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22/04/2024

Review: Portal do Destino - Agatha Christie

Portal do Destino Portal do Destino by Agatha Christie
My rating: 3 of 5 stars

Olá!
Com muita dor no coração tenho que admitir que esse livro não deveria ter sido publicado, houve quem escreveu que a filha de AC não queria que acontecesse!

A estória não fluiu e o final foi decepcionante, muitos comentam que a senilidade de AC começou a influenciar os resultados dos livros.. o que eu sinto, pois sou parecida com AC nesse aspecto: as teorias de conspiração não tinha desfecho e ficava só na imaginação.

Como não foi só eu que percebi esse texto meio complicado, não é tão simples encontrar resenhas, aliás, parece ser o livro menos lido e menos comentado, ou, pior, o livro lido mas menos apreciado, com toda minha compreensão.

Acredito que AC deveria ficar triste em ver seus momentos criativos chegando ao fim e ao despedir-se de seus personagens não sabia bem que rumo dar.. enfim.. por ser o último romance de T&T dá um aperto de saudades....

Resumo:
https://resumos.netsaber.com.br/

Tommy e Tuppence Beresford compraram uma casa antiga, no litoral, para a qual se mudam após algumas remodelações necessárias. Para grande satisfação de Tuppence, que sempre fora uma apaixonada pela leitura, na casa há um sótão que se encontra cheio de velhos livros que ela decide organizar. Os livros fazem-lhe relembrar o passado e, enquanto os organiza vai relendo algumas partes daqueles de que mais gosta. É assim que, num deles, encontra uma mensagem, composta por palavras sublinhadas, que lhe desperta a atenção: Marie Jordan não é morta de morte natural. Foi um de nós. Contando com a memória dos habitantes mais idosos da pequena cidade e com a ajuda do marido, Tuppence decide investigar. A tarefa não se revela nada fácil, porque se trata de acontecimentos que ocorreram há mais de 50 anos, mas o casal acaba por descobrir quem era Marie Jordan, porque foi assassinada, e ficam a saber que tudo tinha a ver com espionagem.

Resenha de Carlos Nunes 09/07/2020
https://www.skoob.com.br/livro/resenh...

Infelizmente, deixou a desejar
Depois de ler os quatro livros anteriores com a dupla Tommy & Tuppence, e principalmente porque o anterior, UM PRESSENTIMENTO FUNESTO trouxe Agatha Christie em sua melhor forma, a expectativa para esse último volume estava bem alta. Mas esse, que foi o último livro escrito pela autora (embora não o último publicado), causa uma grande estranheza. O início é bem similar aos anteriores protagonizados pela dupla: ao se mudarem para uma casa de campo, Tuppence descobre um bilhete bastante sugestivo dentro de um livro infantil e, dando asas à sua imaginação fértil, começa a investigar o fato, que teria ocorrido na época da I Guerra. Por isso, ela própria já uma senhora na faixa dos 70 anos, precisa entrevistar velhinhos em asilos, enquanto Tommy mexe as engrenagens com seus velhos conhecidos do Serviço Secreto. Mas a trama é confusa, repetitiva, muitas vezes não se sabe para onde estamos sendo conduzidos. Reflexo de uma senilidade dos personagens ou da própria Agatha? Parece que essa falta de qualidade ficou tão evidente que a própria filha da autora sugeriu que o livro não fosse publicado, mas Agatha bateu o pé e exigiu a publicação. O fato é que nesse livro Agatha colocou muito de suas reminiscências da infância, como locais, livros e brinquedos de sua própria vida. Agatha, que sempre primou por um desfecho redondo, no qual amarrava perfeitamente todas as pontas soltas da trama, aqui deixou um emaranhado frouxo e preguiçoso. Um final melancólico para os personagens mais divertidos da autora.

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18/04/2024

Review: Os Elefantes Não Esquecem - Agatha Christie

Os Elefantes Não Esquecem Os Elefantes Não Esquecem by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars

Olá leitores!

Então, esse foi um daqueles livros que o título me marcou e eu não tenho certeza se já tinha lido lá na infância, e por ter assistido os seriado "Poirot" lembrei bem do motivo e de quem, é um livro interessante para nós fãs e com essa resenha que escolhi descobri alguns detalhes desconhecido: foi um dos últimos livros de AC e teve uma conversa que ela estava com começo de Alzheimer, li tanto sobre esta e é a primeira vez que vejo esse fato... espero que ela não tenha passado por esse momento tão difícil.. só quem tem algum conhecido ou da família com essa doença, sabe o quanto é triste.

Segue a resenha, um pouco crítica, mas realista:
https://valeugutenberg.com/
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Resenha de Lucas

Uma tragédia ocorrida há 12 anos

Os elefantes não esquecem foi uma das últimas obras escritas por Agatha Christie e chegou às livrarias em novembro de 1972.

A trama começa quando a escritora de romances policiais Ariadne Oliver (que aparece em outras histórias de Christie) é abordada por uma desconhecida durante um almoço. A mulher, que se chama Sra. Burton-Cox, questiona a autora sobre uma tragédia ocorrida 12 anos antes.

Na ocasião, o Sr. e a Sra. Ravenscroft foram encontrados mortos e a conclusão da polícia foi que o casal tinha feito um pacto suicida. A Sra. Burton-Cox gostaria de saber se foi o marido que matou a esposa primeiro e se matou em seguida, ou se tinha acontecido o contrário. Ela faz a pergunta para a escritora pois Ariadne Oliver é a madrinha de Celia Ravenscroft, filha do casal morto. Celia está noiva de Desmond, filho da Sra. Burton Cox.

Apesar de achar a pergunta descabida e invasiva, Ariadne Oliver decide investigar essa questão e pede ajuda a um amigo seu, um tal de Hercule Poirot. Pra quem não sabe, o brilhante detetive belga Poirot é o personagem mais famoso de Agatha Christie.

Juntos, Poirot e a Sra. Oliver se propõe a esclarecer não um, mas vários problemas: por que Sra. Burton-Cox queria saber sobre aquelas mortes? Por que o casal Ravenscroft teria feito um pacto suicida? E será que eles realmente tinham planejado morrer juntos?


Meu exemplar é da 17a edição da Nova Fronteira. A edição atual tem capa dura e é bem mais colorida, sendo mais atrativa para o leitor jovem.
A memória e a passagem do tempo

Mais do que a investigação desses mistérios, acredito que Agatha Christie quis abordar em Os elefantes não esquecem questões relacionadas à memória e à passagem do tempo. Para encontrar suas respostas, a Sra. Oliver e Poirot precisam entrevistar pessoas que conviveram ou trabalharam com a família Ravenscroft na época das mortes. O problema é que muitas delas estão velhas e com problemas de memória. Ou elas não se lembram com exatidão do que aconteceu, ou confundem os fatos reais com histórias que ouviram.

– Então soube algo de palpável?
– Não. Ouvi o relato de várias pessoas, mas não sei se falaram a verdade.
– Contaram boatos?
– Não, relataram suas memórias. O problema é que nem sempre a gente se lembra das coisas como elas realmente aconteceram.

Poirot e Ariadne Oliver também estão velhos e o conflito entre gerações é evidente. A Sra. Oliver comenta como as jovens “de hoje” não se preocupam com o casamento, se afastam dos pais e se apaixonam por cantores de rock. Não há julgamentos, entretanto: Celia e Desmond, os personagens mais novos da trama, são apresentados como responsáveis e decididos.

Uma leitura rápida… mas pouco memorável

Apesar das questões do tempo e da memória serem interessantes, preciso ser sincero e dizer que Os elefantes não esquecem não é, com o perdão do trocadilho, um livro memorável. A partir de dado momento, a explicação para a morte do casal Ravenscroft se torna óbvia, e a descrição dos acontecimentos é um tanto melodramática – é sério, ela não faria feio num novelão mexicano.

Ainda assim, Hercule Poirot segue brilhante como sempre e Ariadne Oliver é uma personagem especial (a cena em que ela se irrita com a moleza da nova empregada é muito engraçada). Alguns dizem que a personagem-escritora seria uma representação da própria Agatha Christie. E falando nisso, existem estudiosos que defendem que a “Rainha do crime” sofreu do mal de Alzheimer no fim da vida; se for verdade, pode ser uma explicação para o seu interesse pelo tema da memória.

Enfim, Elefantes não esquecem é uma leitura rápida, que não é ruim mas também não é especialmente marcante, principalmente quando posta lado-a-lado com obras-primas de Agatha Christie, como Assassinato no Expresso do Oriente, O assassinato de Roger Ackroyd e E não sobrou nenhum.

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16/04/2024

Review: Nêmesis - Agatha Christie

Nemesis Nemesis by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars

Olá queridos leitores e fãs de Agatha Christie!
Um dos melhores livros da AC... eu sei, quase todos o são, mas esse DEFINITIVAMENTE mostra a genialidade e calma com que AC criava seus personagens, suas pistas e como o enredo evoluía, nos levando em círculos para um determinado desfecho, que, no meu caso, entendi a dica e acertei o culpado e até o motivo... pela primeira vez em 44 anos de leitura.

Um desavisado diria: mas claro, depois de ler por tantas vezes e tantos livros fica fácil... não fica... até li os Cadernos Secretos que tem, vamos dizer, o "esquema" dos personagens, os enredos, nem assim foi compreensível identificar os criminosos nos outros romances.

Mas esse, teve aquele toque de tormenta emocional, preguiça da justiça, culpados óbvios, dinheiro e intrigas...

Motivar Miss Marple a sair de sua pacata cidade em busca de solucionar um mistério que não existia, de um crime que não se sabia foi o melhor início de um romance que presenciei...

Escolhi a resenha dessa vez de outra fã, que não leu AC em ordem cronológica e não conhecia um Crime no Caribe, apesar de eu ter feito a leitura, quero rever para entender melhor o relacionamento de Marple com Rafiel, assim é AC, nos faz querer relê-la para matar a saudade, curiosidade e viajar em sua mente...
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Resenha de https://umrascunhoamais.blogspot.com/

Eu já sou fã assumida da Agatha Christie e estou gostando cada vez mais dos livros dela. A Miss Marple no livro Nêmesis está simplesmente incrível. Eu adorei o livro, me surpreendeu do início ao fim.
Miss Marple já é uma senhora de idade avançada e com a saúde um pouco frágil, apaixonada por jardins e um tanto, digamos, curiosa. Como de costume todas os dias ela folheia o jornal para ler as notas de nascimento, casamento e falecimento. É pelo jornal que ela fica sabendo da morte de Jason Rafiel, o nome a intriga e ela tem a impressão de que o conhece. Aos poucos vem à sua memória o momento exato que o conheceu, a um pouco mais de um ano antes em uma viagem para as Antilhas onde junto com a sua colaboração impediram um crime (essa história é contada no livro Mistério no Caribe).
Uma semana se passou desde que Miss Marple leu a notícia do falecimento do Sr Rafiel, quando ela recebe uma carta do escritório de advocacia que prestava serviço para ele pedindo que comparecesse para a uma reunião, ela fica intrigada e movida pela curiosidade aceita. Quando se apresenta no escritório Miss Marple descobre que o Sr. Rafiel deixou uma herança pra ela, porém só receberá após solucionar um mistério e fica a critério dela aceitar ou não o desafio.
A nossa detetive não sabe muita coisa sobre o Sr. Rafiel, somente que era um homem muito rico e estava acometido por uma doença que o deixou inválido. Eles não tiveram uma relação de amizade, somente trabalharam em parceria para evitar um crime nas Antilhas. Miss Marple não compreendeu o porquê dele tê-la escolhida. A carta que ele deixou com instruções também não era esclarecedora, somente citava quando se conheceram e que acreditava que Miss Marple tinha uma espécie de faro para o crime e assim garantir que a justiça acontecesse.
“Nosso nome de código, minha cara senhora, é Nêmesis.”
Quando conheceu o Sr. Rafiel a nossa detetive se apresentou como Nêmesis e isso também é citado na carta. Nêmesis é uma deusa da mitologia grega que representa a vigança divina. Ela é muitas vezes ilustrada com asas, carregando uma espada e uma ampulheta. A espada representa a justiça e a ampulheta indica que justiça ocorrerá, pode demorar mas não irá falhar. Por fim, ele encerra a carta com uma citação bíblica:
“Que a Justiça corra como as águas e o bem como um caudaloso rio.”
Tudo o que Miss Marple sabe é que a justiça precisa ser feita e movida pela curiosidade ela aceita o caso, mesmo sem saber qual é o mistério e nem ao menos por onde começar. Até mesmo os advogados não questionam se não seria uma brincadeira de mal gosto do falecido. Após algumas semanas ela recebe uma segunda carta do Sr. Rafiel avisando-a que uma agência de turismo irá entrar em contato, ele havia deixado pago uma excursão pelas Casas e Jardins Célebres da Grã-Bretanha. Miss Marple embarca então nessa viagem onde aos poucos se aproximará do mistério que precisa solucionar.
Eu achei esse livro muito bom, Miss Marple não precisa só solucionar um crime, ela precisa descobrir qual crime solucionar. E essa mistura de suspense sobre o suspense é que guia a história e deixa-a bem interessante. Até achei Miss Marple divertida nesse livro, me peguei rindo em algumas partes e questionando em outras como uma senhora frágil e com reumatismos é capaz de tantas coisas. Li algumas resenhas antes de iniciar a leitura que falavam que o livro era previsível, em algumas partes sim, mas achei o final sensacional e isso não abalou meu julgamento. O início do livro é um pouco lento, mas no momento que pega embalo é impossível parar de lê-lo. Eu recomendo a leitura para quem gosta de suspense e da rainha do crime.
Essa leitura não é bem uma continuação de “Mistério no Caribe” é perfeitamente possível compreender o livro sem realizar a leitura prévia. Eu ainda não li e foi possível compreender bem o livro, posteriormente pretendo fazê-lo para conhecer melhor a história de como o Sr. Rafiel e a nossa querida Miss Marple se conheceram.

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09/04/2024

Review: A Noite das Bruxas

A Noite das Bruxas A Noite das Bruxas by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars

Olá queridos fãs de Agatha Christie!!

Mais uma resenha garimpada da rede. Muitos blogueiros apreciam AC, muitos são leitores iniciais, e assim consigo resenhas bem feitas e objetivas!

Essa resenha é bem interessante, achei uma leitora que conseguiu achar o assassino - raríssimo, mas acontece!!

Boas leituras...
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Resenha de Criss...
https://perdidanaluacheia.blogspot.com/
Perdidas e Perdidos. Aproveitando que o cheiro de abóboras e poções fervilhando no caldeirão ainda está no ar, não podia deixar passar a leitura de A Noite Das Bruxas, uma história cheia de mistério da Dama do Crime, Agatha Christie.
...

Uma festa de Halloween está acontecendo na casa da Sra. Rowena Drake, uma espécie de mandachuva de Woodleigh Common, um vilarejo perto de Londres, Inglaterra. A “festa dos mais de onze”, como a anfitriã a chama, é destinada aos jovens de dez aos dezessete anos de idade que se esbaldam comendo, bebendo e participando de várias brincadeiras especialmente elaboradas para os festejos do Dia das Bruxas.

Entre os convidados está nada mais nada menos que a renomada Sra. Ariadne Oliver, escritora de romances policiais. E embora a festa tenha transcorrido muitíssimo bem, nem tudo são doces nesta noite das bruxas.

No fim da festa, durante uma rápida limpeza do local, descobrem o corpo da adolescente Joyce Reynolds, de apenas treze anos, afogada no balde de água usado na brincadeira de pesca das maçãs.

− Pecados antigos possuem sombras compridas – citou Poirot.

Aturdida e totalmente transtornada com o crime cometido durante a celebração e quando todos ainda estavam na casa, Ariadne procura o detetive Hercule Poirot, a quem considera um amigo leal, íntegro e competente. Ela espera que ele consiga resolver o caso e lhe diz que Joyce mais cedo naquele dia, durante os preparativos para a festa, declarou ter presenciado um assassinato alguns anos atrás. E, todos, de amigos e família a professores, afirmaram que ela tem fama de mentirosa e que provavelmente só estava querendo impressioná-la.

Quem matou Joyce Reynolds? Por que? Até que ponto Joyce mentiu?

Essas são algumas perguntas que o detetive Poirot tem que responder. Então, partindo da ideia inicial de que Joyce viu um homicídio e que talvez esse tenha sido o motivo de sua morte, Poirot começa as investigações para desvendar seu assassinato. Para isso, Poirot procura por pistas em crimes que não tenham sido solucionados ou que sequer tenham sido considerados crimes pela polícia local.

É claro que no decorrer da trama outros assassinatos acontecem, vários suspeitos são ponderados e outras linhas de raciocínio são desenvolvidas até culminar na solução do mistério e na punição do responsável pelos crimes.

Poirot retirou seu bloquinho do bolso e fez uma anotação.
− O que o senhor está escrevendo aí?
− Algumas coisas que aconteceram no passado.
− O senhor parece muito perturbado com o passado.
− O passado é o pai do presente – disse Poirot, sentenciosamente.
...................................
Vou ser sincera com vocês: este é o segundo livro de Agatha Christie que eu leio. O primeiro foi uma história com a fofoqueira de plantão, Miss Marple, chamada Um Punhado De Centeio, de 1953. Tenho que dizer que escolhi este livro pelo nome sugestivo A Noite Das Bruxas, cuja primeira publicação foi em 1969, e porque era com o superdetetive belga Hercule Poirot. Tão famoso, excepcional e egocêntrico quanto Sherlock Holmes.

[...] Havia apenas uma coisa em sua própria aparência que realmente lhe agradava, e era o bigode cheio e o modo como reagia ao pente, ao tratamento e às aparas. Era um bigode magnífico. Não conhecia ninguém com um bigode semelhante. Poirot jamais havia sido belo.

Vou ser chata e confessar que neste livro descobri a identidade do assassino bem rápido, assim como no anterior (Um Punhado De Centeio). Não é que eu seja uma analista da condição humana, apenas segui uma certa lógica. Ou a minha lógica, sei lá. Mas, é claro que todas as mínimas implicações que levaram aos crimes eu não descobri. Aí já seria demais... Hahahahahahahaha! Deixo isso para Poirot e seu excelente senso de dedução.

Achei o livro bem interessante. Agatha nos guia através dos detalhes da Floresta da Pedreira, uma espécie de jardins gregos rebaixados de uma ricaça do local, e de cenários bucólicos bem ao estilo inglês e das descobertas realizadas por Poirot. É curioso ver a mente dedutiva do detetive belga trabalhando e tentando decifrar as pistas que levam ao criminoso. Investigando e recolhendo dados de crimes anteriores à morte da menina para saber se há alguma conexão.

Realmente, pensou Poirot, não dava mesmo para fugir das maçãs. Nada poderia ser mais agradável do que uma suculenta maçã inglesa. Mas ali, as maçãs misturavam-se com cabos de vassoura, bruxas, antigos folclores e uma criança assassinada.

Ariadne Oliver, talvez um reflexo da própria Agatha, é o momento de descontração, dando mais leveza à trama. Ela, que adora maçãs e tem um cabelo que se recusa a ser moldado, aparece em outros livros sempre tentando de algum modo ajudar o detetive Poirot.

Um fato que me chamou atenção foi que as pessoas acreditavam que um assassinato desse tipo naquela época, em 1969, e numa comunidade como a fictícia Woodleigh Common só poderia ser realizado por um doente mental ou uma pessoa com algum tipo de distúrbio. Matar uma menina tão jovem só poderia ser obra de um louco.

Não dá para falar muito, senão a surpresa e o mistério acabam. E, em romance policial spoiler nem pensar, né? O que dá para dizer é que a história nos prende desde o início e as conexões entre as pessoas e os eventos vão surgindo, amarrando qualquer ponta solta. Afinal, quando se trata de investigações e misteriosos assassinatos, ninguém melhor do que a Rainha do Crime, Dame Agatha Christie, para apimentar a história, unir todos os elementos, instigar os leitores e nos surpreender no final. A Noite das Bruxas agradará em cheio os fãs mais ardorosos da escritora, assim como aqueles que dão os primeiros passos na literatura policial. Uma boa diversão!

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08/04/2024

Review: Um Pressentimento Funesto

Um Pressentimento Funesto Um Pressentimento Funesto by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars

Olá..
Tenho a vaga lembrança de ter lido esse livro entre os primeiros, lá pelos idos anos 80, pegava os livros nas bibliotecas, tinha 10 dias para lê-los e o fazia andando de ônibus, da escola ou trabalho para casa e vice-versa, é um tempo tão distante, mas consigo "ver" a adolescente que em mim habita distraída com essa leituras.

Como sempre, prestigio outros leitores de Agatha Christie, para, além de divulgar outros blogs, também mostrar o quão é vasto a lista de fãs e leitores de AC, uma das melhores escritoras de todos os tempos.. é muito difícil descobrir, realmente, quem é o criminoso, pois, no meio do caminho, não bastando AC nos enredar com seus textos, os personagens também nos passa falsas pistas...
É assim esse livro... cheio de reviravoltas...

Boas Leituras!!!
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Resenha de Raiane
https://estanteculturalblog.wordpress...

Parecia que o futuro reservaria apenas calma e tranquilidade para o casal Tommy e Tuppence Beresford. Mas, em uma visita de rotina à tia de Tommy num asilo para senhoras, Tuppence acaba conhecendo a estranha sra. Lancaster, que lhe fez uma inusitada pergunta: A coitadinha era sua filha?. Sem entender do que ela estava falando, Tuppence fica mais perplexa ainda quando descobre que a sra. Lancaster foi levada para outro asilo por uma misteriosa parente e decide investigar a fundo seu desaparecimento. O casal Beresford não vai medir esforços para entender até que ponto suas suspeitas têm fundamento, mesmo que para isso suas vidas corram perigo.

...

Então, temos Tuppence e seu Marido Tommy. Tuppence é uma mulher bastante inteligente e curiosa. Podemos considera-la como um tipo de detetive não convencional. Ela é impulsiva e só sossega quando consegue descobrir o que deseja.

Seu marido, Tommy, tem uma tia que vive em uma casa de repouso. Os dois resolvem fazer uma visita para essa tia e durante o encontro Tuppence conhece a Senhora Lancaster. Durante a conversa das duas, a senhora pergunta se a menininha morta que havia sido enterrada perto da lareira era sua filha. Devido a essa situação, Tuppence fica completamente assustada mas ignora a pergunta por achar que a velha estava delirando.

Algumas semanas depois a tia do Tommy morre. Os dois voltam ao asilo para pegar os pertences da tia. Ao chegar no local, eles descobrem que a senhora Lancaster havia abandonado a casa de forma bastante misteriosa, mas que tinha deixado um quadro de uma casa que ela, anteriormente, já tinha presenteado a falecida tia do Tommy.

Diante de toda situação, Tuppence desconfia que a tia do Tommy havia sido assassinada, e esse mesmo assassino pode ter envolvimento com o desaparecimento da senhora Lancaster, já que a mesma teria comentado com Tuppence sobre a morte dessa suposta menininha na lareira. Tuppence resolve investigar mais a fundo e descobre que a cidade tem muito mais mistérios do que ela imagina.

A história é narrada em terceira pessoa. O enredo é super envolvente e o final é surpreendente. Recomendo esse livro. Agatha nunca decepciona. E a escrita dela é impecável!


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02/04/2024

Review: Convite para um homicídio

Convite para um homicídio Convite para um homicídio by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars

Olá!
Mais uma obra prima da Agatha, com a presença da doce Miss Marple, astuta, discreta dessa vez e como sempre, certeira em suas descobertas...

Novamente, segue uma resenha de outro leitor, para mostrar o quanto AC é querida e lida... fãs parecem mães corujas, não veem defeitos nos livros...

Faltam 13 livros para eu terminar essa jornada de 44 anos lendo Agatha, me sinto como se eu estivesse me despedindo de AC, foi uma longa jornada... com muitos aprendizados, entre eles, que a natureza humana é sempre surpreendente.

Resenha de Deusa:
https://deusa1000.wixsite.com/leitura...
Livro: Convite para um homicídio
Autora: Agatha Christie

Na seção de classificados do jornal na Inglaterra geralmente serviços ou produtos são oferecidos e/ou requisitados. Na edição de um dia típico no pequeno vilarejo de Chipping Claghorn um anúncio diferente foi realizado na Gazette, o jornal local: Um Convite Para um Homicídio. Sim, às 18:30h em Little Peddocks, convocação única. Na mansão da Sra. Blacklock, uma senhora de idade, porém firme, que mora com sua amiga de infância Dora Bunner; seus primos distantes Patrick e Julia Simmons, filhos de uma prima que não vê a mais de trinta anos; e Mitzi, uma empregada estrangeira muito faladeira e mentirosa; a notícia do anúncio foi recebida de forma abrupta, deixando-a com raiva, porém tentando não se preocupar. Mas, conhecendo a comunidade em que mora, sabe que seus vizinhos com certeza aparecerão.

E assim, bem previsto, a partir das 18:20h, todos os moradores que viram o anúncio resolveram realizar uma visita a Little Peddocks. Curiosos que só, todos compareceram, cada um com uma desculpa diferente, para participarem do que achavam ser uma brincadeira de detetive e assassino (algo incomum em suas rotinas e que seria interessante viver para variar): o Sr. e Sra. Easterbook (um coronel e sua jovem esposa), a Sra. Swettenham e seu filho Edmund (um escritor iniciante), a Sra. Harmon (tratada carinhosamente de Bunch e esposa do reverendo) e as Srtas. Hinchcliffe e Murgatroyd. Porém, o que de início fora tratado como uma brincadeira, às 18:30h se tornou muito sério. Quando as luzes se apagam e um suposto assaltante entra na casa e começa a atirar, todos se encontraram mergulhados em um mistério em que todos eram suspeitos de um terrível assassinato.

Será que sua morte foi acidental? Qual o propósito desta brincadeira macabra? À quem ele queria atingir?

"Subitamente, a brincadeira não mais era uma brincadeira. Alguém gritou."

Chamado para investigar o caso, o detetive Craddock se surpreende ao saber que seu tio Sir. Henry recebeu uma carta de uma velhinha muito simpática, que pedindo mil desculpas por qualquer incômodo, dizia saber de algo que poderia ajudar no caso que estava sendo investigado. Miss Marple, que está hospedada no mesmo hotel em que o rapaz assassinado trabalhava, é muito bem recebida e ouvida em um almoço entre os senhores. Descrente de que uma senhora de pele tão enrugada e rosada, que parece ser bem mais velha do que aparenta, possa ser de grande ajuda na resolução do caso, Craddock logo a descarta como uma gagá para logo depois se surpreender com suas habilidades incríveis de percepção e conhecimento da humanidade. O que seria dele sem ela?

"Mais uma vez, Miss Marple tem o prazer e honra de aceitar um convite para um homicídio!"

Um clássico publicado em 1950, este é o quinto livro da autora em que a detetive amadora Miss Marple participa de uma investigação policial. Agatha Christie, considerada a Rainha do Crime, mais uma vez não deixa a desejar. A história é contada na terceira pessoa e é extremamente envolvente. Com cada gancho que é deixado de um capítulo para o outro, o leitor se sente totalmente envolvido na investigação, e faz com que o leitor até se sinta a vontade para realizar anotações e conjecturar sobre possíveis soluções para o caso. A autora também revela muitos segredos dos personagens fazendo com que o leitor desconfie de todos e ao mesmo tempo se torne íntimo dos personagens.

Importante ressaltar que, por ser um livro que foi publicado em 1950, podemos encontrar algumas palavras não muito utilizadas hoje em dia e sua escrita é quase formal, mas não o suficiente a ponto de deixar o leitor de hoje em dia cansado da leitura. Na verdade faz até com que se sinta mais envolvido e até importante.



22/03/2024

Review: Noite Sem Fim

Noite Sem Fim Noite Sem Fim by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars

E no terceiro livro de hoje, cheguei a um livro da Agatha que não deu muita animação.. nos faz falta Poirot, Marple.. mas é assim, um romance quase água com açúcar.. mas é AC e sempre vala a pena conhecer suas outras facetas...

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Sinopse Folha de S. Paulo: “Toda noite e todo amanhecer/ Alguns nascem para sofrer./ Toda manhã e todo anoitecer/ Alguns nascem para o doce prazer,/ Alguns nascem para o doce prazer, sim./ Alguns nascem para uma noite sem fim…”. Os versos da canção que o impetuoso Mike adora ouvir sua doce Ellie entoar simbolizam o contraste insuperável entre pobreza e riqueza, felicidade e cobiça, paixão e traição que Agatha Christie espalha entre as pistas falsas deste romance publicado em 1967. Um lugar amaldiçoado, uma cigana que cospe impropérios e um grupo de personagens ambíguos e ambiciosos agregam outras sombras ao mistério de uma morte súbita. Novato ou veterano, o leitor de Christie sempre descobre que nada é o que parece. Disfarçada de autora inofensiva, a escritora primeiro cativa e, quando já é tarde demais, anuncia que nesta caixa de belos bombons alguns estão envenenados.

Resenha de Jeff Rodrigues: Noite sem Fim – Agatha Christie
https://leitorcompulsivo.com.br/2019/...

Opinião: Esqueça os detetives à caça de pistas e os muitos suspeitos com seus segredos e comportamentos estranhos. Noite sem Fim traz uma Agatha Christie bem diferente da fórmula clássica que consagrou suas obras. O clima de mistério, no entanto, vai sendo construído normalmente e reserva uma boa surpresa para os leitores.

A princípio, Noite sem Fim é um despretensioso livro sobre um romance entre dois apaixonados. A trama chega a ser lenta tamanha falta de ação ou de elementos que movimentem a narrativa sobre a paixão do pobre Mike pela milionária Ellie. O inusitado, porém, é o que vai guiar os desdobramentos da história. A ambição de Mike por um terreno que, dizem, ser amaldiçoado soma-se a pragas e previsões sinistras feitas por uma velha cigana. Ao passear pelos ermos do lugar ele conhece Ellie. Isso mesmo. A jovem ricaça simplesmente está ali, nos entornos desertos do local que ele cobiça. Amor à primeira vista que se concretiza em casamento e na compra do famigerado lugar. Nasce assim o lar dos dois pombinhos ainda envolto nos mistérios ciganos.

Até a história se desenrolar para uma inexplicável morte, já próximo da metade final, Noite sem Fim não reserva nada aos leitores além de descrições de passeios, cenas do cotidiano do casal e encontros familiares. Esse é o ponto frágil do livro, já que falando bem francamente a trama não seduz ou cativa nossa simpatia. A bem da verdade, acostumados como estamos à autora, ficamos sempre na expectativa de que algo aconteça para balançar o ritmo. Mas isso demora muitos capítulos e quando, enfim, temos o óbito, a sequência é ágil a ponto de o livro terminar poucas páginas depois. Justiça seja feita, a reviravolta que conduz ao desfecho é bem inesperada, ou talvez todo o marasmo da obra como um todo tenha servido justamente para desviar nossa atenção.

Das obras independentes escritas por Agatha Christie – aquelas que não trazem seus detetives como protagonistas, Noite sem Fim é um livro curioso, mas fraco. Uma boa leitura, mas que a depender do seu gosto e da lista de livros que você tenha na fila, não vale a pena investir seu tempo nele.

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20/03/2024

Review: A terceira moça

A terceira moça A terceira moça by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars

Bom novo ano para todos leitores e leitoras!
Sim, é minha primeira resenha de 2024 - muito atrasada com as leituras, mas quem liga? risos
Como sempre, não sou muito criativa e sempre prestigio outros leitores de AC para não me sentir sozinha nessa "tietagem"....
Segue a resenha de uma das melhores blogueiras literária que conheço: MARIANA FONTANA SZEWKIES - vai lá visitá-la, vale a pena.

Resenha de Mary: A Terceira Moça
https://alemdacontracapa.blogspot.com...

“Também achava, cada vez mais, que havia maldade verdadeira em algum lugar. Ele conhecia a crueldade. Já deparara com ela antes. Conhecia seu lado picante, seu gosto, os trejeitos que tinha. O problema era que não sabia ainda exatamente onde estava localizada. (...) Algo estava acontecendo, algo estava em andamento, algo que ainda não estava concluído. Alguém, em algum lugar, estava em perigo." (CHRISTIE, 2012, p.227).

Hercule Poirot, “o mais verdadeiro dos detetives de verdade” (pag.41), está tomando seu café da manhã tranquilamente quando uma moça pouco bonita e muito desesperada requisita alguns minutos da sua atenção e faz a mais estranha das confissões: ela acredita que talvez tenha assassinado alguém. Depois disso, foge e desaparece. Intrigado, e percebendo que a moça realmente precisa de ajuda, Poirot tenta encontrá-la e descobrir o que está acontecendo, afinal, ter assassinado alguém é algo que sabe. Ou se fez ou não se fez. Nessa aventura, ele conta com a ajuda de sua amiga de longa data, a escritora de romances policiais Ariadne Oliver.

A alegria e o bem-estar de voltar para casa. É assim que me sinto cada vez que leio um livro de Agatha Christie. Talvez com “A Terceira Moça” isso tenha se intensificado já que há muitos meses eu não tinha a oportunidade de ler nada dessa que é uma das minhas autoras favoritas desde que eu tinha 12 anos. E estamos falando de Agatha Christie, portanto, é claro que eu encontrei nessa aventura tudo que eu esperava.

Se eu adoro incondicionalmente a autora, isso se duplica quando se trata de um caso do Poirot que, além de genial, excêntrico e incomparável, é absolutamente hilário. Se ler Agatha é voltar para casa, ter Poirot na aventura é ser recepcionada por um dos meus melhores (e mais antigos) amigos. Em “A Terceira Moça”, o detetive e Ariadne Oliver (provável alter-ego de Agatha) precisam encarar as mudanças advindas da década de 60, em especial o comportamento (e as roupas!) da juventude da época, a independência das moças e os relacionamentos. Inclusive nesse livro são abordados temas que não recordo ter visto com frequência nos livros de Agatha, como uso de drogas.

O mistério é magistralmente arquitetado. O inusitado é que, ao contrário dos casos que têm mortes e suspeitos, esse não tem uma morte. Não tem o crime. Apenas um possível crime que o detetive nem mesmo sabe qual é, onde ou quando ocorreu. De certa forma, esse é um caso que não é um caso. Então do que se suspeita?

A mocinha que pode, ou não, ser louca; o namorado que pode, ou não, ser um interesseiro; as colegas de quarto independentes; o pai ausente que há pouco voltou para casa trazendo consigo uma madrasta indesejável; o tio rico, desmemoriado e cego e sua jovem e bela secretária que pode, ou não, ser uma espécie de espiã ou simplesmente uma interesseira; são os personagens que desfilam por essas páginas.

Agatha manipula seus leitores como ninguém e é a rainha da pista-recompensa. Por isso sempre encerro uma leitura com orgulho de mim mesma quando consigo desvendar suas artimanhas (quem já leu os livros da autora divide o sentimento comigo, tenho certeza). Nesse caso, descobri o quem, o como e o porquê, mas ainda assim a autora aprontou algumas que eu não captei.

Leitura deliciosamente fluida, intrigante e bem amarrada. “A Terceira Moça” poderia ganhar muitos elogios, mas para mim basta um: é um Agatha Christie.

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12/12/2023

Review: Passageiro para Frankfurt

Passageiro para Frankfurt Passageiro para Frankfurt by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars

Acredito, piamente, que esse é um dos livros mais inusitados de Agatha Christie desde os contos do Arlequin - "reli" as 3 horas finais (audiobook) por 3 vezes, porque a trama é tão ligeira e muda tantas vezes, que eu queria ter o livro "físico" para ler - é IMPRESIONANTE como o tema é contemporâneo.

Para não perder o hábito, escolhi uma resenha em que a leitora escreveu cada frase do que senti, e é tão perfeita que peço que a visitem, pois é um site riquíssimo de resenhas: https://www.postliteral.com.br/

É a primeira vez que pego uma resenha tão recente, completíssima sem spoillers - linda de viver!!!
***************
Resenha de Maria Eugênia Moreira

No aeroporto de Frankfurt, a viagem de Sir Stafford Nye sofre uma reviravolta. Enquanto aguarda seu voo, uma mulher o aborda dizendo estar em perigo mortal. Em um arroubo de cavalheirismo, o diplomata inglês lhe entrega o passaporte e a passagem, ajudando a jovem a escapar. De volta à Inglaterra, Nye reencontra a moça em circunstâncias misteriosas e acaba descobrindo uma conspiração internacional de grandes proporções. Existe um plano em ação para recolocar os
nazistas no poder, e apenas um seleto grupo de agentes pode impedir que isso aconteça.

RESENHA
Passageiro para Frankfurt é um romance policial de Agatha Christie, publicado em 1970, que marca o aniversário de 80 anos da autora. A obra é considerada uma das mais ousadas e controversas da escritora, pois aborda temas como nazismo, conspiração internacional e drogas alucinógenas.
O livro narra a aventura de Sir Stafford Nye, um diplomata inglês que, em uma escala no aeroporto de Frankfurt, é abordado por uma mulher misteriosa que lhe pede para trocar de identidade com ela, alegando estar em perigo de morte. Movido pela curiosidade e pelo tédio, Sir Stafford aceita a proposta e se envolve em uma trama complexa e perigosa, que envolve uma organização secreta que planeja restaurar o poder nazista na Europa.

A mulher misteriosa se revela como Mary Ann, uma agente dupla que trabalha para o governo britânico e para a organização nazista. Ela é a neta de um líder nazista chamado Conde von Schirach, que está escondido na América do Sul e pretende lançar uma revolução mundial com a ajuda de jovens fanáticos e drogados. Mary Ann recruta Sir Stafford para ajudá-la a impedir os planos de seu avô, mas também tem seus próprios interesses e segredos.

O livro é narrado em terceira pessoa, com um estilo ágil e envolvente, típico de Agatha Christie. A autora cria um clima de suspense e mistério, que prende a atenção do leitor até o final. Os personagens são bem construídos e apresentam diversas facetas e motivações. O protagonista, Sir Stafford, é um homem inteligente, irônico e desiludido com sua carreira e sua vida pessoal. Ele se vê
diante de uma oportunidade de mudar seu destino e de participar de uma aventura que pode mudar o rumo da história. Mary Ann é uma mulher sedutora, ambiciosa e manipuladora, que usa sua beleza e seu charme para conseguir o que quer. Ela tem uma relação conflituosa com seu avô, que a considera sua herdeira e sua protegida, mas também a teme e a despreza.

O livro também conta com a participação de outros personagens importantes, como o Conde von Schirach, o líder nazista que sonha em reviver o Terceiro Reich; o Coronel Pikeaway, o chefe do serviço secreto britânico, que tenta desvendar a conspiração nazista; e o Dr. Karl, o cientista que desenvolve a droga que altera a personalidade dos jovens seguidores do Conde.

O livro traz alguns ensinamentos e reflexões sobre temas como o poder, a violência, a ideologia, a juventude, a identidade e a loucura. A autora mostra como o nazismo não foi extinto após a Segunda Guerra Mundial, mas se infiltrou em diversos setores da sociedade e se adaptou aos novos tempos.

Ela também critica a alienação e a manipulação dos jovens, que são usados como massa de manobra pelos líderes inescrupulosos. Além disso, ela explora a questão da identidade, mostrando como os personagens mudam de nome, de aparência e de personalidade ao longo da história, e como isso afeta suas relações e suas escolhas.

O livro é ambientado em diversos cenários, como a Inglaterra, a Alemanha, a França, a Suíça, a Itália e a América do Sul. A autora descreve com detalhes os lugares por onde os personagens passam, criando uma atmosfera realista e verossímil. O livro também se insere no contexto histórico da Guerra Fria, da corrida espacial, da contracultura e dos movimentos sociais dos anos 1960 e 1970.

O livro contém algumas citações marcantes, que revelam o pensamento e o humor dos
personagens. Por exemplo:

"A vida é uma coisa muito estranha. Às vezes, ela nos dá exatamente o que queremos. E, então, descobrimos que não queremos aquilo de jeito nenhum." (Sir Stafford Nye, capítulo 1)

"O mundo está cheio de pessoas que pensam que sabem o que é melhor para os outros. E, às vezes, elas estão certas. Mas, na maioria das vezes, estão erradas." (Mary Ann, capítulo 5)

"O poder é uma coisa terrível. Ele corrompe. Ele destrói. Ele mata. Mas, ao mesmo tempo, ele fascina. Ele seduz. Ele encanta." (Conde von Schirach, capítulo 15)

"A juventude é uma força incrível. Ela pode mudar o mundo. Mas também pode ser enganada, explorada, desperdiçada." (Dr. Karl, capítulo 18)

"A identidade é uma coisa muito frágil. Ela pode ser perdida, roubada, trocada, esquecida. Mas também pode ser reencontrada, reconstruída, reinventada." (Coronel Pikeaway, capítulo 21)

O livro não apresenta uma simbologia explícita, mas pode-se interpretar alguns elementos como símbolos de aspectos da história.

Por exemplo:
O avião, que representa a viagem, a aventura, a fuga e a mudança.
O passaporte, que representa a identidade, o disfarce, a mentira e a confiança.
A droga, que representa o poder, a violência, a alienação e a loucura.
O relógio, que representa o tempo, a urgência, o destino e a morte.

O livro tem uma grande importância e relevância cultural, pois é uma das obras mais originais e polêmicas de Agatha Christie, que se arriscou a sair de sua zona de conforto e a abordar temas delicados e atuais. O livro também é um retrato de uma época de transformações e conflitos, que influenciaram a sociedade e a cultura de forma profunda e duradoura.

A autora, Agatha Christie, foi uma das maiores escritoras de todos os tempos, que se consagrou como a "Rainha do Crime", por seus romances policiais de sucesso. Ela nasceu em 1890, na Inglaterra, e começou a escrever em 1917, por um desafio de sua irmã. Ela criou personagens famosos, como Hercule Poirot e Miss Marple, que se tornaram ícones da literatura. Ela também escreveu peças de teatro, contos e poemas. Ela foi casada duas vezes e viajou pelo mundo com seu segundo marido, o arqueólogo Max Mallowan. Ela morreu em 1976, aos 85 anos, deixando um legado de mais de 80 livros publicados.

Em conclusão, Passageiro para Frankfurt é um livro que vale a pena ser lido, pois é uma obra que mistura suspense, ação, romance e política, com uma trama bem elaborada e personagens interessantes. É um livro que mostra a genialidade e a versatilidade de Agatha Christie, que soube se reinventar e se adaptar aos novos tempos, sem perder sua essência e sua qualidade. É um livro que nos faz pensar e nos emocionar, que nos surpreende e nos diverte, que nos transporta para um mundo de mistério e de aventura. É um livro que é um clássico da literatura policial, que merece ser lido e relido por todos os fãs do gênero.


29/06/2023

Review: Os cinco porquinhos - Agatha Christie

Os cinco porquinhos Os cinco porquinhos by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars

Boa Tarde Leitores queridos de AC e não leitores de AC - igualmente queridos!

Mais um livro que não pode deixar de ser lido, tá, eu já falei, é outra releitura, e esse o criminoso "tava" fresquinho na mente... escolhi a resenha da Thaís, pois ela cita o seriado de Poirot, que terminei esse ano também: são 62 histórias muito bem contadas, fiéis e com uma interpretação belíssima de David Suchet!
Segue link que dá para assistir tudinho no conforto do seu lar!!
   

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Resenha Os Cinco Porquinhos de Thais Gualberto
http://thaisgualberto.com.br/resenha-os-cinco-porquinhos/

Resumo:
Caroline Crale foi condenada à prisão perpétua pelo assassinato de seu marido, o mulherengo e famoso pintor Amyas Crale. Dezesseis anos depois, Carla Lemarchant, a única filha do casal, uma criança à época do ocorrido, retorna à Inglaterra ansiosa pro comprovar se as últimas palavras da mãe para ela eram ou não verdadeiras: em uma carta que a filha deveria ler apenas ao completar 21 anos, a Sra. Crale disse ser inocente. Para isso ela procura o genial e nada humilde, Hercule Poirot, um dos mais queridos detetives da ficção policial. E é assim que começa “Os Cinco Porquinhos”, mais um excelente livro da Rainha do Crime, Agatha Christie.

Resenha:
Para reconstituir o crime tanto tempo depois de ele ter sido cometido, Poirot não apenas fará uso de suas células cinzentas (que sim, são o grande destaque da metodologia Poirot de resolução de mistérios, para quem não está familiarizado com a obra de Christie), como também terá de recorrer aos que estiveram presentes na investigação do crime e no julgamento de Caroline Crale, como o advogado de defesa, o promotor do caso e o superintendente de polícia. Segundo eles, foi surpreendente a resignação e passividade com a qual Caroline Crale portou-se diante o júri, alegando que o marido cometera suicídio, bem como a expressão de paz que a dominou quando foi condenada à prisão perpétua e trabalhos forçados e isso tudo demonstraria que de fato ela era culpada.

Óbvio, para Poirot, contudo, sempre é motivo de desconfiança. E lá vai o pequeno detetive belga abordar as pessoas que estavam na casa de Amyas Crale no dia em que ele tomara cerveja envenenada com coniina. Philip Blake, homem do mercado financeiro e melhor amigo de Amyas; Meredith Crale, irmão mais velho de Philip, o qual apreciava botânica e a farmacologia das plantas; Elsa Greer, modelo para a pintura na qual Amyas estava trabalhando ao morrer; Cecilia Williams, governanta e Angela Warren, irmã mais nova de Caroline, então com 14. Pelos relatos fornecidos por essas cinco pessoas, às quais Poirot associa a cantiga dos cinco porquinhos (e por isso o título do livro), o detetive traça os perfis psicológicos de todos os envolvidos, mas principalmente de Caroline e Amyas, em cuja análise da relação e dos perfis psicológicos Poirot acreditava que encontraria motivações e explicações para os acontecimentos do fatídico dia.

A respeito da leitura, ao menos em minha opinião, é um livro à altura do legado da rainha do crime: um mistério intrigante; ágil, porém com personagens habilmente construídos e dotados de profundidade e individualidade; absolutamente envolvente, do tipo que viramos compulsivamente as páginas para descobrir que segredos guarda o parágrafo seguinte. Mais que isso, “Os Cinco Porquinhos”, agora entre meus favoritos da autora inglesa, traz Hercule Poirot em mais uma excepcional demonstração de sua astúcia quanto a compreender a mente humana e mais uma prova de porque ele é tão querido entre os fãs da literatura policial.

Quanto ao mistério em si, a história não me decepcionou, muito pelo contrário. Acho que desde que li “O Caso dos Dez Negrinhos”, em 2014, também de Agatha Christie, não me empolgava tanto com um romance dela. A resolução do caso é coerente e simultaneamente surpreendente, na medida em que todos os fatos apontam para uma resolução distinta da apontada por Poirot, embora eu tenha acertado quem cometera o crime (em pensar que eu não acertava uma quando comecei a ler Agatha Christie, aos onze anos, com meu ainda favorito “A Testemunha Ocular do Crime” hehe) e a maneira como esses fatos se dão revela-se bastante intricada e algo sádica, então é um livro bastante interessante para os que gostamos do gênero.

capas antigasComo curiosidade, a edição que possuo do livro é a mais recente e os demais livros de Agatha Christie lançados junto com ele pela mesma editora também tem essa sensacional capa em estilo bem pop, bem colorido, visando justamente atrair o público mais jovem para descobrir essa autora magnífica que foi Agatha Christie. Por isso as fotos de edições antigas (bem sem graça, convenhamos, ao menos quando comparada com esta). E para quem curte séries, o canal britânico ITV (o mesmo que produziu a excelente e belíssima Downton Abbey) produziu a série Poirot, entre os anos de 1989 e 2013, na qual o ator David Suchet deu vida a Poirot em 62 episódios correspondentes a 62 romances de Agatha Christie encabeçados pelo detetive belga. O episódio correspondente a obra “Five Little Pigs” é o episódio 1 da 9ª temporada, que foi ao ar originalmente em 2004 na terra da rainha.

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16/06/2023

Review: Hora Zero - Agatha Christie

Hora Zero Hora Zero by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars

Eu simplesmente fico em choque em como esqueço QUEM é o criminoso nas histórias já lidas.
Eu até sei que vou ser engendrada na trama, mas no final, acabo sendo enganada como da primeira vez.
Essa história é bem "comum", tem alguns pontos que faltaram ser esclarecidos (fora do trama central), mas que fica óbvio o resultado (sobre a filha de Battle).
Como citei dessa vez foi Battle o detetive, e com ele a trama corre mais solta, como se estivéssemos em um filme, com muitas pistas, mas pouco contato com o leitor.
Tem um final inesperado e sim, é um romance que vale a pena ler.
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Resenha de Mila Ferreira
http://www.delivroemlivro.com.br

Hora Zero (Towards Zero, 1944) escrito pela inglesa Agatha Christie é mais um livro que li dentro do cronograma do #PJLendoAgathaChristie2020...

Essa foi a primeira vez que li Hora Zero e me vi fisgada logo nas primeiras páginas com a trama, os personagens e como a própria escritora foi absolutamente criativa ao conduzir a narrativa seguindo todo o conceito de hora zero, proposto no livro.

Desse modo, acho importante mencionar que conceito é esse para conseguir explicar melhor minhas impressões e o enredo desse livro: no prólogo de Hora Zero temos alguns personagens conversando sobre crimes e romances policiais, uma forma que Agatha C. utiliza muito para "brincar" sobre o gênero que escreve. Nessa conversa um dos participantes fala que os romances policiais geralmente iniciam com um crime, porém o crime não é o início, mas o fim de todo uma história que culminou no homicídio.

"Gosto de um bom romance policial, mas, como se sabe, sempre começam do ponto errado! Começam do assassinato. Entretanto, o assassinato é o final! A história começa muito antes disso: algumas vezes anos antes, com todos os motivos e fatos que trazem certas pessoas a certos lugares, numa certa hora e num certo dia."

O que é elencando nesse prólogo é que o crime em si é a hora zero, porém, ele é o fim do ato e não o começo, de modo que, para se entender um homicídio é necessário observar que ele tem início, meses e até anos antes da hora zero e pode se dar em decorrência de inúmeros motivos, no entanto, a Hora Zero é o momento que levou determinadas pessoas a determinados locais e hora de um crime acontecer.

É diante desse conceito que Agatha Christie estrutura sua narrativa, pois o homicídio desse volume acontece lá na metade do livro (e não no começo, como é comum nos romances policiais) e isse conceito também repercute no estilo da narrativa, que é um tanto fragmentada, para acompanharmos os personagens principais principais de maneira separada ao longo de vários meses antes dessa "hora zero".

Então, em Hora Zero, vamos acompanhar um grupo de pessoas que estão planejando ir para a casa de veraneiro da viúva lady Camilla Tressillian, cuja mansão Gulls Point fica ao lado de um penhasco, porém, esse grupo de pessoas apesar de se conhecerem, tem relações bem complexas e algumas nada amistosas, de modo que quando todos combinam de se reunirem em Setembro na mansão, lady Tressillian fica preocupada com as energias negativas e tensões que podem ocorrer nesse período entre os visitantes.

Sempre fui boa em planejar coisas. Nada acontece sem que preparemos o acontecimento. Às vezes você me chama de tola, mas a meu modo sou até bem esperta. Faço com que as coisas aconteçam. Algumas vezes planejo com bastante antecedência.

Todo esse cenário de tensão ocorre porque Nevile Strange, um famoso esportista, largou sua esposa Audrey para se casar com Kay, gerando uma verdadeira onde de desentendimentos, inveja e ciúmes entre essas duas mulheres, no entanto, agora ele gostaria de fazer as pazes com a ex-esposa e que sua atual esposa também se tornasse amiga dela. Obviamente nem tudo vai sair como o esperado, certo?

Além dessa tensão tão grande por conta do triângulo amoroso, também vamos acompanhar o "universo" dos outros personagens, seus atritos, medos, segredos e sentimentos não revelados. A trama de Hora Zero é extremamente envolvente por conta dessas tretas familiares, segredos e triângulo amoroso.

É espantoso o número de mal-entendidos que pode existir, mesmo entre duas pessoas que discutam um certo assunto com bastante frequência, cada uma delas entendi o que melhor lhe convém, sem que o outro desconfie de qualquer disparidade de pensamento.

Para completar, como o crime de Hora Zero acontece na mansão de Gull's Point, ou seja, um ambiente fechado, obviamente todos os que estão presentes na casa tornam-se possíveis suspeitos, assim o superintendente Battle, juntamente com seu sobrinho o inspetor James Leach, ficam responsáveis para conduzir as investigações e descobrir quem é o assassino dentro daquele grupo de pessoas.

O que irá tornar ainda mais difícil na resolução desse caso é a atmosfera de tensão, os segredos e as inúmeras pistas deixadas pelo assassino que podem conduzir a investigação para um "denominador" completamente equivocado.

Honestamente, achei Hora Zero um dos livros mais geniais de Agatha Christie, muito embora - para quem costuma ler a escritora - tenha várias receitas utilizadas pela autora, o que torna mais fácil conseguir "matar a xarada" do livro, no entanto, ainda assim tem uma reviravolta bem incrível e devo dizer que até os últimos momentos fiquei bem dividida entre dois suspeitos e, embora uma das minhas suspeitas tenha se confirmado, ficar dividida não é descobrir o assassino, certo? Então, floppei na tarefa, mas me diverti demais durante a leitura.

Eu tenho um grande respeito pela verdade. Entretanto, descobri que existem coisas mais importantes.

Uma das grandes surpresas de Hora Zero, para mim, também foi o fato das investigações terem sido conduzidas pelo superintendente Battle, pois eu achei esse caso extremamente a cara de Hercule Poirot, tanto é que Battle utiliza muitos dos métodos "Poirotianos" para solucionar o caso e em decorrência disso, devo admitir, que fiquei esperando que o icônico personagem aparecesse em algum momento do livro, mas isso não aconteceu.

De qualquer forma, Hora Zero, foi um livro brilhante, viciante e que me deixou tão envolvida que praticamente não conseguia largar o volume, então, já deixo aqui minha recomendação.

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07/06/2023

Review: Um mistério no Caribe - Agatha Christie

Um mistério no Caribe Um mistério no Caribe by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars

Olá caros leitores!
Eu sei que é uma releitura, e como sempre, nem cheguei perto de suspeitar quem fez o crime...
A história nos lembra "Morte na Praia" com Hercule Poirot, mas passa super longe dos motivos e pessoas.
Ao ler as resenhas, todos são unânimes em quanto a história é envolvente e como Miss Marple se faz presente e sentimos muito não ter sido mais explorada por AC.
**********************

Resenha de Lucas
https://leitordossonhos.com/

Olá, Sonhadores! Já que não podemos nos dar ao luxo de tirar umas férias no Caribe, então que tal ler esta aventura de férias da nossa querida senhorinha Miss Marple? No livro deste mês de Agatha Christie vamos investigar uma morte repentina muito suspeita e, ao mesmo tempo, aproveitar um banho de sol para relaxar. Vamos lá?

“A senhorita gostaria de ver o retrato de um assassino?”

Sobre a História

Não é porque Miss Marple é uma solteirona aposentada que ela não mereça passar uma temporada de férias no Caribe. Não que ela particularmente desejasse isso, mas seu sobrinho a convenceu de ir e pagou todas as despesas, então por que não? O problema é que Miss Marple está entediada agora. Ela está tão acostumada a observar e mexericar sobre a vida alheia no dia a dia no vilarejo em que mora que não tem muito o que fazer no Caribe com turistas desconhecidos que vem e vão.

Durante uma conversa com o Major Palgrave, Miss Marple faz esse desabafo e o homem, que não perde uma oportunidade de narrar as aventuras que passou na sua juventude para entreter seus ouvintes, conta uma história confusa de um suposto assassinato que saiu impune, mas que de alguma forma ele tinha a foto da pessoa que cometeu o crime. Miss Marple, cansada e distraída, mal estava prestando atenção na história, mas no momento que Palgrave ia lhe mostrar a foto, ela notou que ele recuou de forma muito estranha. O major parecia ter visto algo ou alguém atrás dela que o deixou transtornado.

No dia seguinte, para a surpresa de todos, o major Palgrave foi encontrado morto em seu bangalô. Isso afetou especialmente o casal Tim e Molly, proprietários do resort que Palgrave e Miss Marple estavam hospedados. Eles ficaram alarmados disso prejudicar seus negócios. A morte foi dada como natural, mas Miss Marple não ficou muito convencida e decidiu investigar por conta própria.

Minhas Considerações

A maior parte das obras de Agatha Christie são romances policiais que, em parte seguem um mesmo formato, em partes são únicos e originais. Porém, há uma grande diferença entre os livros com Hercule Poirot, dos livros com Miss Marple como detetive. Isso sem dúvidas faz com que muitos leitores prefiram um ao outro. Eu adoro ambos, mas particularmente gosto um pouco mais de Miss Marple. Primeiramente pelo fato de ela não se declarar (nem se considerar) uma detetive, mas principalmente por ser um tipo de pessoa improvável de ser um. Outra coisa que adoro nos livros com a velhoca é o futrico que sempre tem. É incrível como ela consegue coletar informação das pessoas que adoram uma fofoca, ou como ela consegue futricar para que uma informação chegue numa pessoa chave para o que ela quer.

Isso nos leva a alguns pontos do porquê achei esse livro ótimo e recomendo. Primeiro que eu fui feito de trouxa e passei longe de acertar quem era o/a assassino/a, mesmo sendo uma RELEITURA! Segundo que a futricagem não só é usada pela Miss Marple, mas também pelo assassino! De alguma forma todos sabiam que o major Palgrave sofria de hipertensão e por isso sua morte foi tomada como natural, mas ao mesmo tempo ninguém sabia como sabia, pois ninguém se lembrava do Palgrave dizer isso. Inclusive havia gente que se lembrava do oposto!

Outro ponto muito interessante foi que, como eu disse, Miss Marple não prestou muita atenção na história do assassinato que o major contou a ela. Da mesma forma que todo mundo que também ouviu a mesma história não deu atenção. Sendo assim, ninguém sabia ao certo quais eram os detalhes e cada um dizia ter ouvido uma versão diferente. Isso complicava imensamente as coisas para a investigação, mas me deixava, como leitor, cada vez mais curioso!

Definitivamente é uma obra da Agatha que você deve ler!

“Acho que talvez tenhamos que agir depressa. Muito depressa. Fui tola. Extremamente tola. Eu devia ter me dado conta desde o primeiro instante do que tudo significava. Era tão simples…”

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06/06/2023

Review: Os relógios - Agatha Christie

Os relógios Os relógios by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars

Esse foi um livro que (finalmente) não tinha lido, mas (infelizmente) assisti o episódio no seriado (mas como sempre), porém não lembrava do enredo (sou meio desligada mesmo).

Para essa postagem li 3 resenhas diferentes e todas foram unânimes: boa história, bom enredo e excelente finalização.

A presença de Poirot não é o foco principal, mas é esse Geniozinho que esclarece a confusão e mistérios envolvendo a história!

Sim, esse é daqueles livros que as pessoas esquecem de classificar como o melhor de AC, mas não porque não seja o melhor, é que Agatha era IMPRESSIONANTE em cada obra que nos presenteava:

A escolha foi finalmente para um leitor que deixo AC na prateleira do Kindle, achando que se era gratuito não poderia ser "the best"...

Confira a impressão e confirme: quem lê AC se apaixona...

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Resenha de Isa
https://percursosliterariosblog.com

Os Relógios traz um curioso caso de assassinato ocorrido em Wilbraham Crescent, por onde Colin Lamb, agente do serviço secreto britânico, estava de passagem por conta de outra investigação. Lamb então é surpreendido por uma jovem, Sheila Webb, que sai gritando do n°19 da W. Crescente, e, em seus braços, ela, em choque, informa-o que há um homem morto dentro da casa. Lamb liga para um colega inspetor da polícia, Detetive Inspetor Hardcastle.

Assim, inicia-se a investigação do assassinato, cuja identidade da vítima, para piorar a situação, também é desconhecida. Além disso, há outras coisas estranhas: Sheila Webb é uma estenógrafa que recebeu ordens de ir ao endereço a pedido da moradora do n°19 de Wilbraham Crescent, Mrs. Pebmarsh. Esta, no entanto, nega veemente que tenha solicitado tal serviço. E embora Mrs. Pebmarsh seja cega, afirma que 4 relógios encontrados em sua casa depois do assassinato não são seus.

Lamb, sendo amigo de Hercule Poirot, decide consultá-lo sobre o assassinato, e Poirot, longe de onde ocorreram os fatos, se vê então desafiado a resolver o caso sem sequer sair de sua poltrona. Com as informações passadas às minúcias por Lamb, Poirot descobre rapidamente os motivos do crime e quem seria o homem assassinado, mas não revela a Lamb, dando apenas pistas aparentemente desconexas ao amigo.

O livro está muito bem avaliado na Amazon: 4.5 estrelas. E é tão bom assim? É, gente! É um romance policial muito agradável de se ler. Embora haja a importantíssima participação de Hercule Poirot – afinal, é ele quem resolve em primeira mão o curioso caso do assassinato (muito simples para Poirot, diga-se de passagem)–, o detetive belga não é o protagonista da história. Na verdade, sua aparição demorou tanto a aparecer que eu realmente não parava de me questionar quando ele entraria em ação.

E quando ele finalmente entra, deparamo-nos com um Poirot entediado, que conta a Lamb que passou um tempo resolvendo, em sua cabeça, casos reais que foram arquivados sem solução e, findo estes, passou a exercitar a mente resolvendo casos da literatura policial. Nesse diálogo com Lamb, Agatha Christie se utiliza de Poirot como emissor de suas opiniões de outros autores do mesmo gênero. Pontos para Sir Conan Arthur Doyle (mas também, né! Por favor! Como não apreciar a escrita de Conan Doyle?)!

O livro conta com duas narrativas paralelas, uma sendo a de Colin Lamb, em primeira pessoa, em que ele tem a intenção, na verdade, de relatar seu progresso quanto à sua investigação inicial, mas que acaba se comunicando com a investigação do assassinato no n° 19 da Wilbraham Crescent, e a outra em terceira pessoa, onisciente. Essa mudança de perspectiva torna a leitura bastante dinâmica, mas tem o genial ardil de distrair o leitor de algumas pistas existentes ao longo do livro.

Esse, aliás, é um dos motivos por que gostei mais dessa leitura do que de Assassinato no Expresso do Oriente, por exemplo, tão falado por conta do filme lançado no ano passado (2017). Em Expresso do Oriente não achei que houve oportunidade do leitor juntar pistas e tentar formar uma teoria. O leitor cria suspeitas, claro, mas não teorias. Já neste, Os Relógios, as pistas estão lá, mas o leitor é distraído e não as vê, só ao final, claro, quando então o raciocínio lógico de Poirot é delineado. Agatha Christie é realmente uma escritora de romance policial impressionante. Cada romance dela que vou lendo, mais me torno sua fã.

Além das breves análises de autores do gênero policial que surgem do diálogo entre Lamb e Poirot, Agatha Christie, indiretamente, ainda faz referência a obras de Lewis Carroll, o que eu simplesmente achei o máximo (e identifiquei o poema na hora!). Eu simplesmente me apaixonei completamente pela escritora depois desse livro e já fiquei ansiosa pela leitura de todos os outros livros que têm Poirot como detetive.

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16/05/2023

Review: Um Crime Adormecido - Agatha Christie

Um Crime Adormecido Um Crime Adormecido by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars

Olá!
Esse é daqueles livros que li quando era criança e não consegui lembrar da história (quem sabe nunca li).
Mais um romance de Miss Marple e como todos sabem é um romance de ótima qualidade. Só não é mais famoso, pois percebemos duas coisas na literatura de AC: a "mídia" da época não gostava de mulheres protagonistas, ou elas ficavam quietinhas nas salas tomando chás e fofocando, ou era coadjuvante do parceiro, mas aqui e ali, imagino que AC se esforçava para burlar as "regras" e nos presenteava com a inteligência de Miss Marple - solteira, livre para viajar e ajudar os amigos... para aqueles que um dia criticaram a ausência do feminismo de AC, deveria refletir sobre como é difícil, até hoje vencer o patriarcalismo (vide que somente em 2023 temos uma Lei sancionada com o salário semelhante entre homens e mulheres - isonomia salarial).

Escolhi uma resenha de um grupo de meninas (que agora são adultas, e pararam de blogar, mas são Assistentes Sociais e espero que felizes em suas profissões) - ah - uma resenha "de uma resistente a AC" - risos

Resenha de Thais, Tatiane e Natália
http://amorlivroseresenhas.blogspot.com/

Título: Um Crime Adormecido
Autora: Agatha Christie

Sinopse:
A jovem Gwenda surpreende uma inexplicável familiaridade em cada cômodo da sua nova residência. A casa fica no sul da Inglaterra. Um mistério vai crescendo e se insinuando nos seus passos: infância, ecos, evocações, realidade e pesadelo no quarto, na escada, no jardim. Em meio ao sonho de Gwenda, o sono de Helen, madura, coagulada no tempo. Assim, como Miss Marple, o leitor não pode ficar no convívio e pesquisa estrita das personagens do presente - suspeitas de insânia e crime: terá de mergulhar no fundo de uma vida, ou de diversas vidas, com um tanto de detetive e outro tanto de psicólogo.
Quem é que soube adormecer esse crime e esconder a sua sombra no meio de tanta luz? Agatha Christie é quem teceu, aqui, uma das mais engenhosas tramas de sua obra.

Comentários:

Gwenda, recém casada, vai ao sul da Inglaterra e compra uma casa para que possa residir com seu marido. Desde o primeiro momento que viu a casa, já se apaixonou e sentiu uma familiaridade muito grande. Esta sensação se dá por já ter vivido nesta casa, e não se lembrar. Uma das lembranças, a de uma mulher loira morta no saguão, faz com Gwenda e seu marido Giles comecem a buscar por respostas sobre este assassinato. Eles tem a ajuda de Miss Marple, que apesar de aconselhá-los a não mexer em um crime adormecido há 18 anos, não aguenta e resolve fazer suas próprias investigações.

Surgem 3 suspeitos, homens que tiveram envolvimento com a vítima. Até que surge uma testemunha, a copeira que trabalhou na época e suspeitava que a mulher havia sido assassinada pelo seu marido. Coincidentemente, a testemunha também é assassinada, trazendo mais dúvidas ao casal.

Sou um pouco resistente aos livros de Agatha Christie (eu sei, uma heresia!!), porém gostei muito desta história. Apesar, da sempre previsível Miss Marple, é um livro que se pode imaginar todas as maneiras e pessoas para o assassinato, porém o final é imprevisível. SUPER RECOMENDO!!!!

Boa leitura!!

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15/05/2023

Review: A Mão Misteriosa - Agatha Christie

A Mão Misteriosa A Mão Misteriosa by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars

Boa Semana!

Cheguei ao final da seleção de livros lidos no fim de semana. Sim, fazer um desafio literário com AC e ACD é divertido, são livros fáceis de ler e com poucas páginas, flui e não nos sentimos "devedores" do que nos comprometemos.

A Resenha para ese livro é de alguém que acompanha e gosta de AC, acho válido dar essa oportunidade, pois o livro "A Mão Misteriosa" tem uma forma diferente de ser apresentado, e embora já o havia lido, não consegui sequer lembrar do motivo do crime, de tão surpreendente que é o final.
Já, apesar de ser um romance de Miss Marple, a presença dela é mais do que discreta, e bem no final do romance, o que é de fato uma pena, pois os livros de AC com Miss Marple foram o que me fizeram, de fato, ser fã inveterada de AC

RESENHA: A Mão Misteriosa
De: Mari
http://alemdacontracapa.blogspot.com/

Certa vez li uma reportagem que incluía uma lista dos dez livros que Agatha Christie considerava seus melhores. Entre eles, clássicos como “O Assassinato de Roger Ackroyd”, “O Caso dos Dez Negrinhos”, “Assassinato no Expresso do Oriente” e livros não tão famosos como “A Mão Misteriosa”. Sendo este o único dentre os eleitos pela Dama do Crime que eu ainda não havia lido, tratei de tirá-lo logo da estante e conferir mais um exemplar de sua engenhosidade.

Após um acidente, Jerry Burton e sua irmã, Joana, se mudam para a pequena cidade de Lymstock, onde se supõe que nada de emocionante acontece. Mas pouco tempo após a sua chegada, um deles recebe uma misteriosa carta anônima de tom bastante ofensivo e logo descobrem que há tempos o mesmo tem acontecido com vários moradores locais. Quando um suicídio decorre de uma das cartas, o assunto na cidade já não é outro que a identidade do maldoso escritor.

Cartas anônimas em uma cidade pacata onde todos se tornam suspeitos. Esse é o tipo de premissa que Agatha Christie sabe explorar melhor do que ninguém, transformando uma fórmula simples em um livro que faz o leitor elaborar mil teorias e não querer largá-lo até descobrir se alguma delas está certa.

A autora narra a história pelo ponto de vista de Jerry Burton que revisita os acontecimentos depois que o mistério já teve fim. A visão de Jerry é perfeita para a história já que, como recém-chegado em Lymstock, o personagem não tem vínculos anteriores com os moradores do local, permitindo ao leitor ter suas primeiras impressões sobre eles com base nas dele.

“Nesse caso, meu conselho à polícia seria: estudem a personalidade. Deixem de lado suas impressões digitais, o estudo da caligrafia e seus microscópios. Em vez disso, observem o que as pessoas fazem com as mãos, seus pequenos tiques, o modo como se alimentam, e se às vezes riem sem motivo aparente.” (CHRISTIE, p.154, 2012)

Já li mais livros de Agatha Christie do que posso contar, mas sempre me admira como não consigo evitar terminar essas leituras sem um sorriso no rosto. Não importa quantas de suas tramas já tenhamos lido, de alguma forma Agatha sempre surpreende porque é impossível prever todos os seus truques. Em “A Mão Misteriosa” desenvolvi uma teoria por volta da página 70 e ao longo da leitura fui me convencendo de que a autora tentava desviar a minha atenção daquilo, mas que eu estava sendo esperta e captando suas artimanhas. Nem sei se posso chamar de surpresa ver Agatha revelar nas últimas páginas algo que eu nem havia cogitado, tão envolvida estava com a minha própria teoria (que em nada estava certa, diga-se de passagem).

A revelação, como quase sempre nos livros de Agatha Christie, é simples e estava ali para ser vista desde o início. Em um dado momento, Miss Marple diz que cometer um assassinato é como realizar um truque de mágica: tudo gira em torno de fazer a pessoa olhar para a coisa errada, no lugar errado. Alguma dúvida de que a Dama do Crime conhecia alguns truques de ilusionismo?

E por falar em Miss Marple, a participação da personagem foi a única coisa que me desagradou na história. Só o fato de ela aparecer pela primeira vez depois da página 160 mostra sua irrelevância para a trama. Miss Marple não participa dos acontecimentos, apenas aparece para desvendar o mistério graças ao seu conhecimento da natureza humana. Me pareceu uma participação desnecessária, pois a história funcionava muito bem sem a personagem e o mistério poderia ter sido descoberto de outras maneiras.

Não considero “A Mão Misteriosa” uma das melhores histórias de Agatha Christie, mas é uma típica história da autora, recheada com muito do que ela sabe fazer melhor do que ninguém.

Título: A Mão Misteriosa
Autora: Agatha Christie

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Review: Um Corpo Na Biblioteca - Agatha Christie

Um Corpo Na Biblioteca Um Corpo Na Biblioteca by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars

Bom dia!

Sempre que posso coloco resenhas de pessoas que não conheciam AC para não parecer "rasgação de seda" e exageros dos fãs que as leituras são leves e surpreendentes... é o caso desse livro, que surpreende do início ao fim, pois, como é possível um corpo em uma biblioteca de uma casa aleatória?

Não conseguimos visualizar essa possibilidade nos dias atuais, onde os muros são altos, porteiros 24 horas por dia, mas assim começa esse livro e termina - com uma explicação lógica e surpreendentemente cabível...
Além de provar que o ser humano é mal, tem também sua dose muito grande de ingenuidade:
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“A dificuldade neste caso é que todo mundo tem sido crédulo e ingênuo demais. Não se pode simplesmente dar-se ao luxo de acreditar em tudo que as pessoas nos dizem. Quando há algo de suspeito, nunca acredito em nada! Conheço muito bem a natureza humana.”
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RESENHA: UM CORPO NA BIBLIOTECA
por Raquel Lucena
https://www.queriaestarlendo.com.br
Resenha: Um corpo na biblioteca

Variando um pouco o repertório de romance, resolvi investir em um policial. Agatha Christie é um clássico! Foi o primeiro livro dela que eu li e comecei pelo Um corpo na Biblioteca.

Sinopse: Miss Jane Marple, ligando acontecimentos triviais da aldeia com problemas mais graves, desvenda o mistério do cadáver de uma moça encontrado na biblioteca do coronel Bantry.

Sempre me disseram que os livros dela eram ótimos e eu nunca duvidei, mas sempre adiava. Gosto bastante do tema policial, apesar de ser uma completa tapada para descobrir o assassino. Nesse livro, um dos romances que envolvem a detetive amadora Miss Marple.

Miss Marple é muito amiga da Sra. Bantry e todos já conhecem a fama dela de descobrir mistérios. Então quando foi encontrado um corpo de uma jovem na biblioteca dos Bantry, ela foi uma das primeiras a ser chamada. Ela fica um pouco resistente para desvendar o mistério e até o final do livro você acha que ela não está fazendo absolutamente nada.

É nítido o quanto os policiais ficam incomodados com a presença de Marple e rapidamente já colocam ela de escanteio e desmerecem a sua capacidade de desvendar o mistério. Ela já desvendou outros no lugar deles e deve ser humilhante como policial ver uma civil fazer seu trabalho, ainda mais uma senhora.

O corpo encontrado na biblioteca era da jovem Ruby Keene, mas o mais absurdo era que o Coronel Bantry e a Sra Bantry nunca tinham visto a garota na vida. Ao longo do livro vamos descobrindo vários detalhes sobre a vida dela. Ela está trabalhando no hotel, é dançarina, foi trazida pela prima Josie quando a mesma torceu o tornozelo e tem a amizade e o carinho do Sr. Jeffords.

Jeffords perdeu os filhos e a esposa em um acidente, que também o deixou em uma cadeira de rodas. Já com certa idade, depende da nora e do genro e tem muito dinheiro. Ruby é descrita como um doce de menina e a princípio não tem ninguém que poderia querer ver ela morta. Porém, lá está seu corpo estrangulado na biblioteca.

Mark e Adelaide, genro e nora de Jeffords tem um forte motivo para querer a jovem morta. Jeffords queria adotar a garota, deixando para ela nada menos do que 50 mil libras. É um bom dinheiro que ficaria com Mark e Adelaide, que precisam dele já que ambos estão falidos. Mas os dois tinham um álibi.

Raymond Starr é o par de Josie nos números de dança do hotel, mas como Josie está machucada, agora ele faz par com Ruby. Ele foi um dos últimos a ver a garota, já que ela foi assassinada entre os dois números de dança que eles apresentam na noite. É ele que nota, desesperado, que a garota sumiu e avisa Josie.
Logo após dançar com Raymond, George Barlett chama Ruby para dar uma volta, mas ele diz que ela negou. Ele está hospedado no hotel e vive chamando Ruby para dançar. Sua situação com o crime não é das melhores, já que ele não tem um álibi e se apresenta muito confuso sobre os acontecimentos da noite do assassinato. A situação só piora quando seu carro é encontrado em uma pedreira com um corpo carbonizado dentro. Sim, senhoras e senhores, temos um segundo assassinato.

Além de George, temos um outro suspeito. Um jovem diretor de cinema, que tem suas desavenças com o Coronel Bantry, o que explicaria o corpo ter ido parar na biblioteca dele.

A leitura desse livro foi muito rápida e várias teorias foram feitas e desfeitas. Em menos de dois dias já tinha lido o livro inteiro. Já me disseram que Agatha tem essa magia. Se você está querendo um livro rápido e que vai te fazer ficar com os olhos grudados nele, não querendo perder nenhum detalhe.

Obviamente, eu não desvendei o crime, mas a Miss Marple sim. De forma maravilhosa e detalhista, devo acrescentar. Como eu disse no começo, ela é só uma senhora e é vista pelos policiais somente como uma fofoqueira da vila por eles, mas obviamente a observadora Miss Marple coloca todos eles no chinelo.

Confesso que esse não é aquele tipo de livro que dá adrenalina e tem todo um super suspense. Achei ele bem tranquilo e olha que sou bem medrosa para tudo. Só por não ter essa adrenalina que eu costumo esperar nos romances policiais que esse livro não ganha um 5+. Mas super recomendo a leitura, principalmente por ser tão rápida.

Título original: The Body in the Library
Autora: Agatha Christie

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