20/03/2024

Review: A terceira moça - Agatha Christie

A terceira moça A terceira moça by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars

Bom novo ano para todos leitores e leitoras!
Sim, é minha primeira resenha de 2024 - muito atrasada com as leituras, mas quem liga? risos
Como sempre, não sou muito criativa e sempre prestigio outros leitores de AC para não me sentir sozinha nessa "tietagem"....
Segue a resenha de uma das melhores blogueiras literária que conheço: MARIANA FONTANA SZEWKIES - vai lá visitá-la, vale a pena.

Resenha de Mary: A Terceira Moça
https://alemdacontracapa.blogspot.com...

“Também achava, cada vez mais, que havia maldade verdadeira em algum lugar. Ele conhecia a crueldade. Já deparara com ela antes. Conhecia seu lado picante, seu gosto, os trejeitos que tinha. O problema era que não sabia ainda exatamente onde estava localizada. (...) Algo estava acontecendo, algo estava em andamento, algo que ainda não estava concluído. Alguém, em algum lugar, estava em perigo." (CHRISTIE, 2012, p.227).

Hercule Poirot, “o mais verdadeiro dos detetives de verdade” (pag.41), está tomando seu café da manhã tranquilamente quando uma moça pouco bonita e muito desesperada requisita alguns minutos da sua atenção e faz a mais estranha das confissões: ela acredita que talvez tenha assassinado alguém. Depois disso, foge e desaparece. Intrigado, e percebendo que a moça realmente precisa de ajuda, Poirot tenta encontrá-la e descobrir o que está acontecendo, afinal, ter assassinado alguém é algo que sabe. Ou se fez ou não se fez. Nessa aventura, ele conta com a ajuda de sua amiga de longa data, a escritora de romances policiais Ariadne Oliver.

A alegria e o bem-estar de voltar para casa. É assim que me sinto cada vez que leio um livro de Agatha Christie. Talvez com “A Terceira Moça” isso tenha se intensificado já que há muitos meses eu não tinha a oportunidade de ler nada dessa que é uma das minhas autoras favoritas desde que eu tinha 12 anos. E estamos falando de Agatha Christie, portanto, é claro que eu encontrei nessa aventura tudo que eu esperava.

Se eu adoro incondicionalmente a autora, isso se duplica quando se trata de um caso do Poirot que, além de genial, excêntrico e incomparável, é absolutamente hilário. Se ler Agatha é voltar para casa, ter Poirot na aventura é ser recepcionada por um dos meus melhores (e mais antigos) amigos. Em “A Terceira Moça”, o detetive e Ariadne Oliver (provável alter-ego de Agatha) precisam encarar as mudanças advindas da década de 60, em especial o comportamento (e as roupas!) da juventude da época, a independência das moças e os relacionamentos. Inclusive nesse livro são abordados temas que não recordo ter visto com frequência nos livros de Agatha, como uso de drogas.

O mistério é magistralmente arquitetado. O inusitado é que, ao contrário dos casos que têm mortes e suspeitos, esse não tem uma morte. Não tem o crime. Apenas um possível crime que o detetive nem mesmo sabe qual é, onde ou quando ocorreu. De certa forma, esse é um caso que não é um caso. Então do que se suspeita?

A mocinha que pode, ou não, ser louca; o namorado que pode, ou não, ser um interesseiro; as colegas de quarto independentes; o pai ausente que há pouco voltou para casa trazendo consigo uma madrasta indesejável; o tio rico, desmemoriado e cego e sua jovem e bela secretária que pode, ou não, ser uma espécie de espiã ou simplesmente uma interesseira; são os personagens que desfilam por essas páginas.

Agatha manipula seus leitores como ninguém e é a rainha da pista-recompensa. Por isso sempre encerro uma leitura com orgulho de mim mesma quando consigo desvendar suas artimanhas (quem já leu os livros da autora divide o sentimento comigo, tenho certeza). Nesse caso, descobri o quem, o como e o porquê, mas ainda assim a autora aprontou algumas que eu não captei.

Leitura deliciosamente fluida, intrigante e bem amarrada. “A Terceira Moça” poderia ganhar muitos elogios, mas para mim basta um: é um Agatha Christie.

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