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05/12/2022

Review: A Aventura do Pudim de Natal - Agatha Christie

A Aventura do Pudim de Natal A Aventura do Pudim de Natal by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars



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AGATHA CHRISTIE NA AMAZON: LIVROS


Bem apontado na resenha a seguir, há somente um conto de Natal nesse livro, mas tudo bem, vale a pena ler todos os contos e como disse, acho primoroso a forma sucinta que AC nos faz vislumbrar cada história!

Se eu pudesse responder à critica de Luiz Santiago, diria que os contos eram ensaios para livros mais elaborados...

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CRÍTICA | A AVENTURA DO PUDIM DE NATAL, DE AGATHA CHRISTIE

https://www.planocritico.com/critica-...

Publicado em 24 de outubro de 1960, A Aventura do Pudim de Natal é uma coletânea de seis contos de Agatha Christie, contendo cinco histórias protagonizadas por Hercule Poirot e uma por Miss Marple. O título do livro é também o título do único conto natalino do livro (nesse ponto, a obra engana o leitor).

Algumas notas de publicação sobre essas histórias precisam ser dadas: 1) que a autora já havia publicado, em 1923, uma versão curta do conto-título A Aventura do Pudim de Natal; 2) O Reprimido já havia sido publicado em 1926; 3) O Sonho já havia sido publicado em 1938; 4) O Caso das Amores Pretas já havia sido publicado em 1941; 5) O Mistério do Baú Espanhol é também uma versão expandida de um conto publicado por ela em 1932; e, por último, A Extravagância de Greenshaw foi publicado na revista Woman’s Journal em agosto de 1960, apenas dois meses antes de ser oficialmente lançado nessa coletânea.

Todas as outras publicações citadas acima também foram originalmente publicadas em revistas do Reino Unido, como The Sketch, Strand Magazine, The London Magazine, Strand Magazine e a já citada Woman’s Journal.

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A Aventura do Pudim de Natal
The Adventure of the Christmas Pudding

Único conto de Natal do livro, essa história de Hercule Poirot é uma verdadeira brincadeira de obviedades natalinas, como se a autora estivesse nos forçando a brincar de um amigo secreto misterioso. Está elencado o sempre bem-vindo humor e até cinismo do detetive belga, que é convidado, em extremo desespero, por representantes do governo e de uma “nação amiga” a passar o Natal em uma casa de campo e tentar descobrir o desaparecimento de uma rara joia, “perdida” (sim, entre aspas mesmo) por um príncipe prestes a se casar.

Todo o ambiente de preparação para a ceia de Natal (que na verdade é um almoço de Natal… hum… bem interessante!) e o constantemente citado “Natal tradicional britânico” dá ao leitor aquela sensação calorosa de estar acompanhando um mistério que bem poderia ter acontecido no quintal de sua casa, na mesma data, guardadas as devidas proporções. Os adolescentes, jovens, adultos e velhos; os donos da casa, os empregados; as brincadeiras, birras e outras tentativas de desviar o leitor não funcionam. No meu caso, pela primeira vez depois de anos e anos lendo romances e contos de Agatha Christie, me deparei com uma história onde consegui desvendar o mistério quase que completamente (e acertei todas as minhas suposições), o que não é necessariamente algo glorioso, porque a autora não faz questão de esconder muita coisa.

Se levarmos em conta a introdução que ela escreve, falando de seu Natal em família e das lembranças dessa data em um passado nostálgico, a trama ganha ainda mais significado. Particularmente acho o final “fácil demais” — não digo a revelação do caso, mas a despedida de Poirot mesmo — e um último momento bastante insosso, mas ainda assim é possível aproveitar plenamente o trajeto percorrido até ali, quando o detetive conclui que tivera, de fato, um feliz Natal.
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O Mistério do Baú Espanhol / O Mistério da Arca Espanhola
The Mystery of the Spanish Chest

Bem mais intricada que a aventura anterior e com uma resolução nada óbvia, O Mistério do Baú Espanhol consegue dispersar o leitor no processo de investigação e se estrutura tanto em depoimentos quanto em detalhes dos cenários da casa onde o assassinato acontece, alguns dos quais são pistas falsas (como as azeitonas, que me fizeram imaginar as mais estúpidas ligações) enquanto outras, que menos esperamos, são verdadeiros motivos ou parte das explicações para o crime.

A princípio, Poirot está envolvido com a investigação de crimes fiscais de dirigentes de uma grande petrolífera, mas não pode deixar de se ver atraído pela fascinante notícia que lê nos jornais, sobre um corpo encontrado apunhalado no pescoço, dentro de um baú espanhol (ou “arca espanhola”, como também é intitulado este conto, em outras traduções). Como coadjuvante, a sua assistente, Miss Lemon é escalada como “princípio de pensamento” pelo detetive, que lhe faz perguntas soltas, solicita que ela prepare uma lista de detalhes jornalísticos sobre o caso e discute este ou aquele detalhe com ela, até que convenientemente — essas coisas sempre me incomodam um pouco na obra de Agatha Christie — um telefonema acaba colocando Poirot em contato com o caso pelo qual ele tanto havia se interessado.

O processo de investigação é divertido e cheio de detalhes. As perguntas e o método de Poirot são inteligentes e a forma como ele vai reunindo pontas soltas e detalhes que nos passam desapercebidos são essenciais para se ter uma ideia do todo, sempre impressionando no final… bom, exceto no caso de situações bem óbvias, como o conto natalino que abre esse volume. A explicação para o que aconteceu na noite do assassinato é convincente, mas novamente o conto padece um pouco na finalização, algo que também notei na história anterior: muita rapidez e, de repente, uma constatação definitiva que simplifica ou encerra uma situação que demandava bem mais cuidado.
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O Reprimido ou Poirot Sempre Espera
The Under Dog

Os dois títulos dessa história são bastante propícios para o que acontece na vida da família protagonista (e seus agregados) após o assassinato de Sir Reuben Astwell, ocasião em que Poirot é chamado para iniciar a investigação, tendo como um ponto de partida um elemento inteligentíssimo por parte da autora — e que se repete outras vezes no decorrer da narrativa –, ou seja, a explicação ou mesmo detalhamento de determinadas cenas/ocasiões de maneira orgânica, ou como parte natural de um diálogo, confissão ou como solilóquio do detetive belga, que neste caso em específico não tem de pronto as respostas que imaginaria ter e se prepara para passar algumas semanas na casa de Lady Astwell, a fim de resolver o caso.

Os ingredientes básicos dos romances e contos mais bojudos de Agatha Christie se fazem presentes aqui. Primeiro, um cenário de crime perfeito (no sentido de descrição dos eventos e número de pistas + suspeitos a seguir), explorado em diversas camadas, inclusive fazendo relação com outros casos resolvidos pelo detetive. Segundo, não existe facilidades no decorrer da investigação, mas a solução não é exatamente mind blow. A autora termina o conto com algo que já havia anunciado desde o início e que nós, com a leitura mais ou menos viciada, ou procurando por mais complicações, simplesmente rejeitamos (deixamos de exercer a lição de o próprio Poirot aprendeu cedo, em A Aventura da Cozinheira de Clapham).

Do meio para o final do conto, as coisas vão ficando mais interessantes. Isso porque algumas confissões já haviam sido feitas e parte das suspeitas já haviam sido transferidas para outras pessoas ou deixadas em suspenso, momento onde o leitor realmente procura encaixar o MOTIVO para o assassinato junto com a POSSIBILIDADE do assassinato dentro dos dados fornecidos ao longo da história. O mesmo motor de narração utilizado no princípio da trama aparece outras vezes, sempre dando detalhes ou acrescentando possibilidades. Cenas como as da hipnose de Lady Astwell ou as semanas em que Poirot resolve fazer um “jogo de amedrontar” as pessoas na casa onde está hospedado são inesquecíveis. O final é bem fechadinho, muito melhor que os dois contos que antecederam esse, mas a reação da pessoa culpada, até pela carga psicológica envolvida, poderia muito bem ganhar uns parágrafos a mais.
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O Caso das Amoras Pretas
Four and Twenty Blackbirds

Um conto curto sobre a obstinação de Poirot, que, como diz para o amigo com quem aparece jantando no início da narrativa, tem a mente organizada e gosta que tudo esteja em seus devidos lugares. Trata-se de um conto sobre comida, sobre ser guloso, avarento, sobre os hábitos das pessoas e sobre como certas coisas organizadas demais podem assustar indivíduos que gostam de padrões; mas não de todos os padrões. Essas nuances dramáticas sempre foram muito fortes nas obras de Agatha Christie e em situações menores como a desta história, se destacam com charme, embora dentro de um contexto não muito genial.

Pesa sobre O Caso das Amoras Pretas a forma não verossímil como Poirot vai atrás de um caso encerrado, como não encontra dificuldades maiores para ter acesso a ele e como chega rapidamente à conclusão que esperava chegar, com uma acareação junto ao sobrinho dos gêmeos falecidos. A conversa é rápida, com os detalhes necessários para dar fim ao conto, mas não para torná-lo bom, com o devido contexto e justificativas das coisas apresentadas.

Em alguns casos na literatura de Christie, a conveniência pode não ser tão negativa, como em Os Relógios (1963), por exemplo. Já em outros, não é exatamente o melhor ponto de partida, uma vez que a história, por ser curta, clama pelos mínimos detalhes que a autora puder lhe dar. O resultado final pode não ser ruim, mas é apenas ok, uma conclusão não muito animadora em se tratando da Rainha do Crime.
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O Sonho
The Dream

Se fosse possível enxugar ao máximo o cenário e os atores de um drama qualquer, em uma cena do crime, que caminhos possíveis um detetive ou um observador poderiam seguir para solucionar o caso? Esta é basicamente a pergunta-perspectiva que Agatha Christie se faz responder neste conto um tantinho confuso na explicação sobre o processo de assassinato de um milionário excêntrico (a autora sempre gostou de retratar milionários sob uma certa perspectiva cínica) que tem um sonho repetitivo onde que ele se suicidava em uma hora específica do dia. Curioso, muito curioso. Até Poirot sai confuso da entrevista estranha com o milionário e vai para casa pensando no ocorrido.

O “desfecho” do drama se dá na semana seguinte, quando o detetive recebe o telefonema do jovem Dr. Stillingfleet, um amigo que o chama de “bestalhão” e que o convida à mansão de Benedict Farley, que está morto. O leitor ri nevosamente ao receber essa informação, porque tudo parecia insanidade demais para ser verdade, e a cosia mais ou menos caminha para algo sobrenatural (em menor escala) ou para algo ligado à hipnose ou forte sugestão psíquica (em maior escala), algo na linha do que vemos no clássico À Meia-Luz, de Patrick Hamilton. A autora, inclusive, faz de tudo para distrair o leitor e levá-lo por esse caminho, insistindo, através de Poirot, em hipnose. Mas a resolução vai por um lado bem diferente.

O cenário e a forma como Poirot resolve o caso é brilhante, porque não há enrolação. Aliás, a ligação das perguntas feitas às pessoas da casa, a observação precisa do cenário, as deduções e induções, tudo é bem orquestrado, como um produto final de um “suicídio” já tido como fato consumado e caso encerrado, mas onde o detetive encontra uma brecha e chega à conclusão de que coisas arrumadinhas demais são um perigo, a mesma linha de pensamento que ele utilizara em O Caso das Amoras Pretas.
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A Extravagância de Greenshaw
Greenshaw’s Folly

De todos os contos desse volume, este é definitivamente o mais fraco. Eu sempre gostei da enorme paciência de Miss Marple, seu nível cultural que sempre é utilizado como parte das resoluções do caso, seu senso de moralidade de tia (e com idade para ser avó), resultando em uma responsabilidade que Poirot, por mais fino que seja, nem sonha em ter. Nesse conto, porém, essas qualidades são aplicadas em uma trama que até poderia ter algo maravilhoso, mas cobra demais do leitor a suspensão da descrença, falhando com sua própria linha de investigação.

Tudo nesse enredo é indireto. A tal “extravagância” (uma mansão que é um projeto arquitetônico insano) surge como parte de um “passeio turístico” para um amigo de Raymond West, sobrinho de Miss Marple. Nesse ponto, já fica terrivelmente complicado digerir a ideia de que a excêntrica Miss Greenshaw tenha pedido para que dois estranhos fossem testemunhas de seu testamento. Simplesmente não dá para aceitar a ação, logo no início do conto, mas a leitura prossegue com um quê de curiosidade, pois apresenta boas possibilidades criminosas, digamos assim.

Quase toda a totalidade da narrativa se passa em uma pacífica narração de eventos, até que no final tudo se atropela e tem uma resolução ainda mais excêntrica, com parentescos que são um verdadeiro deus ex machina. Uma das obras menos inspiradas de Agatha Christie.

A Aventura do Pudim de Natal (The Adventure of the Christmas Pudding and a Selection of Entrées) — Reino Unido, 1960
Autora: Agatha Christie
No Brasil: Círculo do Livro, 1985


02/12/2022

Review: Um Gato entre os Pombos - Agatha Christie

Um Gato entre os Pombos Um Gato entre os Pombos by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars



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Finalmente relendo, após 42 anos, o livro que me apresentou AC e Poirot.

Se fosse para eu sugerir a qualquer pessoa por onde começar a ler AC, certamente indicaria esse.
Parece ser o livro mais bem elaborado de todas as obras, Poirot não está 100% presente, mas são suas observações que colocam a história em seu devido lugar.

Eu tinha 10 anos quando ganhei esse livro e como nunca fui de reler, fazer essas releituras de AC por ordem cronológica faz entender a presença de Poirot sendo reduzida gradativamente, a ausência de Hastings, é como seguir a vida - pequenos desaparecimentos que não faz diferença para um e outro, mas para quem está próximo, trará saudades...

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Um Gato entre os Pombos - Agatha Christie - Resenha

"Esse livro irá desafiar seu senso investigativo."
Por Eric Silva

https://conhecertudoemais.blogspot.co...

Em Um Gato entre os Pombos, Agatha Christie, a Rainha do Crime, nos faz embarcar numa narrativa que se inicia em Ramat, no longínquo Oriente Médio e vai desencadear em misteriosos assassinatos em um respeitado colégio para moças na Inglaterra, o Meadowbank. Numa teia de acontecimentos que deixam o leitor completamente sem saber ou ter noção dentre os vários personagens quem pode ser o(s) assassino(s).

Em Ramat uma revolução está preste o estourar contra o príncipe Ali Yusuf e tira-lo do poder devida sua posição de criar um Programa de Bem Estar Social. Ali pressentindo a manobra política pede ao seu amigo inglês Bob Rawlinson para que ele tirasse do país algumas pedras preciosas que guardava consigo para uma emergência, e também arquitetam uma forma de saírem do país. Sem saber o que fazer para tirar as joias do país, Bob tem a ideia de escondê-las entre as coisas da irmã que passava uma temporada em Ramat com a filha Jennifer. Encontra entre os objetos pessoais das duas o esconderijo perfeito para tirar despercebidamente as joias do Oriente Médio, o que ele não contava que graças a um jogo de reflexos de espelhos alguém via todos os seus movimentos dentro do quarto da irmã. A misteriosa pessoa ainda tenta roubar as joias assim que Bob sai, mas é surpreendida pela volta da irmã do rapaz e tem que fugir antes que fosse descoberta. Joan, irmã de Bob e Jennifer são obrigadas a deixar o país às pressas com a explosão da revolução e as joias saem de Ramat assim como planejava Bob. Porém Bob e Ali não possuem a mesma sorte. A partir dali muitas pessoas suspeitam da saída das joias do país e de que estejam com Joan e Jeniffer, surgindo grupos interessados em possui-las: o misterioso Sr. Robinson, a pessoa dos espelhos e os revolucionários.

Assim numa trama bem construída esses fatos tão singulares se ligam ao Colégio Meadowbank, onde no Pavilhão de esportes acontecem estranhos e desconexos assassinatos de professoras. Como esses fatos se ligam? Só lendo para descobrir.

A autora
Agatha mostra mais uma vez porque é chamada da Rainha do Crime e de uma das melhores escritoras policiais que já se ouviu falar. Com maestria liga duas circunstâncias aparentemente desconexas revelando ao leitor que toda trama gira em torno do desaparecimento das joias, mas escondendo e despistando até o fim quem é o assassino e a quem ele está ligado. Lançando nossa atenção para pistas erradas e fatos estranhos que não são diretamente ligados ao assassino, Agatha nos faz imaginas os mais variados desfechos e, no fim, nos surpreende com um final inesperado com uma trama complexa, bem armada e lógica que liga o assassino revelado à Ramat, à Meadowbank, às joias e a seu disfarce (um gato entre os pombos). Trama brilhantemente descoberta pelo detetive Hercules Poirot.

Para quem quiser conferir existe o filme de mesmo nome com áudio em Inglês e legenda em português dirigido por James Kent e com 92 minutos de duração. Porém o roteiro do filme possui alterações em relação ao livro como:

1. São retirados da trama pelo menos cinco personagens: Joan, Sr. Robinson, Coronel Pikeaway, Srta. Vansittart e O jardineiro Briggs, entre outros mais secundários;

2. É removida a cena da mulher loira que conversa com Jennifer no colégio;

3. Muda-se como se dá a primeira morte que originariamente seria à bala;

4. É substituída uma morte por uma tentativa de morte e troca-se as vitimas;

5. Poirot participa da narrativa como hospede em Meadowbank, quando na verdade ele só vai até lá no meio da narrativa quando a aluna Júlia vai procura-lo.

Algumas dessas alterações foram necessárias para não dar pistas ao espectador e acabar com o mistério, mas muitas delas foram desnecessárias. Ainda assim vale apena ver depois de ter lido o livro.


28/11/2022

Review: Por que Não Pediram a Evans? - Agatha Christie

Por que Não Pediram a Evans? Por que Não Pediram a Evans? by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars



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Fato bem curioso: quando eu comecei a ler AC buscava todos os livros de Poirot e Miss Marple, era muito fã desses personagens.
Já nessa fase estou gostando muito de ler os romances que não tenham vínculos com nossos detetives, não é por mal, mas mistério com romances é tudo de bom..
E para homenagear mais fãs e leitores, lá vai uma resenha:

https://www.voandocomlivros.com
Título Original - Why didn't they ask Evans?

Autora - Agatha Christie
Nacionalidade - Britânica
Gênero - Romance Policial
Ano 1934
Classificação - ⭐⭐⭐⭐⭐


Sinopse - "Após uma tacada especialmente ruim, Bobby Jones lança sua bola de golfe em um precipício. Ao procurá-la, encontra um homem acidentado que parece estar em seus momentos finais. Pouco antes de morrer, o moribundo abre os olhos e proclama suas últimas palavras: "Por que não pediram a Evans?" Assombrados pela pergunta, Bobby e sua amiga Frankie tentam descobrir quem é Evans e o que exatamente não lhe foi pedido. Porém, os dois logo percebem que, por mais que não sejam detetives profissionais, os perigos dessa investigação são muito reais..."

Dinâmico e divertido! Para mim, essas são as palavras que definem a leitura de "Por que não pediram a Evans?".

Nessa história, a Agatha Christie transforma duas pessoas comuns em astutos detetives.

Uma péssima tacada de golfe a beira do precipício, acaba levando Bobby, um dos protagonistas, até um homem aparentemente acidentado. Alguns minutos antes de sua morte, o desconhecido profere suas últimas palavras: porque não pediram a Evans?

Vários acontecimentos levam Bobby e sua amiga Frankie a desconfiarem do misterioso acidente que levou aquele homem a morte. É então que a caçada por Evans começa, colocando a dupla em um caminho cheio de apuros e ameaças.

Frankie, com seu jeito sagaz e desafiador, acaba roubando a cena. Ela é daquelas personagens femininas que dá gosto de acompanhar, usa a inteligência para superar diversos obstáculos e difere, em muitos pontos, da maioria das mulheres de sua época, o que transmite força e empoderamento feminino para a obra.

Os protagonistas, Bobby e Frankie, têm uma química maravilhosa e me fizeram rir em muitas passagens. Foi bem gostoso acompanhar a resolução do caso aos pouquinhos, junto com os dois. Novamente, eu não desvendei o mistério, mas desta vez não me   preocupei muito com isso, só fui observando as pistas e as possíveis soluções junto com os personagens, o que deixou minha experiência bem prazerosa.

Ler Agatha Christie é sempre um passatempo muito agradável. Se você ainda não conhece a autora, "Por que não pediram a Evans? "é uma ótima porta de entrada.

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24/11/2022

Review: Punição para a Inocência - Agatha Christie

Punição para a Inocência Punição para a Inocência by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars







Olá caros leitores de AC!

Mais um ótimo livro sem os personagens costumeiros. Acredito no que li na resenha do 'É fácil matar": quando não havia pressão das editoras ficava mais fácil dar asas à imaginação, e mais uma vez vislumbrei o culpado, mas não a causa... nem tudo é perfeito na nossa leitura

Como sempre, prestigio a resenha de leitores de AC que, como eu, faz essa jornada, muits vezes solitária, mesmo AC sendo atemporal.

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http://leitorcompulsivo.com.br/

Sinopse: Jacko Argyle é detido sob alegação de que teria assassinado sua mãe em um surto de loucura, sendo condenado à prisão perpétua. Dois anos depois, surge uma prova, encontrada pelo doutor Arthur Calgary, de que o preso é inocente, mas a descoberta chega tarde demais: Jacko morre atrás das grades. Os achados do doutor reabrem as feridas dos membros da família, que passam a encarar uns aos outros com desconfiança e suspeita, assombrados com a possibilidade de que o verdadeiro assassino ainda esteja entre eles. (Resenha: Punição para a Inocência – Agatha Christie)

Opinião: Punição para a inocência foi uma leitura diferente para mim. Primeiro livro que li da Agatha sem um detetive famoso para ajudar a desvendar o mistério. Nada de Poirot ou Miss Marple. Aqui, o leitor vai adentrando nos acontecimentos junto de todos os suspeitos.

Preciso dizer que, de todas as minhas leituras de Agatha Christie, essa foi a mais intensa. Os personagens são todos muito bem caracterizados, como em toda história dela, mas nesse foi diferente. A cada capítulo, um membro da família era o foco e você chega a gostar dessa pessoa (ou, pelo menos, simpatizar)… Até que a autora puxa seu tapete e te alerta: NÃO CONFIE EM NINGUÉM.

Comecei a desconfiar até mesmo da minha sombra enquanto estava lendo Punição para a inocência. Agatha faz um jogo mental nessas páginas que é de pirar a cabeça. O tempo inteiro os personagens se questionam se realmente conhecem seus pais, seus irmãos, seus amores. Tudo fica muito obscuro quando o caso de Jacko é reaberto. Novos relatos surgem e você não sabe pra onde correr ou em quem confiar.

A Rainha do Crime foi muito pertinente ao enlaçar o mistério junto com os dramas de uma família despedaçada pelo tempo. Todos os membros da família são desenvolvidos primorosamente, cada um à sua maneira, e seus respectivos problemas com o conceito familiar criado na história são parte essencial para o entendimento do crime. É incrível como a autora conseguiu criar também o ambiente da casa em que a trama se desenrola. Todo o clima é pesado, os cômodos parecem ter vida própria e ninguém está seguro dentro daquele lugar.

A conclusão é chocante, mas ao mesmo tempo estava na nossa cara o tempo todo. Agatha vai soltar pistas (que podem vingar ou não) ao longo de toda a narrativa. A melhor parte é realmente juntar todas as peças do quebra-cabeça, apostar em um culpado e, no final, ser feito de trouxa pela autora. Obviamente, tudo se encaixa e você fica perplexo pela genialidade dessa escrita tão fluida e cativante. Punição para a inocência ficou, claro, com 5 estrelas!

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22/11/2022

Review: É Fácil Matar - Agatha Christie

É Fácil Matar É Fácil Matar by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars



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Um dos melhores livros que li da Agatha Christie, sinceramente, melhor do que o "Não sobrou nenhum (O Caso dos 10 Negrinhos)" - na minha humilde opinião.

Como sempre, indico a resenha de outro leitor de AC, pois pra mim, realmente é difícil criar resenhas...

É uma releitura e dessa vez acertei quem é o assassino... bom livro para quem sempre é enganado pela AC
;-)
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https://literaturapolicial.com/2015/0...

Por Leila Gonçalves – Publicado em 1939, “É Fácil Matar” possui um título sob medida para atrair a atenção de quem gosta de um bom livro de mistério. Logo na primeira página, o leitor é apresentado a Luke Fitzwilliam, um policial recém-aposentado que acaba de chegar à Inglaterra, após residir durante muitos anos na Índia. Ao desembarcar em Dover, ele toma um trem para Londres e acaba dividindo a cabine com uma velhinha tagarela, Miss Pinkerton, cujo destino é a Scotland Yard onde ela pretende denunciar um astuto criminoso, responsável por quatro assassinatos sem levantar suspeitas.

Educadamente, Fitzwilliam escuta toda a história, mas não dá o menor crédito até que poucos dias depois, ele lê no jornal que sua nova amiga havia falecido num acidente de trânsito ao deixar a estação ferroviária. Aturdido, ele decide investigar o que realmente pode estar acontecendo na pequena Wychwood-under-Ashe, o vilarejo onde Miss Pinkerton residia.

Confesso minha curiosidade pelos livros de Agatha Christie sem seus costumeiros detetives. Livre da pressão dos editores que insistiam especialmente na lucrativa presença de Poirot, ela tinha mais espaço para dar asas à imaginação, criando personagens impecáveis para o papel, mas que curiosamente jamais eram reaproveitados.

Fitzwilliam é um bom exemplo. Esqueça qualquer sinal de competência, ele sai bisbilhotando por toda a cidade em busca de pistas, duvidando de todos, levantando suspeitas e não demora para ficar sob a mira do assassino. Se tudo acaba bem, é graças a intervenção do Investigador Battle que assume o caso nas últimas páginas. Para quem não o conhece, ele é amigo de Poirot e aparece em outros quatro livros: “O Segredo de Chimneys”, “O Mistério dos Sete Relógios”, “Cartas na Mesa” e “Hora Zero”.

Remetendo às velhas lendas de bruxaria, típicas do folclore da região, esse romance prima pela impecável construção de Wychwood e seus habitantes. Nele, há desde o velho médico até o advogado, o vigário e a indefectível solteirona. Mrs. Christie traça um retrato fiel retrata da vida rural inglesa à beira da Segunda Guerra onde a nobreza cada vez mais empobrecida tinha que ceder espaço aos novos ricos sem qualquer “finesse” ou tradição.

O único deslize fica por conta da autoria dos crimes. Muitos leitores criticam a escolha do culpado ou culpada, facilmente identificável do meio para o final do livro. Como apostei minhas fichas na pessoa errada, não posso corroborar com essa afirmação.

Enfim, “É Fácil Matar” é um bom livro de suspense com elementos folhetinescos e um final repleto de ação. Apesar de não constar entre os best-sellers da Rainha do Crime, é uma boa opção para um final de semana frio e chuvoso, especialmente, se acompanhado de uma boa xícara de chá inglês. 

Happy reading!





18/11/2022

Review: O mistério da regata e outras histórias - Agatha Christie

The Regatta Mystery and Other Stories The Regatta Mystery and Other Stories by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars



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Enfim encontrei uma forma de ler os contos do livro em questão.
Ele não foi publicado no Brasil e para acessarmos todos os contos, temos que ler 4 livros, segue os livros nos quais os contos foram publicados - com as resenhas dos contos prestigiando 4 fãs e blogueiros que fizeram as resenhas:

O Mistério da Regata e Outras Histórias

A - Um acidente e outras Histórias
"O Mistério da Regata"
"Problema na Baía de Pollensa"
"Os Íris Amarelos"
"Miss Marple Conta uma História"
"Através de um Espelho Sombrio" ou "No Fundo do Espelho"

http://acheiolivroperdiosono.blogspot...

♦ O Mistério da Regata
Durante um jantar oferecido pelo Sr. Pointz, a colegial Eve afirma ao anfitrião que ela poderia roubar seu valioso diamante sem que ele percebesse. Isaac Pointz aceita a aposta e quando a brincadeira dá errado o jovem Llewellyn procura os serviços do detetive Parker Pyne, já que as desconfianças recaem sobre ele.

♦ Problema na baía de Polensa
De férias, o detetive Parker Pyne espera passar despercebido na pequena ilha. Logo ele percebe problemas entre a sra. Chester e seu filho que estão hospedados no mesmo hotel e evita ao máximo se envolver até que ele é reconhecido por uma hóspede recém chegada que sugere que ele ajude a sra. Chester.

♦ Os iris amarelos
Hercule Poirot recebe um telefonema de uma jovem desesperada. Ela pede que ele vá ao restaurante no Jardin des Cygnes e procure pela mesa com os íris amarelos.
Quando Poirot chega há apenas um jovem sentado à mesa e ele não sabe o que fazer e nem o que procurar.
Logo mais convidados chegam e no desenrolar da noite, uma encenação revela um assassino.

♦ Miss Marple conta uma história
Nesse conto, a sagaz velhinha conta ao seu sobrinho Raymond e sua esposa Joan, como ela conseguiu desvendar a morte da esposa do Sr. Rhodes.
A sra. Rhodes foi encontrada com um punhal no peito no quarto do hotel em que estava hospedada e as suspeitas recaíram sobre o marido que estava no quarto ao lado.

♦ No fundo do espelho
Em visita ao amigo, na antiga mansão Badgeworthy, um jovem tem uma visão através de um espelho de uma moça sendo estrangulada por um homem.
O conto é narrado em primeira pessoa até o desfecho final.

B - Aventuras do Pudim de Natal
"O Sonho"

O Sonho
The Dream

https://www.planocritico.com/critica-...

Se fosse possível enxugar ao máximo o cenário e os atores de um drama qualquer, em uma cena do crime, que caminhos possíveis um detetive ou um observador poderiam seguir para solucionar o caso? Esta é basicamente a pergunta-perspectiva que Agatha Christie se faz responder neste conto um tantinho confuso na explicação sobre o processo de assassinato de um milionário excêntrico (a autora sempre gostou de retratar milionários sob uma certa perspectiva cínica) que tem um sonho repetitivo onde que ele se suicidava em uma hora específica do dia. Curioso, muito curioso. Até Poirot sai confuso da entrevista estranha com o milionário e vai para casa pensando no ocorrido.

O “desfecho” do drama se dá na semana seguinte, quando o detetive recebe o telefonema do jovem Dr. Stillingfleet, um amigo que o chama de “bestalhão” e que o convida à mansão de Benedict Farley, que está morto. O leitor ri nevosamente ao receber essa informação, porque tudo parecia insanidade demais para ser verdade, e a cosia mais ou menos caminha para algo sobrenatural (em menor escala) ou para algo ligado à hipnose ou forte sugestão psíquica (em maior escala), algo na linha do que vemos no clássico À Meia-Luz, de Patrick Hamilton. A autora, inclusive, faz de tudo para distrair o leitor e levá-lo por esse caminho, insistindo, através de Poirot, em hipnose. Mas a resolução vai por um lado bem diferente.

O cenário e a forma como Poirot resolve o caso é brilhante, porque não há enrolação. Aliás, a ligação das perguntas feitas às pessoas da casa, a observação precisa do cenário, as deduções e induções, tudo é bem orquestrado, como um produto final de um “suicídio” já tido como fato consumado e caso encerrado, mas onde o detetive encontra uma brecha e chega à conclusão de que coisas arrumadinhas demais são um perigo, a mesma linha de pensamento que ele utilizara em O Caso das Amoras Pretas.

C - Os primeiros casos de Poirot
"Que Bonito É o Seu Jardim?"
"Problema a Bordo"

Problema a Bordo
Durante uma viagem de barco ao Egito, Mrs Clapperton é encontrada morta dentro de sua cabine. O problema é que a cabine estava fechada por dentro e somente uma pessoa que ela conhecia poderia tê-la matado.

Que Bonito é o seu Jardim
Amelia Barrowby envia uma carta a Poirot perguntando se ele poderia ajudá-la a resolver um problema, mas não especifica qual. Logo depois, ela morre subitamente. Desconfiado, Poirot vai até sua casa para tentar descobrir o que de fato aconteceu.

Fonte:
http://users.hotlink.com.br/pmgi/agat...

D - Enquanto houver luz e Poirot sempre espera e outras histórias
"O Mistério do Baú de Bagdá" ou "O Mistério da Arca de Bagdá"

O Mistério da Arca de Bagdá:
http://pequenasdarainhadocrime.blogsp...

Agora sim, uma cena do crime: um homem é encontrado morto dentro de uma misteriosa arca. Sr.Clayton, Sra.Clayton, major Curtiss, major Rich, sr e sra. Spence fazem parte dela. O crime é bastante engenhoso, atente para os detalhes da composição da cena, disposição dos objetos na sala, a arca, momentos antecedentes ao crime, e principalmente, uma frase de Poirot que diz muito sobre o assassino: "Eu posso ser um gênio, mas também sei reconhecer a genialidade em outras pessoas. Um crime perfeito, mon ami. Eu, Hercule Poirot, estou lhe dizendo: um crime perfeito."

E assim, finalmente encerro essa minha jornada a espera da publicação desse livro, que não virá, mas me contemplei e consegui montar meu "próprio livro", selecionando os contos e os juntando...

Até a próxima!!

11/11/2022

O Mistério da Regata e Outras Histórias - Agatha Christie


 Boa Tarde Amores e Amoras!!!

A Próxima Leitura é para ser buscado e 4 livros publicados no Brasil.

Como sempre tenho dificuldade de ter certinho o que preciso ler, já "pulei" esse livro (ainda não publicado no Brasil), umas 3 ou 4 vezes, na mesma proporção li e reli Um Acidente e outras histórias, não riam, é que sempre recomeço e não sabia como me organizar e ter disciplina para ter os 4 livros em mãos. 😊

Agora tá certinho, começarei a leitura e depois termino de postar as resenhas: publicação em etapas como a leitura 😜

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UPDATE: Criei o Livro: "O Mistério da Regata e Outras Histórias" - simples e direto..

Se quiser ler é só ir na compilação que fiz, está no link: O mistério da Regata e outras Histórias

O Mistério da Regata e Outras Histórias
A - Um acidente e outras Histórias
"O Mistério da Regata"
"Problema na Baía de Polensa"
"Os Íris Amarelos"
"Miss Marple Conta uma História"
"Através de um Espelho Sombrio" ou "No Fundo do Espelho"
B - Aventuras do Pudim de Natal
"O Sonho"
C - Os primeiros casos de Poirot
"Que Bonito É o Seu Jardim?"
"Problema a Bordo"
D - Enquanto houver luz e Poirot sempre espera e outras histórias
"O Mistério do Baú de Bagdá" ou "O Mistério da Arca de Bagdá"


Review: A Testemunha Ocular do Crime - Agatha Christie

A Testemunha Ocular do Crime A Testemunha Ocular do Crime by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars



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Boa Tarde Amores e Amoras!!

Mais uma visitinha sugerida a outra leitora de AC:

Testemunha Ocular do Crime

Conhecida como Dama do Crime, Agatha Christie, nascida em 1890, tornou-se mundialmente famosa por seus romances policiais, contudo Agatha também é autora de romances não-policiais, peças teatrais e poemas, seus personagens mais famosos são Mr. Poirot e Miss Marple. Em 1957, foi publicado “4.50 from Paddington” no Brasil: Testemunha Ocular do Crime e trata-se de uma história protagonizada pela detetive amadora Miss Jane Marple.

No início do livro somos apresentados a Sra. Elspeth McGillicuddy que após as compras natalinas entra em um trem para visitar sua amiga Miss Marple e quando o trem em que a Sra. McGillicuddy viajava diminui a velocidade e outro trem acelera, de sua janela ela acaba presenciando um homem estrangulando uma mulher. Como uma boa cidadã, a Sra. McGillicuddy informa a policia acerca do que viu, contudo ninguém acredita, pois nenhum corpo foi encontrado. Não obstante, Miss Marple, obstinada, acredita piamente na amiga Elspeth e decide procurar o corpo com a ajuda de Lucy Eyelesharrow.

De fato Lucy consegue encontrar o corpo de uma mulher em um sarcófago na casa da família Crackenthorpe, em Rutherford Hall. A família Crackenthorpe é uma família rica e como todos os ricos têm suas excentricidades. O Sr. Crackenthorpe, um velho ranzinza e avarento, e seus filhos: Emma, Alfred, Cedric e Harold, apresentam personalidades muito peculiares. De inicio o inspetor Bacon não desconfia que a família tenha algo haver com a morte da mulher desconhecida, mas por se tratar possivelmente de uma estrangeira a Scotland Yard entra em cena com o inspetor Dermot Craddock que, por sinal, é amigo de Miss Marple.

Pistas reais e falsas, omissões em depoimentos, fatos estranhos, investigações abrangendo várias hipóteses são lançadas no livro e o leitor é guiado por um intrincado e misterioso labirinto de pistas. O que de início pareceu uma morte desvinculada da família Crackenthorpe, toma contornos familiares, principalmente quando percebemos a ganancia e o desejo dos filhos de que o velho Sr. Crackenthorpe morresse para que pudessem se apropriar da herança. E como a própria Miss Marple afirma que uma morte sempre tende a gerar outras, outras mortes surgem dentro da própria família o que torna o quebra-cabeça, para descobrir o assassino, mais intrincado e emocionante.

Novamente A. Christie desenvolve personagens complexos, e trilha diversos caminhos para a investigação, não perde o foco e faz com que o leitor, instigado, dê um de detetive e tente, desesperadamente, descobrir o assassino. A linguagem e a esperteza de Agatha Christie conseguem envolver o leitor do começo ao fim do livro.

Ninguém sabe matar tão bem seus personagens como Agatha Christie e ninguém sabe encontrar um sentido para a morte de forma tão plausível como ela. O livro é envolvente e encantador, acredito que nem todos os leitores conseguem descobrir o assassino, mas em momento algum Miss Marple deixa a desejar, principalmente para aqueles leitores que são fãs de Poirot, não há frustração, apesar de que com Poirot a investigação se torna mais emocionante, pois ele vai atrás das provas, já Miss Marple segue outra linha investigativa.

Testemunha Ocular do Crime, é super indicado para todos que apreciam um romance policial, para os fãs da Dama do Crime, para quem gosta de bancar o detetive e para todos que gostam da personagem Miss Marple. Boa Leitura!

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