunda carta do Sr. Rafiel avisando-a que uma agência de turismo irá entrar em contato, ele havia deixado pago uma excursão pelas Casas e Jardins Célebres da Grã-Bretanha. Miss Marple embarca então nessa viagem onde aos poucos se aproximará do mistério que precisa solucionar.
Eu achei esse livro muito bom, Miss Marple não precisa só solucionar um crime, ela precisa descobrir qual crime solucionar. E essa mistura de suspense sobre o suspense é que guia a história e deixa-a bem interessante. Até achei Miss Marple divertida nesse livro, me peguei rindo em algumas partes e questionando em outras como uma senhora frágil e com reumatismos é capaz de tantas coisas. Li algumas resenhas antes de iniciar a leitura que falavam que o livro era previsível, em algumas partes sim, mas achei o final sensacional e isso não abalou meu julgamento. O início do livro é um pouco lento, mas no momento que pega embalo é impossível parar de lê-lo. Eu recomendo a leitura para quem gosta de suspense e da rainha do crime.
Essa leitura não é bem uma continuação de “Mistério no Caribe” é perfeitamente possível compreender o livro sem realizar a leitura prévia. Eu ainda não li e foi possível compreender bem o livro, posteriormente pretendo fazê-lo para conhecer melhor a história de como o Sr. Rafiel e a nossa querida Miss Marple se conheceram.

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09/04/2024

Review: A Noite das Bruxas

A Noite das Bruxas A Noite das Bruxas by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars

Olá queridos fãs de Agatha Christie!!

Mais uma resenha garimpada da rede. Muitos blogueiros apreciam AC, muitos são leitores iniciais, e assim consigo resenhas bem feitas e objetivas!

Essa resenha é bem interessante, achei uma leitora que conseguiu achar o assassino - raríssimo, mas acontece!!

Boas leituras...
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Resenha de Criss...
https://perdidanaluacheia.blogspot.com/
Perdidas e Perdidos. Aproveitando que o cheiro de abóboras e poções fervilhando no caldeirão ainda está no ar, não podia deixar passar a leitura de A Noite Das Bruxas, uma história cheia de mistério da Dama do Crime, Agatha Christie.
...

Uma festa de Halloween está acontecendo na casa da Sra. Rowena Drake, uma espécie de mandachuva de Woodleigh Common, um vilarejo perto de Londres, Inglaterra. A “festa dos mais de onze”, como a anfitriã a chama, é destinada aos jovens de dez aos dezessete anos de idade que se esbaldam comendo, bebendo e participando de várias brincadeiras especialmente elaboradas para os festejos do Dia das Bruxas.

Entre os convidados está nada mais nada menos que a renomada Sra. Ariadne Oliver, escritora de romances policiais. E embora a festa tenha transcorrido muitíssimo bem, nem tudo são doces nesta noite das bruxas.

No fim da festa, durante uma rápida limpeza do local, descobrem o corpo da adolescente Joyce Reynolds, de apenas treze anos, afogada no balde de água usado na brincadeira de pesca das maçãs.

− Pecados antigos possuem sombras compridas – citou Poirot.

Aturdida e totalmente transtornada com o crime cometido durante a celebração e quando todos ainda estavam na casa, Ariadne procura o detetive Hercule Poirot, a quem considera um amigo leal, íntegro e competente. Ela espera que ele consiga resolver o caso e lhe diz que Joyce mais cedo naquele dia, durante os preparativos para a festa, declarou ter presenciado um assassinato alguns anos atrás. E, todos, de amigos e família a professores, afirmaram que ela tem fama de mentirosa e que provavelmente só estava querendo impressioná-la.

Quem matou Joyce Reynolds? Por que? Até que ponto Joyce mentiu?

Essas são algumas perguntas que o detetive Poirot tem que responder. Então, partindo da ideia inicial de que Joyce viu um homicídio e que talvez esse tenha sido o motivo de sua morte, Poirot começa as investigações para desvendar seu assassinato. Para isso, Poirot procura por pistas em crimes que não tenham sido solucionados ou que sequer tenham sido considerados crimes pela polícia local.

É claro que no decorrer da trama outros assassinatos acontecem, vários suspeitos são ponderados e outras linhas de raciocínio são desenvolvidas até culminar na solução do mistério e na punição do responsável pelos crimes.

Poirot retirou seu bloquinho do bolso e fez uma anotação.
− O que o senhor está escrevendo aí?
− Algumas coisas que aconteceram no passado.
− O senhor parece muito perturbado com o passado.
− O passado é o pai do presente – disse Poirot, sentenciosamente.
...................................
Vou ser sincera com vocês: este é o segundo livro de Agatha Christie que eu leio. O primeiro foi uma história com a fofoqueira de plantão, Miss Marple, chamada Um Punhado De Centeio, de 1953. Tenho que dizer que escolhi este livro pelo nome sugestivo A Noite Das Bruxas, cuja primeira publicação foi em 1969, e porque era com o superdetetive belga Hercule Poirot. Tão famoso, excepcional e egocêntrico quanto Sherlock Holmes.

[...] Havia apenas uma coisa em sua própria aparência que realmente lhe agradava, e era o bigode cheio e o modo como reagia ao pente, ao tratamento e às aparas. Era um bigode magnífico. Não conhecia ninguém com um bigode semelhante. Poirot jamais havia sido belo.

Vou ser chata e confessar que neste livro descobri a identidade do assassino bem rápido, assim como no anterior (Um Punhado De Centeio). Não é que eu seja uma analista da condição humana, apenas segui uma certa lógica. Ou a minha lógica, sei lá. Mas, é claro que todas as mínimas implicações que levaram aos crimes eu não descobri. Aí já seria demais... Hahahahahahahaha! Deixo isso para Poirot e seu excelente senso de dedução.

Achei o livro bem interessante. Agatha nos guia através dos detalhes da Floresta da Pedreira, uma espécie de jardins gregos rebaixados de uma ricaça do local, e de cenários bucólicos bem ao estilo inglês e das descobertas realizadas por Poirot. É curioso ver a mente dedutiva do detetive belga trabalhando e tentando decifrar as pistas que levam ao criminoso. Investigando e recolhendo dados de crimes anteriores à morte da menina para saber se há alguma conexão.

Realmente, pensou Poirot, não dava mesmo para fugir das maçãs. Nada poderia ser mais agradável do que uma suculenta maçã inglesa. Mas ali, as maçãs misturavam-se com cabos de vassoura, bruxas, antigos folclores e uma criança assassinada.

Ariadne Oliver, talvez um reflexo da própria Agatha, é o momento de descontração, dando mais leveza à trama. Ela, que adora maçãs e tem um cabelo que se recusa a ser moldado, aparece em outros livros sempre tentando de algum modo ajudar o detetive Poirot.

Um fato que me chamou atenção foi que as pessoas acreditavam que um assassinato desse tipo naquela época, em 1969, e numa comunidade como a fictícia Woodleigh Common só poderia ser realizado por um doente mental ou uma pessoa com algum tipo de distúrbio. Matar uma menina tão jovem só poderia ser obra de um louco.

Não dá para falar muito, senão a surpresa e o mistério acabam. E, em romance policial spoiler nem pensar, né? O que dá para dizer é que a história nos prende desde o início e as conexões entre as pessoas e os eventos vão surgindo, amarrando qualquer ponta solta. Afinal, quando se trata de investigações e misteriosos assassinatos, ninguém melhor do que a Rainha do Crime, Dame Agatha Christie, para apimentar a história, unir todos os elementos, instigar os leitores e nos surpreender no final. A Noite das Bruxas agradará em cheio os fãs mais ardorosos da escritora, assim como aqueles que dão os primeiros passos na literatura policial. Uma boa diversão!

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