22/04/2024

Review: Portal do Destino - Agatha Christie

Portal do Destino Portal do Destino by Agatha Christie
My rating: 3 of 5 stars

Olá!
Com muita dor no coração tenho que admitir que esse livro não deveria ter sido publicado, houve quem escreveu que a filha de AC não queria que acontecesse!

A estória não fluiu e o final foi decepcionante, muitos comentam que a senilidade de AC começou a influenciar os resultados dos livros.. o que eu sinto, pois sou parecida com AC nesse aspecto: as teorias de conspiração não tinha desfecho e ficava só na imaginação.

Como não foi só eu que percebi esse texto meio complicado, não é tão simples encontrar resenhas, aliás, parece ser o livro menos lido e menos comentado, ou, pior, o livro lido mas menos apreciado, com toda minha compreensão.

Acredito que AC deveria ficar triste em ver seus momentos criativos chegando ao fim e ao despedir-se de seus personagens não sabia bem que rumo dar.. enfim.. por ser o último romance de T&T dá um aperto de saudades....

Resumo:
https://resumos.netsaber.com.br/

Tommy e Tuppence Beresford compraram uma casa antiga, no litoral, para a qual se mudam após algumas remodelações necessárias. Para grande satisfação de Tuppence, que sempre fora uma apaixonada pela leitura, na casa há um sótão que se encontra cheio de velhos livros que ela decide organizar. Os livros fazem-lhe relembrar o passado e, enquanto os organiza vai relendo algumas partes daqueles de que mais gosta. É assim que, num deles, encontra uma mensagem, composta por palavras sublinhadas, que lhe desperta a atenção: Marie Jordan não é morta de morte natural. Foi um de nós. Contando com a memória dos habitantes mais idosos da pequena cidade e com a ajuda do marido, Tuppence decide investigar. A tarefa não se revela nada fácil, porque se trata de acontecimentos que ocorreram há mais de 50 anos, mas o casal acaba por descobrir quem era Marie Jordan, porque foi assassinada, e ficam a saber que tudo tinha a ver com espionagem.

Resenha de Carlos Nunes 09/07/2020
https://www.skoob.com.br/livro/resenh...

Infelizmente, deixou a desejar
Depois de ler os quatro livros anteriores com a dupla Tommy & Tuppence, e principalmente porque o anterior, UM PRESSENTIMENTO FUNESTO trouxe Agatha Christie em sua melhor forma, a expectativa para esse último volume estava bem alta. Mas esse, que foi o último livro escrito pela autora (embora não o último publicado), causa uma grande estranheza. O início é bem similar aos anteriores protagonizados pela dupla: ao se mudarem para uma casa de campo, Tuppence descobre um bilhete bastante sugestivo dentro de um livro infantil e, dando asas à sua imaginação fértil, começa a investigar o fato, que teria ocorrido na época da I Guerra. Por isso, ela própria já uma senhora na faixa dos 70 anos, precisa entrevistar velhinhos em asilos, enquanto Tommy mexe as engrenagens com seus velhos conhecidos do Serviço Secreto. Mas a trama é confusa, repetitiva, muitas vezes não se sabe para onde estamos sendo conduzidos. Reflexo de uma senilidade dos personagens ou da própria Agatha? Parece que essa falta de qualidade ficou tão evidente que a própria filha da autora sugeriu que o livro não fosse publicado, mas Agatha bateu o pé e exigiu a publicação. O fato é que nesse livro Agatha colocou muito de suas reminiscências da infância, como locais, livros e brinquedos de sua própria vida. Agatha, que sempre primou por um desfecho redondo, no qual amarrava perfeitamente todas as pontas soltas da trama, aqui deixou um emaranhado frouxo e preguiçoso. Um final melancólico para os personagens mais divertidos da autora.

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18/04/2024

Review: Os Elefantes Não Esquecem - Agatha Christie

Os Elefantes Não Esquecem Os Elefantes Não Esquecem by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars

Olá leitores!

Então, esse foi um daqueles livros que o título me marcou e eu não tenho certeza se já tinha lido lá na infância, e por ter assistido os seriado "Poirot" lembrei bem do motivo e de quem, é um livro interessante para nós fãs e com essa resenha que escolhi descobri alguns detalhes desconhecido: foi um dos últimos livros de AC e teve uma conversa que ela estava com começo de Alzheimer, li tanto sobre esta e é a primeira vez que vejo esse fato... espero que ela não tenha passado por esse momento tão difícil.. só quem tem algum conhecido ou da família com essa doença, sabe o quanto é triste.

Segue a resenha, um pouco crítica, mas realista:
https://valeugutenberg.com/
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Resenha de Lucas

Uma tragédia ocorrida há 12 anos

Os elefantes não esquecem foi uma das últimas obras escritas por Agatha Christie e chegou às livrarias em novembro de 1972.

A trama começa quando a escritora de romances policiais Ariadne Oliver (que aparece em outras histórias de Christie) é abordada por uma desconhecida durante um almoço. A mulher, que se chama Sra. Burton-Cox, questiona a autora sobre uma tragédia ocorrida 12 anos antes.

Na ocasião, o Sr. e a Sra. Ravenscroft foram encontrados mortos e a conclusão da polícia foi que o casal tinha feito um pacto suicida. A Sra. Burton-Cox gostaria de saber se foi o marido que matou a esposa primeiro e se matou em seguida, ou se tinha acontecido o contrário. Ela faz a pergunta para a escritora pois Ariadne Oliver é a madrinha de Celia Ravenscroft, filha do casal morto. Celia está noiva de Desmond, filho da Sra. Burton Cox.

Apesar de achar a pergunta descabida e invasiva, Ariadne Oliver decide investigar essa questão e pede ajuda a um amigo seu, um tal de Hercule Poirot. Pra quem não sabe, o brilhante detetive belga Poirot é o personagem mais famoso de Agatha Christie.

Juntos, Poirot e a Sra. Oliver se propõe a esclarecer não um, mas vários problemas: por que Sra. Burton-Cox queria saber sobre aquelas mortes? Por que o casal Ravenscroft teria feito um pacto suicida? E será que eles realmente tinham planejado morrer juntos?


Meu exemplar é da 17a edição da Nova Fronteira. A edição atual tem capa dura e é bem mais colorida, sendo mais atrativa para o leitor jovem.
A memória e a passagem do tempo

Mais do que a investigação desses mistérios, acredito que Agatha Christie quis abordar em Os elefantes não esquecem questões relacionadas à memória e à passagem do tempo. Para encontrar suas respostas, a Sra. Oliver e Poirot precisam entrevistar pessoas que conviveram ou trabalharam com a família Ravenscroft na época das mortes. O problema é que muitas delas estão velhas e com problemas de memória. Ou elas não se lembram com exatidão do que aconteceu, ou confundem os fatos reais com histórias que ouviram.

– Então soube algo de palpável?
– Não. Ouvi o relato de várias pessoas, mas não sei se falaram a verdade.
– Contaram boatos?
– Não, relataram suas memórias. O problema é que nem sempre a gente se lembra das coisas como elas realmente aconteceram.

Poirot e Ariadne Oliver também estão velhos e o conflito entre gerações é evidente. A Sra. Oliver comenta como as jovens “de hoje” não se preocupam com o casamento, se afastam dos pais e se apaixonam por cantores de rock. Não há julgamentos, entretanto: Celia e Desmond, os personagens mais novos da trama, são apresentados como responsáveis e decididos.

Uma leitura rápida… mas pouco memorável

Apesar das questões do tempo e da memória serem interessantes, preciso ser sincero e dizer que Os elefantes não esquecem não é, com o perdão do trocadilho, um livro memorável. A partir de dado momento, a explicação para a morte do casal Ravenscroft se torna óbvia, e a descrição dos acontecimentos é um tanto melodramática – é sério, ela não faria feio num novelão mexicano.

Ainda assim, Hercule Poirot segue brilhante como sempre e Ariadne Oliver é uma personagem especial (a cena em que ela se irrita com a moleza da nova empregada é muito engraçada). Alguns dizem que a personagem-escritora seria uma representação da própria Agatha Christie. E falando nisso, existem estudiosos que defendem que a “Rainha do crime” sofreu do mal de Alzheimer no fim da vida; se for verdade, pode ser uma explicação para o seu interesse pelo tema da memória.

Enfim, Elefantes não esquecem é uma leitura rápida, que não é ruim mas também não é especialmente marcante, principalmente quando posta lado-a-lado com obras-primas de Agatha Christie, como Assassinato no Expresso do Oriente, O assassinato de Roger Ackroyd e E não sobrou nenhum.

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16/04/2024

Review: Nêmesis - Agatha Christie

Nemesis Nemesis by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars

Olá queridos leitores e fãs de Agatha Christie!
Um dos melhores livros da AC... eu sei, quase todos o são, mas esse DEFINITIVAMENTE mostra a genialidade e calma com que AC criava seus personagens, suas pistas e como o enredo evoluía, nos levando em círculos para um determinado desfecho, que, no meu caso, entendi a dica e acertei o culpado e até o motivo... pela primeira vez em 44 anos de leitura.

Um desavisado diria: mas claro, depois de ler por tantas vezes e tantos livros fica fácil... não fica... até li os Cadernos Secretos que tem, vamos dizer, o "esquema" dos personagens, os enredos, nem assim foi compreensível identificar os criminosos nos outros romances.

Mas esse, teve aquele toque de tormenta emocional, preguiça da justiça, culpados óbvios, dinheiro e intrigas...

Motivar Miss Marple a sair de sua pacata cidade em busca de solucionar um mistério que não existia, de um crime que não se sabia foi o melhor início de um romance que presenciei...

Escolhi a resenha dessa vez de outra fã, que não leu AC em ordem cronológica e não conhecia um Crime no Caribe, apesar de eu ter feito a leitura, quero rever para entender melhor o relacionamento de Marple com Rafiel, assim é AC, nos faz querer relê-la para matar a saudade, curiosidade e viajar em sua mente...
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Resenha de https://umrascunhoamais.blogspot.com/

Eu já sou fã assumida da Agatha Christie e estou gostando cada vez mais dos livros dela. A Miss Marple no livro Nêmesis está simplesmente incrível. Eu adorei o livro, me surpreendeu do início ao fim.
Miss Marple já é uma senhora de idade avançada e com a saúde um pouco frágil, apaixonada por jardins e um tanto, digamos, curiosa. Como de costume todas os dias ela folheia o jornal para ler as notas de nascimento, casamento e falecimento. É pelo jornal que ela fica sabendo da morte de Jason Rafiel, o nome a intriga e ela tem a impressão de que o conhece. Aos poucos vem à sua memória o momento exato que o conheceu, a um pouco mais de um ano antes em uma viagem para as Antilhas onde junto com a sua colaboração impediram um crime (essa história é contada no livro Mistério no Caribe).
Uma semana se passou desde que Miss Marple leu a notícia do falecimento do Sr Rafiel, quando ela recebe uma carta do escritório de advocacia que prestava serviço para ele pedindo que comparecesse para a uma reunião, ela fica intrigada e movida pela curiosidade aceita. Quando se apresenta no escritório Miss Marple descobre que o Sr. Rafiel deixou uma herança pra ela, porém só receberá após solucionar um mistério e fica a critério dela aceitar ou não o desafio.
A nossa detetive não sabe muita coisa sobre o Sr. Rafiel, somente que era um homem muito rico e estava acometido por uma doença que o deixou inválido. Eles não tiveram uma relação de amizade, somente trabalharam em parceria para evitar um crime nas Antilhas. Miss Marple não compreendeu o porquê dele tê-la escolhida. A carta que ele deixou com instruções também não era esclarecedora, somente citava quando se conheceram e que acreditava que Miss Marple tinha uma espécie de faro para o crime e assim garantir que a justiça acontecesse.
“Nosso nome de código, minha cara senhora, é Nêmesis.”
Quando conheceu o Sr. Rafiel a nossa detetive se apresentou como Nêmesis e isso também é citado na carta. Nêmesis é uma deusa da mitologia grega que representa a vigança divina. Ela é muitas vezes ilustrada com asas, carregando uma espada e uma ampulheta. A espada representa a justiça e a ampulheta indica que justiça ocorrerá, pode demorar mas não irá falhar. Por fim, ele encerra a carta com uma citação bíblica:
“Que a Justiça corra como as águas e o bem como um caudaloso rio.”
Tudo o que Miss Marple sabe é que a justiça precisa ser feita e movida pela curiosidade ela aceita o caso, mesmo sem saber qual é o mistério e nem ao menos por onde começar. Até mesmo os advogados não questionam se não seria uma brincadeira de mal gosto do falecido. Após algumas semanas ela recebe uma segunda carta do Sr. Rafiel avisando-a que uma agência de turismo irá entrar em contato, ele havia deixado pago uma excursão pelas Casas e Jardins Célebres da Grã-Bretanha. Miss Marple embarca então nessa viagem onde aos poucos se aproximará do mistério que precisa solucionar.
Eu achei esse livro muito bom, Miss Marple não precisa só solucionar um crime, ela precisa descobrir qual crime solucionar. E essa mistura de suspense sobre o suspense é que guia a história e deixa-a bem interessante. Até achei Miss Marple divertida nesse livro, me peguei rindo em algumas partes e questionando em outras como uma senhora frágil e com reumatismos é capaz de tantas coisas. Li algumas resenhas antes de iniciar a leitura que falavam que o livro era previsível, em algumas partes sim, mas achei o final sensacional e isso não abalou meu julgamento. O início do livro é um pouco lento, mas no momento que pega embalo é impossível parar de lê-lo. Eu recomendo a leitura para quem gosta de suspense e da rainha do crime.
Essa leitura não é bem uma continuação de “Mistério no Caribe” é perfeitamente possível compreender o livro sem realizar a leitura prévia. Eu ainda não li e foi possível compreender bem o livro, posteriormente pretendo fazê-lo para conhecer melhor a história de como o Sr. Rafiel e a nossa querida Miss Marple se conheceram.

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