28/04/2015

DL 2015 - Chapeuzinho Amarelo

Eu li: "Chapeuzinho Amarelo"
Boa Tarde!!

Desafio Especial: Literatura Nacional
Reading Challenge 41 - Um Autor que nunca leu antes

Quando começa o ano, parece que as escolhas, programações, e tudo mais será simples...

Quero fazer parte dos desafios literários, pois para quem gosta de ler, 52 livros em um ano não parece muito, até você TER que ler - pelo menos 12 - o CAOS se instala e pronto - só correria...

Achei que seria mais fácil cumprir, mas não vou desistir da minha meta e vou, devagar, mas chegarei ao fim de ano e vencerei os desafios....

Desde o começo do ano procuro primeiro um livro nacional para encaixar nos temas, ou mesmo um clássico...

Para esse desafio achei que já era hora de fazer duas escolhas - conhecer o Escritor Chico Buarque e matar a curiosidade que sempre tive de ler "Chapeuzinho Amarelo" - muito infantil???

Sei lá... eu achei um doce!!!!

Para aqueles que gostam do Compositor - segue um resumo da vida desse grande personagem Brasileiro - Chico Buarque de Holanda:

Vida e Obra do Autor
http://www.uems.br/seminarioemeducacao/anais/07.Moysa.pdf

Francisco Buarque de Holanda, filho do renomado historiador Sérgio Buarque de Holanda e de Maria Amélia Cesário Alvim, nasceu no Rio de Janeiro, em 19 de junho de 1944.
Desde criança, Chico sentia-se atraído pela música. Aos quinze anos, estreia num show de estudantes com a música de sua autoria Marcha para um dia de sol.
De ouvidos atentos, Chico deixou-se levar pela voz e a bossa nova de João Gilberto na composição de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, situação que influenciaria os rumos de sua vida artística.
Chegou à vida universitária no início da década de 1960, auge do movimento popular e estudantil que precedeu o golpe militar de 1964. Em 1965, reunindo poesia ao futebol, feijoada à música, a solidariedade ao bom humor, Chico escreve os sessenta versos de Pedro Pedreiro e, também no mesmo ano, é convidado por Roberto Freire a musicar Morte e vida severina, de João Cabral de Mello Neto.
Apesar de o Brasil já estar sob as botas da ditadura, a televisão era ainda incipiente e a juventude da época respirava música, teatro, literatura e cinema brasileiros. Em 1966, A banda ganha o II Festival de Música Popular Brasileira da TV Record. No mesmo ano, Chico grava seu primeiro LP e se torna uma celebridade nacional e internacional.
Aos poucos, o regime endurecia e forçava aqueles que participavam do mundo da produção cultural, catalisadores do pensamento nacional, a tomar posições. Em 1967, as ruas brasileiras começaram a sentir o estremecimento provocado pelos tanques e pelas botinas dos militares no poder. No ano de 1968, Chico Buarque escreve a peça teatral Roda viva, que desafiou a repressão que o país sofria e obteve plausível sucesso no meio cultural paulista. Quando o Ato Institucional nº 5, de 13 de dezembro de 1968, “explodiu”, a vida de Chico tornou-se conturbada, sendo, inclusive, no dia 18 do mesmo mês, acordado com os militares já forçando a porta de seu apartamento. Assim, reprimido, no dia 03 de janeiro de 1969, ele e sua então esposa, Marieta Severo, embarcaram para Cannes, na França. Exilados, a primeira filha do casal, Silvia, acabou nascendo na Itália, em 28 de março de 1969.
Mesmo estando a ditadura sob o poder do general mais linha dura, Emílio Garrastazu Médici, que num discurso político do “pão e circo” fomentava o slogan “Brasil: ame-o ou deixe-o”, Chico e a família retornam, no início de 1970, ao Brasil.  Em 1971, lançou Construção, dando tons concretos à realidade dura dos brasileiros das classes mais populares, flagrando a impossibilidade de ação diante das grandes estruturas de poder que se formavam no começo dos anos 1970. Chico mostrou os tons obscuros da política militar do “pão e circo”, que buscava a alienação das massas, sob o manto do patriotismo exacerbado.
Tendo se transformado num símbolo de luta contra a ditadura, Chico, com o intuito de escapar da censura, criou o pseudônimo Julinho da Adelaide. Julinho compôs três músicas: Acorda amor, Jorge Maravilha e Milagre brasileiro.
Em 1974, escreveu sua primeira obra literária, Fazenda modelo, baseado no livro A revolução dos bichos, de George Orwell, e, em 1977, lança seu primeiro disco para crianças, intitulado Saltimbancos, baseado no conto Os músicos de Bremen, dos Irmãos Grimm. No fim da década de 1970, a crise do petróleo fez cair por terra as ilusões do milagre brasileiro sustentadas pelo governo militar. Assim, a ditadura perdia a única justificativa possível: o crescimento econômico. Os generais preparavam sua saída e anunciavam a anistia aos exilados.
Foi nesse processo inicial de redemocratização que Chico Buarque estreia na área da literatura infantil e lança, em 1979, o livro Chapeuzinho amarelo.

Pessoal - me sinto muito intimidada com essa de fazer resenhas - prefiro indicar - quando não me sinto inspirada - outros Blogs, pois vamos combinar, temos muitos Blogueiros com muito talento, vamos prestigia-los:

Resenha de Chapeuzinho Amarelo — Chico Buarque de Holanda

Chapeuzinho Amarelo, de Chico Buarque de Holanda , conta a história de uma menina com medo do medo — uma menina amarela de medo — que transforma a fantasia dos contos em sua própria realidade, chegando ao ponto de não brincar, não se divertir, não comer, nem mesmo dormir.


Enfrentando o desconhecido “O Lobo”, ela supera medos, inseguranças e descobre a alegria de viver. Com sensibilidade, Chico Buarque constrói um texto no qual aparece com transparência o valor mágico que o autor atribui à palavra e não só trata com maestria nossos medos, como também, ensina as crianças a superar suas fobias.


...Chapeuzinho Amarelo,
de tanto pensar no lobo,
de tanto sonhar com lobo,
de tanto esperar o lobo,
um dia topou com ele
que era assim:
carão de lobo,
olhão de lobo,
jeitão de lobo
e principalmente um bocão
tão grande que era capaz
de comer duas avós,
um caçador,
rei, princesa,
sete panelas de arroz
e um chapéu
de sobremesa ....


Considerado um clássico da literatura infantil brasileira, Chapeuzinho Amarelo de Chico Buarque de Holanda, foi editado pela primeira vez em 1979 e, foi relançado em 1997 pela Editora José Olympio com ilustrações do chargista e caricaturista Ziraldo. A obra foi condecorada com o selo Altamente Recomendável para Crianças da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), em 1979, e ganhou o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro (CBL), em 1998.

A expressão “Era a Chapeuzinho Amarelo” assinala o começo do novo conto e faz alusão direta à fórmula “Era uma vez”. Existe, no entanto, uma diferença: a abertura do texto não está direcionada para um acontecimento que talvez tenha acontecido “uma certa vez”, mas descreve a atitude de uma menina que transforma a fantasia dos contos em sua própria realidade.

O leitor ao ler o título “Chapeuzinho Amarelo”, imediatamente dirá: “Eu já li esse livro!”... “mas o chapeuzinho era vermelho!”, “será que também tem lobo nessa história e vai comer a chapeuzinho?”, porém ao virar a página percebe que é diferente do conto original, já que a menina do Chapeuzinho Amarelo, apresenta uma heroína que com características culturais de um novo tempo enfrenta os conflitos presentes na criança moderna que, muitas vezes, se deixa dominar pelo medo e esse medo de tudo a impede de viver enquanto criança, isolando-a do mundo, dos prazeres da infância e da alegria de viver.

Nessa nova versão de Chapeuzinho, texto e imagens afirmam que Chapeuzinho Amarelo tinha muito medo de encontrar um lobo fantasioso, que tal como o velho lobo, este novo lobo também era capaz de não só comer a vovozinha, mas também um caçador, rei, princesa, sete panelas de arroz e um chapéu de sobremesa e, este medo é muito bem ilustrado por Ziraldo que utiliza uma figura-fundo onde a sombra projetada pelas pernas de Chapeuzinho sugere formar a boca do lobo pronto para devorá-la e, essa “boca”, representa o medo que a menina possuía de um lobo não-existente que só aparece como uma sombra recortada na claridade.

Sem receber ajuda de nenhuma “entidade mágica”, Chapeuzinho tem que enfrentar “ O medo do medo do medo de um dia encontrar um LOBO...Um LOBO que não existia” e este confronto torna-se decisivo para o desenlace da história, pois neste momento ocorre o conflito entre o personagem e a possível solução do mesmo e, é esta mudança de atitude que rompe a opressão, o controle e faz com que se liberte do conformismo e da passividade da antiga menina — Chapeuzinho Vermelho.

Neste confronto, a ilustração que acompanha a menina e o lobo mostra os dois frente a frente com as mãos abaixadas, como se estivessem prontos para uma luta — a defesa de seu espaço — e a menina percebe que o lobo já não lhe causa nenhum medo e, na ilustração seguinte, apresenta uma Chapeuzinho já sem medo do lobo, com o corpo projetado para a frente e encarando o lobo e, a partir deste encontro, Chapeuzinho que se fechava para o mundo, presa à sua imaginação, começa a enxergar o lobo como um animal qualquer, provavelmente incapaz de devorar pessoas, portanto, já não o vê mais como um animal traiçoeiro e cruel capaz de engoli-la sem mastigar.

O Lobo, por sua vez, ao compreender que a menina não tinha mais medo e, portanto, não reage conforme suas expectativas, sente-se desmoralizado e isto é ressaltado na ilustração quando o lobo perde sua identidade pavorosa e ganha a imagem de um verdadeiro palhaço.

Na tentativa de recuperar seu papel de vilão dominador, grita seu nome várias vezes e ao ouvir seus gritos Chapeuzinho Amarelo não demonstra medo, como nas versões consagradas do conto e, mais uma vez, o narrador afirma que a menina conhece as antigas histórias em que o lobo aparece como sendo mau, insaciável, destruidor. Para afirmar isso, usa a palavra "enjoada", o qual subentende-se que a menina está saturada desse animal faminto que aparece em tantas histórias que ouviu ou leu e, como tal, despreza suas garras e presas às quais considera inofensivas e, portanto, a Chapeuzinho Amarelo, neste momento, revela uma nova imagem: corajosa, forte, dominadora e ousada.

A superação do medo é também percebida através da decomposição em sílabas da palavra "lobo" e da inversão destas sílabas e, o próprio lobo, através do grito e da repetição do seu nome “....lo-bo-lo-bo-lo-bo-lo-bo-lo...” , na tentativa de recuperar sua imagem amedrontadora, colabora para sua transformação da palavra “lobo” em "bolo"!

Nesse momento “O LOBO” vira “um lobo”, ou melhor dizendo “um lobo bolo” todo decorado pela imaginação da Chapeuzinho, que podia degustá-lo, mas preferiu não comer aquele “bolo de lobo”, porque sempre preferiu o de chocolate...

Um outro fator interessante e importante na história é a transformação da figura do lobo através da própria palavra"LOBO", que, inicialmente, aparece em letras maiúsculas até quando a menina o confronta e, a partir do momento que ela perde o medo, a grafia passa a ser minúscula: "lobo", portanto, menos perigoso do que “LOBO”.

A partir desse momento, o autor não mais se refere à menina como Chapeuzinho Amarelo, uma vez que a palavra "Amarelo" significa o medo que ela sente do lobo e quando esse medo desaparece, ela escapa, com talento e coragem, da prisão nominal de Chapeuzinho Amarelo — Agora ela é a "Chapeuzinho" ou "a menina", que passa a ser simplesmente menina e, como tal, passa a se divertir com outras crianças e, aparece então, brincando de amarelinha com as bochechas vermelhas — sinal evidente de que o medo passou — já não é mais amarela — e na última página, o chapéu aparece como se fosse jogado para o ar...

A essa altura descobrimos uma menina que pela sua coragem, capacidade e sagacidade aprendeu como transformar o velho em novo, portanto, apta para fazer suas próprias escolhas. Utilizando-se de trocadilhos e deslocamentos, entre palavra-som-imagem, a menina, recria outros companheiros dos quais qualquer “menina”poderia ter medo: dragão, coruja, tubarão, bicho-papão e outros monstros e, ao mesmo tempo, apresenta “comportamentos”muitas vezes não esperados para meninas: como entrar no mato, trepar em árvores e roubar frutas..


Mesmo quando está sozinha,
Inventa uma brincadeira.
E transforma em companheiro
cada medo que ela tinha:
o raio virou orrái,
barata é tabará,
a bruxa virou xabru
e o diabo é bodiá.


O medo que fazia tremer Chapeuzinho Amarelo e a impedia de manifestar suas vontades e desejos de criança, desapareceram e, amadurecida, mostra possuir discernimento suficiente para ingressar no mundo dos adultos, portanto, responsável por seus próprios atos.

Pode-se dizer que a paródia de Chico Buarque — ao contrário do conto tradicional Chapeuzinho Vermelho,no qual o Lobo ocupa a posição de dominador com características de maldade e agressividade e a Chapeuzinho representa posição de dominada, com suas características de ingenuidade e impotência — descreve a atitude de uma menina que transforma a fantasia dos contos de fadas em sua própria realidade, porém, ao confrontar seus medos transforma-se numa menina forte e dominadora e, o Lobo, fraco e dominado.

Vale ressaltar que o jogo visual utilizado para ilustrar o medo da menina,neste livro, imediatamente, nos remete às brincadeiras em que as crianças produzem imagens a partir da sombra de suas mãos.

Chico Buarque aborda com mestria, a eficácia simbólica da poesia — a vitória sobre o medo, por meio do poder da palavra — na questão do desenvolvimento infantil, os percalços da criança para crescer, e sobretudo da questão primordial do enfrentamento do “medo” , não só do medo infantil, mas também, medo da criança que habita em cada um de nós e que muitas vezes nos impede de viver.

Mostra ainda que para a criança e também para alguns de nós, os grandinhos, a realidade é contraditória, ambígua, e que para viver precisamos aprender a viver de uma forma mais real possível e não numa realidade que muitas vezes é deformada por nós mesmos, nos privando de fazermos as coisas corriqueiras por medo ao desconhecido que pode nos trazer “alguns riscos inevitáveis”, porém, quando o enfrentamento se impõe, o objeto desse medo surge nas suas reais dimensões e o medo desaparece e, portanto, crescemos e aprendemos a viver.


Chapeuzinho Amarelo — Chico Buarque de Holanda

Era a Chapeuzinho Amarelo.
Amarelada de medo.
Tinha medo de tudo, aquela Chapeuzinho.
Já não ria.
Em festa, não aparecia.
Não subia escada, nem descia.
Não estava resfriada, mas tossia.
Ouvia conto de fada, e estremecia.
Não brincava mais de nada, nem de amarelinha

Tinha medo de trovão. 
Minhoca, pra ela, era cobra.
E nunca apanhava sol, porque tinha medo da sombra.
Não ia pra fora pra não se sujar.
Não tomava sopa pra não ensopar.
Não tomava banho pra não descolar.
Não falava 
nada pra não engasgar.
Não ficava em pé com medo de cair.
Então vivia parada, deitada, mas sem dormir, com medo de pesadelo.
Era a Chapeuzinho Amarelo…


E de todos os medos que tinha
O medo mais que medonho era o medo do tal do
 LOBO. Um LOBO que nunca se via,
que morava lá pra longe,
do outro lado da montanha,
num buraco da Alemanha,
cheio de teia de aranha,
numa terra tão estranha,
que vai ver que o tal do LOBO
nem existia.

Mesmo assim a Chapeuzinho 
tinha cada vez mais medo do medo do medo
do medo de um dia encontrar um LOBO. 

Um LOBO que não existia.

E Chapeuzinho amarelo,
de tanto pensar no LOBO,
de tanto sonhar com o LOBO,
de tanto esperar o LOBO,
um dia topou com ele
que era assim:
carão de LOBO,

olhão de LOBO,
jeitão de LOBO,
e principalmente um bocão
tão grande que era capaz de comer duas avós,
um caçador, rei, princesa, sete panelas de arroz…
e um chapéu de sobremesa. 



Finalizando…
Mas o engraçado é que
assim que encontrou o LOBO,
a Chapeuzinho Amarelo
foi perdendo aquele medo:
o medo do medo do medo do medo que tinha do LOBO.

Foi ficando só com um pouco de medo daquele lobo.
Depois acabou o medo e ela ficou só com o lobo.
O lobo ficou chateado de ver aquela menina
olhando pra cara dele,

só que sem o medo dele.
Ficou mesmo envergonhado, triste, murcho e branco-azedo,
porque um lobo, tirado o medo, é um arremedo de lobo. É feito um lobo sem pelo.
Um lobo pelado.


O lobo ficou chateado.
Ele gritou: sou um LOBO!
Mas a Chapeuzinho, nada. 

E ele gritou: EU SOU UM LOBO!!!
E a Chapeuzinho deu risada.
E ele berrou: EU SOU UM LOBO!!!!!!!!!!
Chapeuzinho, já meio enjoada,
com vontade de brincar de outra coisa.
Ele então gritou bem forte aquele seu nome de LOBO
umas vinte e cinco vezes,
que era pro medo ir voltando e a menininha saber
com quem não estava falando:
LO BO LO BO LO BO LO BO LO BO LO BO LO BO LO BO LO BO LO BO LO


Aí, Chapeuzinho encheu e disse:
"Pára assim! Agora! Já! Do jeito que você tá!" 

E o lobo parado assim, do jeito que o lobo estava, já não era mais um LO-BO.
Era um BO-LO.
Um bolo de lobo fofo, tremendo que nem pudim, com medo de Chapeuzim.
Com medo de ser comido, com vela e tudo, inteirim.
Chapeuzinho não comeu aquele bolo de lobo,
porque sempre preferiu de chocolate.



Aliás, ela agora come de tudo, menos sola de sapato.
Não tem mais medo de chuva, nem foge de carrapato.
Cai, levanta, se machuca, vai à praia, entra no mato,
Trepa em árvore, rouba fruta, depois joga amarelinha,
com o primo da vizinha, com a filha do jornaleiro,
com a sobrinha da madrinha
e o neto do sapateiro.


Mesmo quando está sozinha, inventa uma brincadeira.
E transforma em companheiro cada medo que ela tinha:
O raio virou orrái;
barata é tabará; a bruxa virou xabru; e o diabo é bodiá.
FIM




Ah, outros companheiros da Chapeuzinho Amarelo:
o Gãodra, a Jacoru,
o Barãotu, o Pão Bichôpa…
e todos os tronsmons).




Chapeuzinho Amarelo
Autor:
 Chico Buarque de Holanda
Ilustrador: Ziraldo
Assunto: Infanto-Juvenil — Literatura Infantil
Editora: José Olympio
Preço: De R$ 10,90 até R$ 22,00
Blog Livros Pra Ler e Reler

30/03/2015

DL 2015 - Samantha Sweet, Executiva do lar

Eu li: "Samantha Sweet, Executiva do lar"
Boa Tarde!!

Ai que mês corrido, e portanto, resolvi reler Samantha Sweet, ela retrata mais do que nunca minha realidade... me diverti muito ao ler esse livro e recomento....

O Gênero desse livro - aprendi o nome nesse ano - é Chick Lit - explicado aqui:

O que é Chick Lit? 
Nada mais é do que romances leves, simples, divertidos e charmosos que são o retrato da mulher moderna, independente, forte... O gênero possui protagonistas femininas muito fortes e autenticas.

Para o Reading Challing vale por ser um livro escrito por uma mulher - estou meio atrasada, mas não desisto de minhas leituras

Reading Challenge 09 - Um Livro Escrito por uma mulher

Segue, como me sinto meio despreparada para minhas próprias resenhas, indico outras pessoas que considero mais aptas e mais talentosas....

Resenha de "Samantha Sweet, Executiva do lar" (Sophie Kinsella)

http://www.irreparavel.com.br/2013/08/resenha-de-samantha-sweet-executiva-do.html

"Tempero de Sophie Kinsella"

Sinopse: Meu nome é Samantha,
 tenho 29 anos. Nunca assei um pão
 na vida. Não sei pregar botão. 
O que sei é reestruturar um 
contrato financeiro e economizar
 30 milhões de libras para meu
 cliente.
Samantha Sweet é uma advogada
 poderosa em Londres. Trabalha dia
 e noite, não tem vida social e só 
se preocupa em ser aceita 
como a nova sócia do escritório.
 Ela está acostumada a trabalhar 
sob pressão, sentindo a adrenalina
 correr pelas veias. Até que um dia... 
comete uma grande mancada
. Um erro tão gigantesco que pode
 destruir sua carreira. 
Samantha desmorona, foge do escritório,
entra no primeiro trem que vê e vai parar no meio do nada. 
Ao pedir informação em uma linda mansão, é confundida com
uma candidata a doméstica e lhe oferecem o emprego. Os 
patrões não fazem ideia de que contrataram uma advogada formada em 
Cambridge, com QI de 158, e que não tem a menor noção de como ligar
 um forno! O caos se instala quando Samantha luta com a
 máquina de lavar... a tábua de passar roupa... e tenta fazer 
cordon bleu para o jantar... Mas talvez não seja tão incapaz como 
doméstica quanto imagina. Talvez, com alguma ajuda, ela possa até fingir. 
Será que seus patrões descobrirão que sua empregada é de fato uma advogada
 de alto nível? Será que a antiga vida de Samantha irá alcançá-la?
 E, mesmo se isso acontecer, será que ela vai querer de volta?
 A história de uma mulher que precisa diminuir o ritmo. Encontrar-se. 
Apaixonar-se. E descobrir para que serve um ferro de passar.. (SKOOB)


Ai, gente, como não se apaixonar pelos livros dessa mulher? 
Vocês que acompanham o blog sabem que tenho um amor incondicional por essa autora. 
Depois de quatro livros lidos e muitas risadas, ela conquistou o lugar no meu coração de
 melhor escritora de Chick-lit. 

Samantha é uma advogada em uma famosa firma de advocacia em uma cidade grande. 
Acostumada a trabalhar demais e viver de menos, Samantha não sabe o que ter vida social.
 Seu aniversário foi comemorado de forma solitária em um restaurante, apenas acompanhada
 de dois telefones celulares. Um estava a sua mãe. também advogada e também focada 
demais ao trabalho; no outro o seu irmão... Preciso dizer mais alguma coisa? 

Mas Samantha é uma mulher decidida e focada. Todas as horas que ela fica fica no trabalho
 é por um único motivo: Ela quer se tornar sócia da firma.

Mas lógico que alguma coisa tem que acontecer.
Um pequeno erro de Samantha e ela passa a ser alvo da publicidade de uma forma péssima 
para a sua carreira. Milhões foram perdidos em uma transação em sua firma e a maior culpada é ela. 
Movida pela culpa e pelo desespero, Samantha pega o primeiro trem rumo a qualquer lugar.
Acaba desembarcando em uma cidade pequena do interior. Calma. Calma demais, e 
Samantha não está acostumada em ter tempo demais para perceber a calma.

Com muita dor de cabeça e tonta, bate na primeira casa que encontra na esperança de
 alguém ajuda-la. E é ai que as coisas começam a andar de forma "Kinsella" no livro. 
Os donos da casa a confundem com a empregada que eles tinham solicitado, e Samantha
se mete numa encrenca bem maior do que a anterior. 

Se levarmos em consideração que Samantha não sabe ligar o fogão da própria casa nem 
como usar um aspirador de pó, imagina o desespero que ela sentiu em estar numa situação 
dessas.  Totalmente atrapalhada, não sabe cozinhar nada nem por receitas e água sanitária 
com ela vira descolorante capilar.

E daí vocês perguntam, mas porque ela se deixou envolver em algo desse tipo? 
Bom, imagine que toda a mídia esta caçando você por um erro que cometeu. Imagine que
 você é péssima encarando alguém quando você está errada em alguma coisa. Imagine 
que o interior seria o melhor lugar para se esconder, e então imagine uma mulher orgulhosa
 demais para achar que consegue fazer de tudo. Eis Samantha Sweet!

Cara, eu dei muitas risadas com ela tentando aprender os ofícios domésticos em tempo 
recorde! Os patrões dela são umas figuras! O cara é um pau mandado e a patroa é uma
 peruete com dinheiro demais e bom gosto de menos. A mulher tem quase cinquenta anos
 e diz para todo mundo que tem trinta e sete, imagina! 

O melhor do livro, sem sombra de dúvida, é Nathaniel, o jardineiro e salvador de Samantha! #Suspiros
Claro que tinha que existir um super mocinho para deixar a trama pra lá de engraçada. Muitos desses momentos comédia na história, tem Nathaniel como espectador.

Como todo livro da Sohpie que eu li, esse também tem uma parte "detetive" como pano de fundo.
 E não sei se gostei mais desse pano de fundo aqui do que gostei em Menina de Vinte ou Fiquei com seu número. Acho que essa história tinha tudo para ser a minha predileta, mas ainda não
 bateu a maestria do primeiro livro dela que li. 

O corpo da história é excelente e os personagens são bem bacanas! Mas acredito que faltou 
uma finalização para alguns deles, e faltou um final um pouco mais completo. Eu me contentaria com apenas uma página depois do fim do livro contando como estaria a vida de Samantha
 depois de um ano, por exemplo. 
Digo isso porque a base da problemática do final do livro era séria, então eu achei que ficou
 meio solto, como se a vida da gente fosse fácil daquele jeito. Ou ela é fácil e eu não sei? 
O fato é que achei que faltou um "tcham" bem no finzinho. 

Mas nada no mundo tira o fato de que esse é um livro de Sophie, e como um livro dela,
 tem toda a magistral comédia envolvendo uma mocinha louca e orgulhosa que 
sempre se dá bem no final. 

Tem duas cenas simplesmente hilárias nesse livro, mas nem vou contar senão não
 tem graça alguma. Rá! 

Para os adoradores de chick-lit, como eu, tratem de ir logo ler Samantha Sweet, 
Executiva do Lar.
É muito bom!



12/01/2015

DL 2015 - As Mentiras que os Homens Contam

Eu li: As Mentiras que os Homens Contam
Bom dia!!

Depois de ler, há muito tempo atrás, O Analista de Bagé, de Luis Fernando Veríssimo, não consigo imaginar outro escritor cômico, AMO as ironias e forma de escrever, escolhi para fevereiro - para o desafio I Dare You e para o Item 8 do RC 2015 - "As Mentiras que os Homens Contam", alguns textos tive que me segurar para não soltar uma sonora gargalhada, principalmente na crônica Homem que é Homem, recomendadíssimo....

Reading Challenge 08 - Um Livro Engraçado

As Mentiras que os Homens Contam:

LUIS FERNANDO VERÍSSIMO

Grande Edgar; O Falcão; Sebo; Trapezista; Desentendimento; Blefes; A aliança; Os Moralistas;
Seu Corpo; Clic; O Que Dizer; Exéquias; Índios; A Mentira; O Jargão; O Dia da Amante;
O Sítio do Ferreirinha; Ecos do Carnaval; O Verdadeiro José; Homem Que É Homem; Nobel;
Brincadeira; Espelhos; Tios; Jenesequá: Uma Parábola; Farsa; Cantada; A Verdade;
A Verdade Sobre o Dia Primeiro de Abril; A Fidelidade; Ascendências; Contos de Verão;
Lar Desfeito; Homens; O Verdadeiro Você; Cultura; Terrinha; O Encontro; Infidelidade; Check-up

OBS: Mantenho o padrão, por não saber ser sucinta e para prestigiar outros blogs e visitar outros leitores, coloco resenhas já postadas, não tenho muito talento para "resenhar" (de vez em quando tento ;-))!!!

[RESENHA] As mentiras que os homens contam - Luís Fernando Veríssimo.
http://escolhasliterarias.blogspot.com.br/2014/05/resenha-as-mentiras-que-os-homens.html

Título: As mentiras que os homens contam.
Autor: Luís Fernando Veríssimo.
Páginas:
Editora: Objetiva.

A editora Objetiva começou, com este livro, a reorganizar por temas as crônicas de toda a carreira de Veríssimo. Nesta primeira compilação, as mentiras e dissimulações dos homens (e também das mulheres) são o assunto que une as histórias. (Sinopse retirada da Wikipédia).


Alguém aqui não conhece o autor Luís Fernando Veríssimo? Para falar do livro, primeiramente, preciso falar do autor. Veríssimo é um escritor brasileiro, que escreve livros de gênero policial ou comédia (mais conhecido pelas comédias). Confesso que ainda não li nenhum do gênero policial. O humor do autor me lembra Jô Soares e, por coincidência, eles até já escrevem um livros juntos (junto ainda com o ilustre Millôr Fernandes). Luís Fernando Veríssimo é filho do, também escritor, Érico Veríssimo!

E sobre o livro, Roberta? Então, a Editora Objetiva organizou várias crônicas de Veríssimo em um livro só. "As mentiras que os homens contam" traz muitos textos divertidos. Alguns retratam a vida cotidiana de alguns personagens, outros trazem coisas engraçadas ou confusões que acontecem com estes. 

Você vai rir ao ler a confusão que acontece na crônica "Grande Edgar" e também vai pensar em um final menos estranho para a crônica "O Falcão". Veríssimo tem uma escrita prática e narra algumas crônicas em segunda pessoa. Como assim em segunda pessoa, Roberta? "Grande Edgar" começa com a frase "Já deve ter acontecido com você". O "você" dessa frase é o leitor, ou seja, segunda pessoa.

A crônica que menos gostei foi "Sebo", achei-a um tanto perturbadora. Minha favorita foi "Clic", que é muito engraçada. "Trapezista" e "O verdadeiro José" foram, para mim, os textos que mais mostraram as mentiras que os homens contam. Já "A aliança" nos dá a entender que quem faz os homens mentirem, somos nós, mulheres! Que grande absurdo. 

O autor consegue colocar humor nas coisas mais simples de nosso dia-a-dia. E é por isso que gostei muito deste livro. Cada texto tem em média três páginas e isso tornou a leitura bem rápida. A diagramação é bem simples, as fontes são grandes, o que facilita a leitura.

Recomendo que todos leiam este livro, ele está disponível em pdf na internet e fará você dar boas risadas. 

Online

Agatha Christie na Amazon