Boa Tarde!!
Ler Machado de Assis é viajar por uma mente dinãmica e surpreendente, dentre todos os Contos que li, sinceramente "A Igreja do Diabo" é tão atual, que é de se pensar em como o Ser Humano está em eterna evolução... outro conto que achei bem "assustador" foi o "Conto Alexandrino"...
Desafio Machado de Assis
Há um projeto no Portal do MEC, no qual são disponibilizadas as Obras do Mestre Machado de Assis
Histórias sem data(1884) - leia Aqui
PDF ou Aqui
HTML ou Aqui
DOC
Histórias sem data, de Machado de Assis
Análise da
obra
Histórias sem data reúne 18 contos de Machado de Assis
publicados ao longo de 1883 em periódicos cariocas.
A escolha do título,
"Histórias sem Data", de acordo com o próprio Machado de Assis no prefácio de
advertência da 1ª edição:
De todos os contos que aqui se acham há
dous que efetivamente não levam datas expressas; os outros a têm, de maneira que
este título Histórias sem Data parecerá a alguns ininteligível, ou vago.
Supondo, porém,que o meu fim é definir estas páginas como tratando, em
substância, de cousas que não são especialmente do dia, ou de um certo dia,
penso que o título está explicado. E é o pior que lhe pode acontecer, pois o
melhor dos títulos é ainda aquele que não precisa de explicação. M. de
A.
À primeira vista, como num prefácio normal, Machado de Assis
anuncia sua independência de seu tempo, sua extemporaneidade. Com efeito, mais
de um século decorrido, verificamos que o tempo atua a seu favor, como um aliado
que cronicamente o desvela e fortalece. Fato indiscutível é que o autor não nos
quer presos a qualquer data, e nem sequer à descrição que faz de seus próprios
personagens.
Histórias sem Data foi publicado em 1884, três anos
depois de
Memórias póstumas de Brás Cubas e quando o autor
provavelmente já idealizava o romance
Quincas Borba. Este quarto livro
de contos tem todos os ingredientes que fazem de Machado de Assis um contista
modelar. Desde os chamados “perfis femininos” até sondagens mais profundas da
alma humana, em que investiga, recorrentemente, a diferença entre a “alma
exterior” e a “alma interior”, como já definira o narrador Jacobina, de
O
Espelho (
Papéis avulsos, 1882), passamos por histórias de loucura,
tema freqüente do autor, e somos levados por diferentes narradores, a passear
pelas ruas e bairros de um Rio de Janeiro que não existe mais.
Os contos
de Histórias sem data são:
A Igreja do Diabo -
Este conto presenta a história do dia em que o diabo resolveu fundar uma igreja,
a fim de concorrer com as diversas religiões.
Leia mais...
O Lapso - Neste conto, o
protagonista, Dr. Jeremias Halma, é um médico que trata exatamente das "doenças
da alma", podendo figurar entre aqueles personagens machadianos dotados de
traços semelhantes aos de um analista.
Último Capítulo
- O conto
Último Capítulo é o bilhete de um suicida.
Narrado em
primeira pessoa, Machado de Assis nos traz a figura sombria do bacharel em
direito, Matias Deodato de Castro e Melo, de 51 anos de idade, que está prestes
a cometer o suicídio, no ano de 1871, e começa a explicar a razão dos termos de
seu testamento, no qual dispõe que sejam seus objetos e um casebre que possui
vendidos, e o dinheiro revertido na compra de sapatos e botas novas, a serem
distribuídos conforme indicação sua.
Mais precisamente, Matias Deodato,
homem amargurado, que se define como “um grande caipora, o mais caipora de todos
os homens”, sintetiza, nas entrelinhas, as agruras de uma vida marcada por
reveses que vão desde a infância solitária a uma carreira sem brilhantismo,
passando pelo casamento insosso e pela tragédia de um filho tão esperado que
nasceu morto, culminando com a descoberta – após a morte da mulher Rufina,
vítima de “uma febre perniciosa” –, que ela o traíra com o amigo Gonçalves,
confidente e quase compadre.
O caiporismo foi comigo, na garupa do
burro, e onde eu me apeei, apeou-se ele também. Vi-lhe o dedo em tudo, nas
demandas que não vinham, nas que vinham e valiam pouco ou nada, e nas que,
valendo alguma coisa, eram invariavelmente perdidas. Assim, Matias Deodato
resume a falta de sorte que o acompanhou por toda a vida, até que, cansado e sem
esperança de ser feliz, desiste de viver. E o conto bem poderia chamar-se “O
caipora”, não fosse a descoberta que nosso amigo faz enquanto se prepara para o
“mergulho na eternidade”.
Debruçado na janela, vê passar um homem
conhecidamente vítima de vários infortúnios, que segue, no entanto, risonho,
contemplando os sapatos de verniz bem talhados, conforme observa nosso caipora.
Ia alegre; via-se lhe no rosto a expressão de bem-aventurança. Evidentemente
era feliz; e, talvez, não tivesse almoçado; talvez mesmo não levasse um vintém
no bolso. Mas ia feliz, e contemplava as botas (...) nada vale, para ele, um par
de botas, comenta ele, concluindo assim que
a felicidade é um par de
botas.
Daí a razão do testamento de Matias Deodato, que acredita, com
a ação, fazer um certo número de venturosos, e conclui sua narrativa com a
expressão
Eia, caiporas! Que a minha última vontade seja cumprida. Boa noite,
e calçai-vos!.
Cantiga de Esponsais - Tem como tema
principal a música, o ato da criação musical.
Leia
mais...
Singular Ocorrência - Este conto é o relato de um
homem a um amigo sobre o caso extraconjugal de um outro amigo. Ele conta que
esse amigo e a amante eram apaixonados (ela abandonara a prostituição por ele) e
que, numa única vez, o havia traído. E foi este caso que gerou um grande
turbilhão emocional que quase acabou no rompimento e suicídio da amante, mas
eles por fim se reconciliaram e viveram felizes até que ele mudou de província e
morreu antes de voltar.
A traição de uma ex-prostituta, de caráter
irreprochável, em relação ao amante, é narrada sem que nenhum dos interlocutores
do conto consiga encontrar uma explicação racional para o fato.
Em
Singular Ocorrência o autor afasta-se do narrador e deixa o leitor
identificar-se consigo mesmo na pessoa do herói-narrador.
Não existe
neste conto um narrador explícito, entretanto, no diálogo desenvolvido pelas
personagens evidencia que existe uma outra narrativa dentro da primeira, pois
fala da história de uma mulher que foi avistada pelas personagens que realizam o
diálogo inicial. Portanto, Machado de Assis soube utilizar-se da técnica
narrativa do diálogo com perfeição, não havendo, neste caso, a necessidade de
utilização de um narrador interferindo na história vivida pelas personagens.
Sem, no entanto, deixar de fazer uso da interferência e juízos de valor quando
passa a uma das personagens o papel de narrador para contar a história de
Marocas.
Galeria Póstuma - O conto narra a história de
um rapaz que encontra o diário de seu tio, falecido recentemente, e descobre a
surpreendente opinião do homem sobre as pessoas que o cercavam, incluindo o
rapaz. É uma crítica à hipocrisia.
Capítulo dos Chapéus
- Neste conto Machado de Assis discorre sobre um desejo reprimido que reaparece,
deslocado, mas que perturba a jovem Mariana.
Leia
mais...
Conto Alexandrino - Conto em que o
cientificismo naturalista da época vem satirizado, onde Machado de Assis busca
dar uma força de realidade à sua ficção. Seu interesse não é meramente realizar
um exercício formal, mas dar "realidade à invenção".
Em
Conto
Alexandrino, os protagonistas Pitias e Stroibus são cientistas, que vão
para Alexandria em busca do reconhecimento e a ação principal envolve uma
pesquisa científica. Eles vivisseccionam animais e seres humanos em busca da
origem da desonestidade. Em nome da ciência, Stroibus mata lentamente milhares
de ratos. Procuram comprovar a teoria de que, ao beber o sangue de um animal, o
homem adquiria a característica moral deste. Ao tomar o sangue de uma aranha, o
homem desenvolveria o dom da música.
Primas de Sapucaia
- Em
Primas de Sapucaia o narrador nos convida explicitamente a
associações que se ajustem às nossas circunstâncias, para que compreendamos,
"calculemos" melhor. A uma bela hora, ele pede que calculemos o seu enfado
diante de uma situação involuntariamente ocasionada por essas "fortuitas"
primas, para a seguir afirmar:
Não será difícil calculá-lo, porque
essas primas de Sapucaia tomam todas as formas, e o leitor, se não as teve de um
modo, teve-as de outro. Umas vezes copiam o ar confidencial de um cavalheiro
informado da última crise do ministério, de todas as causas aparentes ou
secretas, distensões novas ou antigas, interesses agravados, conspiração,
crise.
Uma Senhora - No conto
Uma Senhora,
o autor, Nachado de Assis, conta as dificuldades de uma jovem mulher, dona
Camila, de aceitar a velhice, mostrando as artimanhas que faz, de maneira
inconsciente, para evitar que a filha case, vendo só defeitos nos pretendentes.
Até que, por fim, sem outro remédio, verga-se às imposições da vida,
assumindo-se como avó enlevada.
Leia
mais...
Anedota Pecuniária - Este conto é uma
crítica a ganância. Nele um homem "vende" suas sobrinhas aos homens que as amam,
por causa de sua fascinação pelo dinheiro.
Fulano -
Beltrão é um homem que vai aos poucos se tornando mais um homem público que
privado após receber elogios públicos e acaba deixando seu dinheiro para a
posteridade e não a família.
A Segunda Vida - Machado de
Assis apresenta em
A Segunda Vida a sua versão do mito de Er, como
descrito por Sócrates no Livro X da República. Trata-se da história de um certo
José Maria que, após sua morte, procura o Monsenhor Caldas alegando ter passado
por outras vidas. O Monsenhor percebe que é um maluco e manda um serviçal chamar
a polícia. Enquanto isso, vai distraindo o visitante. Ele alega que falecera no
dia 20 de março de 1860, quando tinha 68 anos. Como era a milésima alma de uma
seqüência, foi premiado com o retorno à Terra. Ele declarou então que lhe era
"indiferente nascer mendigo ou potentado. Escolheu nascer
experiente.
Apesar do "riso universal" com que os anjos ouviram o seu
desejo, ele teimou e conseguiu o que queria.
Noite de
Almirante - O conto
Noite de almirante foi publicado em 10 de
fevereiro de 1884, no Gazeta de Notícias, Rio de Janeiro, e depois incluso na
coletânea
Histórias sem Data, do mesmo ano.
Leia
mais...
Manuscrito de um
Sacristão Por: Germana M. da S. Coelho RA: 154070
Esse conto, de Machado de Assis, apresenta as seguintes personagens: o sacristão, o padre Teófilo e Eulália.
O sacristão, além de ser uma personagem, é também o narrador da história. É ele quem apresenta todos os outros personagens ao leitor: suas características físicas e psicológicas e também narra todos os acontecimentos. Ele se apresenta como um ex-seminarista e conhecedor dos assuntos eclesiásticos. Não se tornou padre devido a uma paixão violenta que, segundo suas palavras, “o levou à miséria”.
Graças à sua simpatia pela religião, decidiu ganhar a vida como sacristão aos trinta anos. Foi colega de seminário do padre Teófilo e se auto definia como um “filósofo sacristão”.
O Padre Teófilo pertencia à uma família cuja tradição era a de que, a cada geração, um dos homens fosse padre e, por isso, ele também tinha um tio mais velho que era cônego. Ele era primo de Eulália, mas os dois não se viam desde a infância, quando a família dela mudou-se da cidade de Vassouras, onde nasceram, e foi para a Corte. O sacerdote era um bom padre, segundo seu “amigo” sacristão, porém, toda a sua devoção encontrava uma barreira na dificuldade com a retórica.
Eulália estava com trinta e oito anos no momento em que a narrativa acontece e ainda era muito bonita. Durante toda a sua vida, rejeitou vários casamentos. No começo, sua mãe achou isso normal, mas depois estranhou o fato de sua filha não se interessar por ninguém. A mãe da jovem se preocupava porque temia morrer e deixar a filha só. Eulália não explicava o motivo de recusar tantos pretendentes e sua mãe dizia-lhe que esperar uma grande paixão seria arriscar-se demais.
Depois de muitos anos, os primos se reencontraram no dia em que Eulália mandou celebrar um missa por ocasião da data de um ano de falecimento de sua mãe. Esse encontro foi muito marcante para os dois, pois despertou muitos sentimentos guardados em suas almas. Eles se sentiram vivendo um conflito com as suas respectivas realidades. O padre havia gastado a sua mocidade divulgando concepções religiosas em que acreditava, mas que não conseguia transmitir aos outros. Além disso, seus amigos de seminário ascendiam em suas carreiras eclesiásticas e ele não. Quanto à Eulália, passou sua vida procurando ou, melhor dizendo, esperando uma grande paixão que não chegou.
O Padre iniciou visitas freqüentes à casa da prima, sempre acompanhando pelo sacristão que se aproveitava da situação para comer bem lá.
Certo dia, os primos que se amavam recuaram em seus desejos, tomados pelo medo que os envolvia. O padre voltou para a roça onde morara por muitos anos e Eulália, após achar o marido de seus sonhos, percebeu que a vida que sonhara era impossível.
http://realisticamentemachadianos.blogspot.com.br/2010/10/manuscrito-de-um-sacristao.html
Ex-Cathedra “Ex Cathedra”, um contozinho insignificante pelo qual sempre tive o maior carinho. É a história do Dr. Fulgêncio, um homem meio aluado que vive entre os livros e para os livros, numa chácara da Tijuca, com sua afilhada, Caetaninha, de catorze anos. Melhor dizendo, é a história de Caetaninha, que adora o padrinho e as mucamas, mas algo lhe falta até o dia em que à porta da chácara apeia-se um rapaz órfão, da idade dela. Raimundo é sobrinho do doutor, instala-se na chácara e na vida dos dois.
Caetaninha vivia só, raramente descia à cidade: “Quando via passar na estrada uma cavalgada de homens e senhoras, punha a alma na garupa dos animais, e deixava-a ir com eles, ficando-lhe o corpo ao pé do padrinho que continuava a ler.” Os dois jovens ficam inseparáveis, e o Dr. Fulgêncio cisma em casá-los. Para tanto, põe-se a preparar um curso explicando-lhes as razões físicas e metafísicas do amor. Faz isto com a autoridade intelectual de quem redigiu por iniciativa própria uma constituição para a Turquia (que enviou ao ministro inglês) e de outra feita dedicou-se a estudar a anatomia dos olhos para saber se eles podiam ver de fato (concluiu que sim).
O Dr. Fulgêncio ensina o amor aos jovens pelo método “ab ovo”, principiando com a descrição do Universo. As aulas aproximam ainda mais Raimundo e Caetaninha. “Enquanto o velho falava, reto, lógico, vagaroso, curtido de fórmulas, com os olhos fixos em parte nenhuma, os dois alunos faziam trinta mil esforços para escutá-lo, mas vinham trinta mil incidentes distraí-los”. Os meses se passam, os dois passam a sentir emoções que não compreendem. “Para a semana,” pensa o doutor, “entro na organização das sociedades; todo o mês que vem e o outro é para a definição e a classificação das paixões; em maio, passaremos ao amor... já será tempo...”
Esse é o penúltimo parágrafo do conto, porque no último registra-se o primeiro beijo do casal, testemunhado por algumas lagartas, um marimbondo e um gafanhoto que passavam pelo terraço da chácara. Nada acontece de memorável no conto, como aliás na maioria dos contos de Machado. Tudo está no jeito de dizer, nas comparações, da descrição dos movimentos dos olhos dos personagens, na escolha das palavras, que têm sempre uma carga afetiva maior que sua carga denotativa, imediata. E na tensão (que é a da conto inteiro) entre um intelecto, que tudo quer compreender e explicar, e uma imaginação desejante, que dele se desprende e alça vôo.
http://mundofantasmo.blogspot.com.br/2010/02/1685-machado-ex-cathedra-682008.html
A Senhora do
Galvão - Em
A Senhora do Galvão conhece-se o caso de uma
mulher, Maria Olímpia, com a “vocação da vida exterior”, que se sente ameaçada
em seu casamento com um advogado depois que começa a receber cartas anônimas
insinuando amores de seu marido com a jovem viúva de um brigadeiro.
No
conto Maria Olímpia recebe tantas cartas pelo correio, que o marido suspeita
tratar-se de correspondência amorosa entre a esposa e um provável amante e a
obriga a entregar-lhe as cartas. As cartas são, no entanto, cartas anônimas que
acusam não a mulher mas o marido. A cena é narrada com um rigor
microscópio:
Galvão abriu a carta e deitou-lhe os olhos ávidos. Ela
enterrou a cabeça na cintura, para ver de perto a franja do vestido. Não o viu
empalidecer. Quando ele, depois de alguns minutos, proferiu duas ou três
palavras, tinha já a fisionomia composta e um esboço de sorriso. Mas a mulher,
que o não adivinhava, respondeu ainda de cabeça baixa; só a levantou daí a três
ou quatro minutos, e não para fitá-lo de uma vez, mas aos pedaços, como se
temesse descobrir-lhe nos olhos a confirmação do anônimo. Vendo-lhe, ao
contrário, um sorriso, achou que era o da inocência, e falou de outra
coisa."
Apesar da denúncia, a instituição do casamento permanece
intocável. O "curto-circuito emocional" provocado pela presença de um amante na
relação de propriedade que se firma com o casamento, não ocasiona, na versão
feminina de descoberta de uma amante, reações radicais de rompimento,
semelhantes às tomadas por Vilela, em A Cartomante, e por Bentinho, em Dom
Casmurro.
As Academias de Sião -
Em As academias de
Sião o fantástico explícito se traveste de situações alegóricas, um recurso
muito usado pelo autor em suas intermitentes incursões ao fantástico. A intenção
inicial, no caso, é satirizar as acadêmicas literárias e científicas, tão em
voga em fins do século XIX, mas o conto acaba tendo mais efetividade na situação
prática vivida pelos dois personagens principais. Pois eles resolvem ‘trocar’ se
sexo: um rei passa a ser mulher e uma rainha assume o papel masculino dentro da
trama.
Machado de Assis tem o objetivo de pôr a descoberto a problemática
do comportamento humano. Ao enfocar a troca de identidade entre a princesa
Kinara e o rei Kalapanko, o autor delineia a cruel ambição do indivíduo pelo
poder. Se por um lado a morte é termo inevitável, a perfídia caracteriza a
verdadeira ruptura de lucidez. É nesse plano que vão emergir, no pano das
idéias, prováveis sentimentos sob os quais o mundo é regido.
Kinara, em
corpo de rei, transcende as emoções humanas e descobre que mesmo aqueles a quem
se eleva com valores de notoriedade, sugerem controvérsias quando o assunto é
virtude. Os intelectuais surgem, então, com o triunfo de serem "o arroz da
ciência e a luminária do mundo". Machado, com extrema sutileza, ao metamorfosear
corpo e alma, destrona valores ditos sociais para entronizar o que realmente vai
no pensamento humano: a hipocrisia, a mentira, a injúria, a falsidade, a
traição.
Se U-Tong, também personagem do conto, denuncia a todos como
sendo pulhas do reino, também ele o é, porque esquece que está igualmente
inserido no contexto social. E como entender das transformações que ocorrem no
coração daqueles que, na primeira oportunidade de exercerem o poder, se tornam
mandatários?
Machado de Assis mistura ficção e realidade num fascinante
jogo de idéias ao trazer a figura de Kalapanko às vistas do leitor. Os
personagens são a legitimidade das contradições humanas.
Resumos Aqui:
http://www.netsaber.com.br/resumos/ver_resumo_c_42242.html
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_comentarios/n/noite_de_almirante_conto
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_comentarios/c/cantiga_de_esponsais_conto