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07/03/2023

Review: O Cavalo Amarelo - Agatha Christie

O Cavalo Amarelo O Cavalo Amarelo by Agatha Christie
My rating: 0 of 5 stars



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Boa Tarde Caríssimos Leitoras e Leitores!!

O Cavalo Amarelo é uma das releituras mais esperadas por mim: primeiro que até parei a Série Poirot para não "lembrar" o que já tinha lido e segundo, porque é de longe o meu livro favorito de AC.

Acredito que ao ler na adolescência e estar na época, bem interessada em esoterismo, me "amarrei" na trama eo Luiz Santiago coloca em "panos limpos" nessa resenha a história, mas, se eu fosse o leitor não leria a resenha antes de ler o LIVRO!

“Só existem duas coisas que as pessoas querem desesperadamente, a ponto de correrem o risco de serem condenadas. A poção do amor e o cálice de veneno.” (CHRISTIE)

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O CAVALO AMARELO - AGATHA CHRISTIE
Resenha de Luiz Santiago 
https://www.planocritico.com/critica-o-cavalo-amarelo-de-agatha-christie/

Lançado em novembro de 1961, O Cavalo Amarelo é diferente de tudo o que Agatha Christie havia escrito e que escreveria pela frente. Nele, temos no centro das atenções um drama conceitualmente inspirado nos romances macabros e sobrenaturais de Dennis Wheatley, que tinha grande prestígio no Reino Unido. O título da obra — que também é o nome de uma antiga e misteriosa propriedade na vila de Much Deeping, onde grande parte da trama se passa — é uma referência ao Livro do Apocalipse, que em seu sexto capítulo nos traz a seguinte descrição: “ E olhou, e é um cavalo amarelo, eo que estava assentado sobre ele tinha por nome Morte; eo inferno o seguia; e foi-lhes dado poder para matar a quarta parte da terra, com espada, e com fome, e com peste, e com as feras da terra”. É, portanto,

O interessante desse livro é que o seu caráter místico não é apenas uma sugestão espirituosa, citada no início e rapidamente atrasada em detrimento de uma explicação lógica, científica, palpável. O que de fato acontece é que o sobrenatural segue como assunto principal e principal desencadeador das mortes que ganhou a investigação, e o leitor não sabe o que fazer diante dessas informações porque lidar com esse tipo de abordagem num livro de Agatha Christie é difícil, visto que a autora sabe esconder muito bem os seus segredos e suspeitos, fazendo-nos primeiro entrar por um tipo de jornada que, pelo menos no aspecto de “coisas misteriosas no meio de um lugar isolado, mas civilizado“, me fez lembrar de O Homem de Palha, embora não haja uma grande iconografia compartilhada pelo restante da população,

Há uma breve participação de Ariadne Oliver no romance, dando um sabor diferente à trama, porque acrescenta, mesmo em sua pequena participação, o olhar cômico, desajeitado e argumento de uma escritora de romances presidiários, ajudando a dar o clique definitivo para Mark Easterbrook, que é quem assume a investigação dos crimes no livro após uma série de situações que acabam chegando até ele: o assassinado de um padre, uma lista de pessoas que adoecem ou morrem misteriosamente, mulheres com poderes paranormais e a ideia de “desejo de morte” que logo é plantada na cabeça do personagem (também um escritor, mas acadêmico: um historiador que está pesquisando sobre o Império Mogul) quando faz uma visita à misteriosa casa de Much Deeping. Como os crimes começam separados do investigador e só depois vão sendo acoplados à sua linha dramática,

Na reta final do livro, a autora vai descortinando de maneira excelente todos os mistérios, fazendo as devidas influências para as mortes e principalmente nos surpreendendo pela revelação da identidade do assassino, da mesma forma que amarra as muitas pontas deixadas pelos capítulos afora, dando um fechamento completo e forçado à história. Tirando dois pequenos momentos no resultado que diminuíram um pouco a minha nota final (a saber: o favor exigido por Mr. Venables à polícia e desconfortável e reticente cena final, entre Mark e Ginger), O Cavalo Amarelo é uma obra curta, de leitura muito prazerosa e que mexe com situações ainda mais difíceis de se nomear e descobrir antes que a autora faça a revelação definitiva. Uma fantasia fantástica com o sobrenatural, mas sem perder a essência da Rainha do Crime.



06/03/2023

Review: Double Sin and Other Stories (Pecado Duplo) - Agatha Christie

Double Sin and Other Stories Double Sin and Other Stories by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars



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Boa semana queridos e queridas leitoras!

Para falar sobre esse livro (cujo título ainda não foi publicado no Brasil), fiz um apanhado na internet e usei os  rewiews de outros países.

Aproveitei e, pacientemente, criei meu "próprio volume", selecionando os contos e criando o "Pecado Duplo", ficou bem legal.

Por que fiz isso? Pois, tirando o conto Santuário, já tinha lido os outros que estão espalhados em 3 outras seleções de contos da Agatha Christie publicados no Brasil.

O outro motivo, é que "ouço" no Edge, como expliquei no POST sobre livros de Domínio Público

Você pode ver como ficou o livro "Pecado duplo" e saberá aqui no post em quais livros foram publicados aqui no Brasil.

Double Sin 1961Pecado duplo    dez/22
Agatha Chistie
A - Os primeiros casos de Poirot
B - A aventura do pudim de Natal
C - Os Últimos Casos de Miss Marple
D - Três Ratos Cegos - Cão da Morte (Contos do Além)
A última sessão ( a última sessão )


Em algum lugar na Internet foi dito:
Essa coleção foi divertida, mas ao mesmo tempo confusa porque eu já tinha lido pelo menos duas das histórias e possivelmente mais cinco ou seis delas. Isso é um problema quando há apenas oito histórias lá dentro, mas pelo menos são boas histórias, e é por isso que me lembrei delas em primeiro lugar.

É porque eu tenho todos os livros de Agatha Christie já publicados, e há alguns cruzamentos entre os livros que foram publicados no Reino Unido e nos EUA . Fiquei confuso , porém, porque algumas das histórias também tinham nomes diferentes, mas então comparei este livro com alguns outros que possuo e vi que, embora os nomes fossem diferentes, os parágrafos de abertura eram os mesmos.

Ainda assim, gostei de lê-lo e recomendaria isso a outros fãs de Agatha Christie. Também é legal porque inclui histórias sobre Hercule Poirot e Miss Marple , o que lhe dá uma pequena dose saudável de ambos. Em suma, há muito o que gostar aqui e não muito o que não gostar.
http://www.danecobain.com/

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Segue outra impressão, também dita em algum lugar da Internet:

'Double Sin' (1961) coloca Poirot em clima de Natal

https://reviewsfrommycouch.com
“Double Sin and Other Stories” (1961) reúne oito histórias de Agatha Christie publicadas em revistas de 1925 a 1960. Com quatro contos de Poirot e dois de Miss Marple, o volume mostra principalmente Christie estabelecendo suas fórmulas e seus estilos de detetive.

No entanto, “The Dressmaker's Doll” é uma história divertidamente selvagem. Para saber o que penso sobre isso no “The Last Séance”, veja minha análise da coleção “Last Séance” publicada em 2019 .
No tradicional roubo de joias inglês é onde quero falar principalmente para “A Aventura do Pudim de Natal” (também conhecido como “O Roubo do Rubi Real”, 1960). Como Poirot, eu queria provar o tradicional Natal inglês.

“Pecado duplo e outras histórias” (1961)

Autora: Agatha Christie

Gênero: Contos de mistério

Série: Hercule Poirot nº 38

Cenário: Inglaterra, 1925-60

É a história mais longa do livro com 52 páginas, misturando um roubo e uma grande mansão com descrições de visco, neve, missa da meia-noite e refeições saudáveis. O estômago de Poirot aprova e ele elogia o pessoal da cozinha.

Poirot chega lá por meio de um convite do amigo do amigo ou algo assim; não importa, a família fica apenas felizes por ele estar lá. Christie diz sobre a geração mais jovem que é melhor deixá-los fazer suas próprias coisas, em vez de tentar controlá-los. As estações mudam de várias maneiras em “Pudim de Natal”, mas são as tradições que brilham.

Poirot esperto demais?

A coleção começa com outra história de Poirot, “Double Sin” (1929), um raro mistério de Christie que não tem um sentido lógico. Um negociante de antiguidades planeja um roubo de suas mercadorias para ser pago duas vezes por elas, mas a história nunca explica por que o comprador está disposto a pagar duas vezes. Poderia fazer sentido se o golpista estivesse atrás do dinheiro do seguro.

“Wasps' Nest” (1929) é um pouco melhor. Poirot visita um amigo e deduz algo bastante extremo na psique do homem que resolve o caso e ajuda o amigo. Está cheio de coincidências convenientes, mas Christie tenta uma peça de personagem.

“The Double Clue” (1925) é semelhante a “Double Sin” em que Poirot usa a lógica que se encaixa com o que realmente aconteceu - mas apenas porque Christie escreve dessa maneira. Uma cena de roubo inclui duas pistas, ambas apontando para a mesma pessoa.

Poirot deduz que o suspeito não é culpado, mas também não foi incriminado com as duas pistas - nenhum incriminador deixaria duas pistasPortanto, um objeto é a pista de e um outro objeto foi genuinamente deixado para trás. Mas vamos lá, um conspirador pode ter deixado duas pistas, e um ladrão pode ter deixado duas pistas. Poirot deve ser mostrado para adivinhar errado de vez em quando.

Detetive de poltrona

“Greenshaw's Folly” (1959) é um mistério de mansão sólida que começa com um rosto familiar: Raymond West, sobrinho de Miss Marple. Aqui aprendemos mais detalhes de sua carreira autoral. Ele recebe seis pedidos de autógrafos diariamente pelo correio, mas isso só o torna um sucesso de nível médio. E romances policiais não são o seu forte.

A prima de West está em cena na extensa mansão titular, então Marple entra para resolver o caso de sua cadeira na sala de estar. É um mistério decente baseado em falsificação, mas não temos descrição suficiente da casa titular. É apenas grande e ventilado, mas isso tornaria todas as casas de sua época uma “loucura”. Eu queria peculiaridades arquitetônicas.

“Sanctuary” (1954) encerra o livro de forma respeitosa, novamente com a estrutura de “Folly's”. Um amigo de Marple passa por um caso estranho, então Marple o resolve de sua poltrona. Você não pode errar com um moribundo sufocando misteriosas palavras finais nos degraus da igreja.

Christie fornece um pouco da história: as igrejas já foram santuários sob a lei inglesa - nem mesmo a polícia poderia prender um suspeito em uma igreja, se ele pedisse refúgio lá. Embora a lei tenha mudado, a tradição permanece na época da história.

E ei, as igrejas se encaixam no Natal. Então venha para o “Pudim de Natal”, mas fique para todo o banquete de “Pecado Duplo e Outras Histórias”.

De 'Pecado Duplo e Outras Histórias' (1961)

“The Last Seance” (1926) é uma história bizarramente direta – e violenta – de uma médium realizando uma última sessão antes de desistir da prática porque é fisicamente exaustiva. Já que não há reviravolta no final, acho que a própria ideia de alguém que serve como um elo para o além foi chocante o suficiente em 1926. Essa história é notável por ser inequivocamente sobrenatural - um ponto raro para os Murders por aí.

“A Boneca da Costureira” (1958) é a única história de terror que Christie escreveu na segunda metade do século, e é minha obra favorita de seu gênero. Está firmemente alinhado com filmes de bonecas assustadoras como "Annabelle" e "The Boy".

O autor explica por que as bonecas podem mudar rapidamente de divertidas para assustadoras. As mulheres em uma sala de costureiras (modista) deixam a boneca ocupar um quarto para que não tenham que lidar com suas travessuras (que envolvem simplesmente mudar de um lugar para outro). O final da reviravolta baseada na moral é brilhante e não foi repetido nos filmes recentes de bonecas assustadoras.

******************Resumos**************************

https://www.cin.ufpe.br/~pmgj/agatha/pudim.html
“Pecado duplo e outras histórias” (1961) - não publicado no Brasil em um livro, mas sim em outros títulos relacionado no início do post.

Pecado duplo ( operação dupla )
O Duplo Delito

Durante uma viagem que Poirot e Hastings fazem juntos, eles conhecem uma jovem chamada Mary Durrant que iria vender miniaturas valiosas. No meio da viagem as miniaturas são roubadas e Poirot tenta descobrir quem as roubou e como foram furtadas.


Ninho de Vespa ( a Abelha )
A Casa de Maribondos

Neste caso, Hercule Poirot vai a casa de John Harrison para tentar evitar um assassinato em que a própria vítima não sabe que está correndo perigo. Atuando de forma discreta, Poirot consegue evitar que uma tragédia aconteça.


O Roubo do Rubi Real ( pudim de Natal )
A Aventura do Pudim de Natal

Para tentar resolver o caso do roubo de um rubi, Poirot é convidado a passar o Natal em uma casa que celebra a festa da forma tradicional inglesa. No dia de Natal ele recebe um bilhete avisando a não comer o pudim de passas. Analisando o comportamento das pessoas da casa Poirot tenta descobrir onde está o rubi desaparecido e quem o roubou.


A boneca da costureira ( a costureira de bonecas )
A boneca da modista

Ninguém que havia visitado a modista Alicia Coombe antes havia reparado em uma boneca que descansava em uma grande poltrona de veludo. A boneca parecia ter feições próprias de um ser humano, e mesmo quem não acreditava em possessão de objetos inanimados poderia negar que ela tinha expressões humanas. Com o passar do tempo as ajudantes da modista começaram a perceber que a boneca mudava de lugar sozinha. Eles a colocavam em um determinado local e algumas horas depois ela estava em outro. E estava sempre sentada, demonstrando que estava se sentindo à vontade. O caso não possui nada relacionado à investigação, mas deixa o leitor um pouco apreensivo com o teor “macabro” da história.


Loucura de Greenshaw ( o policial diz as horas )
A extravagância de Greenshaw

Greenshaw foi um homem que conseguiu juntar uma grande fortuna e construiu uma enorme mansão. Porém, ele havia investido tudo na casa e não deixou mais nada de herança para seus parentes. Sua única herdeira foi uma neta, que, depois da morte dele, passou a morar na mansão com uma governanta e um jardineiro. A sobrinha de Miss Marple tem a oportunidade então de produzir um livro sobre o velho Greenshaw e usar a documentação da casa para suas pesquisas, mas um assassinato acontece diante de seus olhos, e o que ela vê pode ser algo totalmente diferente do que parece. É graças a Miss Marple que a verdade é revelada e quem está por trás do crime.

A pista dupla ( o índice duplo )
O Duplo Indício

Ao final de uma reunião informal em sua casa, Mr Marcus Hardman percebe que as joias que estavam dentro de seu cofre foram roubadas. Como ele desconfia de um de seus amigos, vai ao encontro de Hercule Poirot e entrega o caso em suas mãos.

A última sessão ( a última sessão )
A Última Sessão

Na última sessão de uma médium, ela tem que receber o espírito de uma menina, para sua mãe ficar mais tranquila. Mas algo estranho acontece e a médium sofre graves consequências.

Santuário ( Asilo )
Santuário

Um homem chega ferido em uma igreja e Bunch, a esposa do vigário, presencia o fato e ouve suas últimas palavras. Bunch pedirá ajuda à sua velha tia que é perita em resolver casos assim. A tia é nada mais nada menos do que Miss Marple, que rapidamente arma um plano para pegar o(a) assassino(a).

É isso... são 8 histórias tão diferentes entre si, mas impressionantes em suas nuances!

Boas leituras!

02/03/2023

Review: A Maldição do Espelho - Agatha Christie

A Maldição do Espelho by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars









Bom dia Caros Leitores e Leitoras!

Lá vou eu novamente dizer: 

Mais um livro fenomenal de Agatha.

Sempre fui fã de Miss Marple e ela não nos decepciona. É interessante as pessoas lerem antes os livros: Um corpo na Biblioteca e O Clube das terças-feiras, pois são citados na trama e é interessante, pois o crime inicial se passa na mesma casa do livro citado.

E sem mais delongas, escolhi a resenha de mais um fã de AC, essa resenha dá a cor exata da história, sem Spoiller e feito com maestria!

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Resenha de Raul Martins

A famosa atriz de cinema Marina Gregg se muda para o vilarejo de Mary Mead. O povo local fica em polvorosa com a ideia de uma celebridade vivendo entre eles. Na festa de recepção da atriz e de seu marido uma morte em circunstâncias misteriosas ocorre, principalmente porque tudo indica que a pessoa que veio a falecer não era o alvo primário de um drink envenenado. Agora uma investigação começa e que acaba revelando muito mais do que se imagina da vida desta celebridade polêmica.

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O interessante de livros onde a personagem Miss Marple está é que na maioria das vezes ela não chega a ser a detetive oficial dos casos, e nem mesmo a protagonista no sentido clássico desta palavra. Justamente por ser uma senhora sem credenciais oficias ela não tem permissão para conduzir uma investigação de forma direta. A graça está justamente em como todos os detetives encarregados de solucionar casos nas redondezas recorrem a inteligência dela como auxílio inestimável. Então em boa parte dos livros não a vemos interrogando os suspeitos, uma  das coisas habituais que vemos os detetives fazendo em historias mais clássicas. É justamente esse o caso de A Maldição do Espelho.

O livro foi publicado nos anos 60 quando a própria escritora estava na casa dos setenta e revela muito de como ela se sentia enquanto uma mulher idosa. Miss Marple parece ser a própria Agatha, uma mulher extremamente inteligente, esperta e com um profundo conhecimento da natureza humana, mas que é constantemente menosprezada por ser idosa, mesmo que já tenha provado uma porção de vezes o quão capaz ela é. Marple é uma personagem importantíssima justamente por isso, pois ela acaba funcionando como reflexo de uma das autoras mais importantes do último século, além de ser um dos raros exemplos de personagens idosos que são verdadeiramente relevantes e ativos nas tramas em que estão inseridos.

O livro demora a engrenar e isso é bastante comum com as tramas que envolvem Marple justamente por sempre se passarem  em um vilarejo pacato da Inglaterra e constantemente retratarem a vida bucólica, tediosa e conservadora que a maioria dos morados possui. Então acabamos caindo em diálogos sobre coisas totalmente desinteressantes vez ou outra. Ao mesmo tempo em que isso nos situa na vibe do local; isso acaba sendo por vezes obstáculos para o que queremos verdadeiramente ler. Passando esse momento inicial caímos num mistério bastante complicado e intrincado, como é a maioria dos casos de Christie. Sempre que você acha que entendeu o caso e como ele se deu, ela acrescenta um novo elemento que coloca em cheque tudo o que você achava que sabia sobre o mistério até então. Ao mesmo tempo ela cria suspeitos tão interessantes e com características tão vivas que acabamos ficando fascinados por eles.

Diferente de Sherlock os detetives de Agatha acabam não sendo tão chamativos e, de modo geral, não exercem aquele magnetismo que faz com que sejam constantemente os protagonistas. Os suspeitos acabam sempre roubando a cena, pois os detetives estão sempre obstinados a entender cada um deles em sua total complexidade e, por consequência, nós leitores acabamos embarcando nesta descoberta. Ler um mistério de Agatha acaba sempre sendo um ato de um bisbilhoteiro. Não queremos só saber quem matou, mas por quê. Queremos saber tudo que for possível destes suspeitos mesmo que não achemos que eles são os culpados. O fascínio pela vida alheia sempre acaba nos fisgando e é o que nós faz virar as páginas sem parar.

O livro tem diversos momentos empolgantes mesmo se baseando quase que totalmente em diálogos. Na verdade ela é a mestre dos diálogos e preenche páginas e mais páginas com eles, construindo quase toda a investigação em cima deles. Um talento raríssimo no mundo da literatura e todos que escrevem almejam escrever conversas tão bem quanto ela. No fim temos uma solução que te faz levantar e bater palmas sozinho. E mais uma vez lembre-se porque ela ganhou a alcunha de Rainha do Crime.

17/01/2023

Review: Uma Dose Mortal - Agatha Christie

 Uma Dose Mortal Uma Dose Mortal by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars



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Boa Tarde e boa semaninha!

Sem muita inspiração para papear, mas escolhi uma ótima resenha de outra fã de AC!

Como estou na fase "quero ser magra" também, para não falar muito do tema por aqui posto no outro BLOG... meu blog light - 👀

Até a próxima leitura, que adianto: Outlander 6 - 1803 páginas - bora que esse desafio ainda nem começou.... 😜
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RESENHA: Uma Dose Mortal

“É como se a morte tivesse escolhido, da forma mais tosca, o homem errado. O grego misterioso, o banqueiro rico, o detetive famoso...como seria natural se um deles tivesse sido baleado.” (CHRISTIE, pag. 31, 2011)

Em uma manhã como qualquer outra, Hercule Poirot enfrenta o seu medo e vai ao dentista. O que o detetive não sabia era que ele seria um dos últimos pacientes a ser atendido pelo Dr.Morley que, poucas horas depois, estaria morto em seu próprio consultório. Aparentemente a causa da morte fora suicídio, mas parece muito difícil de acreditar que ele tenha mesmo feito isso. Mas então, quem teria motivos para matar Morley? Fora ele pego em meio ao atentado de uma figura poderosa ou teria sido vítima de um inimigo pessoal? E ainda, que fim levara uma de suas pacientes que também consultara com ele no dia de sua morte e depois desaparecera? Essas são algumas das perguntas desta trama de Agatha Christie e, se me permitam o trocadilho, em “Uma dose mortal” a autora soube dosar tudo muito bem.

A mocinha cujo namorado não é bem aceito, o viúvo rico e o ex-espião são alguns dos personagens que a autora une nessa trama onde nada é o que parece ser. Eu ainda me impressiono com a habilidade de Agatha Christie de levar o leitor para um caminho durante o livro inteiro e quando chegar lá no final dizer: “Não, não seu bobinho. Não é por aí é por aqui.” E lá vai você para o lado oposto onde tudo faz sentido. Em “Uma Dose Mortal” ela apresenta uma trama bem articulada para fã nenhum botar defeito e reveste de mistérios intrigantes crimes de natureza simples.

Esse foi uma daqueles livros em que eu consegui captar cada uma das pistas que a autora nos deixa. Identifiquei cada coisinha que estava errada e que levaram à solução do caso, mas ainda assim não fui capaz de juntá-las e resolver o enigma. Se você nunca leu Agatha Christie deve estar pensando: “Puxa, que burrinha.”, mas se você já leu, sabe muito bem do que eu estou falando. Não fui eu que fui burra, Agatha é que foi esperta demais. Ela e, claro, o grande Hercule Poirot.

O livro tem ainda a participação do Inspetor Japp da Scotland Yard, um personagem menos conhecido da obra de Agatha, mas que em alguns livros acompanha Poirot. Claro que o inspetor não se compara ao excêntrico detetive, mas é sempre legal ver a interação desses dois personagens.

Agatha Christie era um poço de artimanhas e uma dose da autora nunca é demais. E quanto mais mortal ela for, melhor.



Título: Uma Dose Mortal
Autora: Agatha Christie

11/01/2023

Review: Morte na Praia - Agatha Christie

Morte na Praia Morte na Praia by Agatha Christie
My rating: 5 of 5 stars



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De volta à Agatha Christie e dando continuidade aos desafios: 2023, ler AC e continuar a seguir a ordem cronológica.

Não tenho certeza se já havia lido o livro, mas já tinha assistido ao episódio do seriado. Curioso que ao assistir o seriado fixei melhor o culpado, fica a dica: quem quiser depois de ler os livros, ver o seriado Poirot (ainda não cheguei à Miss Marple) vai ficar encantado com a produção e fidelidade aos livros.

Esse livro é o que eu chamaria de "Clássico da Agatha", pois tem todos os elementos que mostram o POR QUE ela é mestra nos livros policiais.

Algumas vezes flagro alguém querendo criar algo como "quem é quem" que iniciou o Gênero detetivesco, sim, percebo muitas coisas de Conan Doyle na Agatha, mas vamos combinar? ela tornou nossos detetives "comuns".

Mas não vou falar de Sherlock ou Poirot, vou compartilhar uma resenha feita em 2014 em que esse livro foi a primeira opção do leitor.

Gosto de compartilhar "iniciantes", pois eles passam a emoção que senti quando me deparei com o meu primeiro livro da AC (no meu caso foi "Um Gato entre os Pombos", que li em 1980 e reli em 2022 - muito bom ver como observamos o mundo.
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quarta-feira, 11 de junho de 2014
#Resenha de Ygo: "Morte na Praia"
http://ymaia.blogspot.com
* Publicado originalmente em 1940.

# A história

Um lugar paradisíaco é palco de um terrível assassinato. Arlena Stuart, uma bela ex-atriz, é encontrada morta na beira da praia. Próximo dali, o detetive Hercule Poirot estava hospedado em um hotel para aproveitar suas férias, mas teve que abrir mão do descanso para solucionar o crime.

Arlena também era hóspede daquele hotel. Ela costumava acordar tarde para o café da manhã, porém, naquele dia, ela saiu bem cedo. Tudo indicava que iria se encontrar com alguém e não queria ser descoberta.

Quando o detetive deu início às investigações, se deparou com uma extensa lista de suspeitos. Inclusive, ele supôs que as razões que levaram ao homicídio poderiam ter relação direta com a personalidade da vítima.

O marido, o amante, a enteada, algum outro hóspede que conheceu Arlena no passado, ou até uma possível máfia que estivesse rondando o hotel e a eliminou porque estava no lugar errado, na hora errada. Quem teria matado a ex-atriz? Todas as possibilidades eram analisadas com muito cuidado. Os álibis eram muito convincentes. Além disso, uma série de pistas falsas é colocada no caminho de Hercule Poirot.

# Opinião

“Morte na Praia” foi o primeiro livro da Agatha Christie que eu li. Simpatizei logo de cara com a sua narrativa e com o detetive Hercule Poirot. Foi com essa leitura que eu me tornei fã do gênero policial e compreendi o que fez da autora uma “Rainha do Crime”.

Desde as primeiras páginas, o terreno é preparado para nos familiarizarmos com os personagens. Agatha apresenta sucintamente as características de cada um deles e, a partir das pistas que ela vai dando, é possível formular teorias – que não são poucas – sobre o assassinato de Arlena Stuart.

Com um lugar paradisíaco, um crime intrigante e vários suspeitos, eu me vi completamente envolvido com a história. É um livro para ser lido com muita atenção, pois todos os detalhes são importantes para a resolução do mistério. Quando Poirot revelou como ocorreu o assassinato, fiquei bastante surpreso. Foi tudo muito bem planejado.

Quando terminei de ler esse livro, eu fiz a releitura de algumas páginas e percebi o quanto fui desatento em trechos essenciais para descobrir a identidade do assassino. Apesar de ter sido “enganado” pela autora (fato que posteriormente vi como algo normal quando se trata de Agatha Christie), eu adorei o livro e recomendo.





15/12/2022

Review: O Cadáver atrás do Biombo e Um Furo Jornalístico - Agatha Christie

O Cadáver atrás do Biombo O Cadáver atrás do Biombo by The Detection Club
My rating: 5 of 5 stars



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Não sei se tenho problema em ler livros feito em conjunto com a Agatha, confesso que coloco 5* em homenagem ao trabalho de criar, mas achei os textos bem cansativos. 

Ainda bem que uso resenhas de outras pessoas para equilibrar opiniões.
Segue resenha do blog: https://www.voandocomlivros.com

O Cadáver Atrás do Biombo e Um Furo Jornalístico - resenha

"O Cadáver Atrás do Biombo"

Autores- Hugh Walpole, Agatha Christie, Dorothy L. Sayers, Anthony Berkeley, E. C. Bentley e Ronald Knox.

Gênero - Romance Policial

Classificação - 4,5⭐

Sinopse - "A vida de Wilfred Hope, estudante de medicina, é tudo o que sempre sonhou. Tem pela frente uma carreira promissora e está noivo da encantadora Amy Ellis. Mas a partir do momento em que o sombrio Paul Dudden aluga um quarto na casa dos Ellis, a vida da família desmorona. Todos vivem sempre nervosos e apreensivos, como se temessem o misterioso hóspede. Um dia, quando visita a namorada, Wilfred descobre, atrás de um biombo na sala de estar onde todos se encontravam, o corpo ensanguentado de Dudden."

"A morte tem várias portas para roubar a vida, como disse o poeta. Não tão largas como as de uma igreja mas o bastante para serem utilizadas."

Após admitir, como um pensionista, um senhor chamado Paul Dudden, a família Ellis passou a viver preocupada, aflita e, até mesmo, aterrorizada. Quem mais sentiu essa mudança foi o estudante de medicina, Wilfred Hope, noivo da encantadora Amy Ellis. Mas uma trágica reviravolta ameaça tirar a paz de todos, quando o corpo ensanguentado de Dudden é descoberto atrás do biombo.

Esse primeiro livro foi escrito por 6 autores diferentes. Todos eram membros do Detection Club (um clube só de autores de histórias policiais). Escreveram esse enredo para a televisão, e somente depois foi publicado em forma de livro. 

A elaboração da trama aconteceu como uma espécie de jogo. Hugh Walpole escreveu o primeiro capítulo sem conversar com os demais autores. Agatha Christie e Dorothy L. Sayers fizeram suas criações da mesma forma, partindo do ponto onde o predecessor deixara. Os últimos três autores - Anthony Berkeley, E. C. Bentley e Ronald Knox- se reuniram para resolver o mistério e engendrar uma solução para o desfecho.

O capítulo escrito pela Agatha Christie estabelece uma conexão com o restante da história. Ela consegue, com muita habilidade, armar as tramas a serem solucionadas.

Outro capítulo que ganhou destaque e me chamou atenção foi o primeiro, do Hugh Walpole. Ficou misterioso e eu amei a escrita com o ar um pouco poético.

"Um Furo Jornalístico"

Autores- Dorothy L. Sayers, Agatha Christie, Clemence Dane, E. C. Bentley, Anthony Berkeley,  e Freeman Wills Crofts.

Gênero - Romance Policial

Classificação - 4,5⭐

Sinopse - "Como seu título indica, tem o desenrolar de seu enredo na redação de um matutino e gira em torno da morte de um repórter que estava investigando para seu jornal um misterioso crime cometido num isolado bangalô em Sussex."

Diferente de "O Cadáver Atrás do Biombo", "Um Furo Jornalístico" foi um trabalho em grupo dos autores. Primeiro criaram um esboço e depois, quando iniciada a fase de redação, Sayers assumiu a cordenação.

A história ficou robusta, com vários personagens e cheia de tramas. Confesso que não tentei descobrir quem era o assassino, e acredito que se tivesse tentado eu erraria feio mais uma vez haha...

A variedade, o estilo e as características dos autores, imprimem uma profundidade diferente ao enredo, deixando a história bem interessante.

Eu adorei essa leitura. Apesar de terem estilos bem diferentes, os dois livros me agradaram. Fiquei bem entretida tentando observar as diferenças de narração de um escritor para outro. Além da Agatha, eu fiquei encantada com o Walpole, gostei da técnica ousada da Sayers e dos levantamentos psicológicos de Clemence Dane.


13/12/2022

Review: Cipreste Triste - - Agatha Christie

Cipreste Triste Cipreste Triste by Agatha Christie
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Olá bons e amados leitores!
Uma releitura de menos de 1 ano, consegui lembrar quem era o culpado e adorei a experiência, pois se presta atenção às pistas!

AGATHA CHRISTIE NA AMAZON: LIVROS


Encontrei uma resenha com todas as nuances e impressões semelhantes às minhas, então segue:

Resenha de Lucas - blogueiro em https://leitordossonhos.com/

Olá, Sonhadores! Tem alguém na sua vida que você colocaria sua mão no fogo por ela? Que se surgir alguma acusação contra essa pessoa, com tudo corroborando para sua culpa, você ainda acreditaria na inocência dela? Bem, em Cipreste Triste da grande rainha do crime, Agatha Christie, temos um caso desses. Antes de começar um disclaimer: não há spoilers nessa resenha, tudo o que eu falei está logo nas primeiras páginas do livro!

“- Ah, minha cara Elinor, a mente humana é um mecanismo muito curioso. A sra. Welman pode ter pensado que gostaria de morrer; no entanto, concomitantemente a esse sentimento, havia a esperança de que fosse se recuperar por completo. E por causa desse esperança, acho, sentia que fazer o testamento traria azar. Não era questão de não haver intenção de fazer um, mas de que estava eternamente adiando a decisão.”

Sobre a História

O livro começa nos apresentando Elinor Carlisle e Roddy Welman, dois primos que recebem uma carta anônima dizendo que alguém estava tentando manipular a velha tia Laura, uma riquíssima senhora que estava próxima da morte depois de ter sofrido um derrame, a fazer um testamento deixando toda a sua fortuna para essa pessoa. Juridicamente, a herança deveria ir para Elinor e Roddy que eram seus únicos parentes próximos, mas essa ameaça os fizeram ir até a mansão da tia para averiguar a situação.

Os primos não sabiam quem enviara a carta, mas já tinham uma suspeita sobre a quem ela se referia: Mary Gerrard. Ela era uma jovem, filha do caseiro que trabalhava na mansão e que cresceu junto com Elinor e Roddy. Os amigos já não eram mais próximos como na infância, mas sabiam que Mary, que continuara morando por lá, era muito afeiçoada a tia Laura de forma recíproca. Era bem possível que tia Laura deixasse algum dinheiro para a garota, afinal ela se dedicava muito a cuidar da mulher enferma. Mas manipula-la para ficar com tudo… era um absurdo!

Infelizmente, durante a visita de Elinor e Roddy, a tia Laura morre e é descoberto que, afinal, ela não havia feito testamento nenhum e a fortuna, portanto, ia integralmente para Elinor. E é aqui que começa uma grande emaranhado de tramas: Roddy fica um pouco indignado de não receber nada da herança, mas como ele pretendia se casar com Elinor (que sempre fora apaixonada por ele) ia acabar ficando com a fortuna de qualquer forma. Porém, seu desejo pelo dinheiro foi ofuscado por sua paixão repentina por Mary Gerrard. Assim que ele a reencontrou depois de tantos anos, desistiu do casamento com a prima para tentar conquistar Mary. Porém, seus planos são interrompidos quando a menina é encontrada morta envenenada. Apesar de rica, a vida de Elinor vira de cabeça pra baixo depois de ter seu coração partido por Roddy, pois agora ela é a principal suspeita do assassinato de Mary & da tia Laura.

A única pessoa em defesa de Elinor é o médico que cuidava de tia Laura, Peter Lord. O jovem médico se apaixonou pela mulher e não acreditava, nem por um momento, que ela fosse uma assassina. Peter, então, procura a ajuda da única pessoa no mundo que poderia salva-la dessa acusação: Hercule Poirot!

Minhas Considerações

Eu adoro dar uma atenção a trama nas resenhas dos livros da Agatha, pois elas são sempre muito mirabolantes e atraem nossa curiosidade que adora um fuxico edificante sobre a vida de gente rica passando por problemas. Mas vamos falar um pouco sobre minhas impressões com essa releitura. Antes de qualquer coisa, como eu disse, foi uma releitura, eu já havia lido esse livro anos atrás, lembrava que tinha gostado bastante, mas não lembrava absolutamente nada da história! Inclusive falhei miseravelmente (de novo!) tentando descobrir quem era o(a) assassino(a).

Para quem nunca leu Agatha Christie, eu diria que esse livro é uma boa opção para começar. Ele contém todos os elementos característicos da autora; nos introduz seu detetive mais famoso, Hercule Poirot; tem uma trama complexa o suficiente pra não óbvia e ao mesmo tempo não é impossível de se descobrir a verdade; e não tem tantos personagens a ponto de fazer o leitor se perder. Inclusive, isso é uma das coisas que mais tenho ouvido as pessoas colocarem como “defeito” nos livros da Agatha. Sendo um romance policial, que precisa ter tramas para dificultar a investigação do leitor e adicionar possibilidades de suspeito, é justo que esse tipo de livro tenha uma quantidade maior de personagens. E olha que nem acho que são tantos assim. Me parece mais falta de costume de pessoas que, por algum motivo, acabam lendo mais livros que tem uma quantidade pequena de personagens. Especialmente considerando o fato de que a Agatha usa e abusa de estereótipos em seus personagens, de forma que fica muito fácil identificar eles através disso. Já vi livros com muito menos personagens, mas que têm personalidades tão parecidas que acabam se confundindo muito mais.

Uma coisa que não entendi nesse livro é o título. Não tem referência nenhuma na história. A ilustração de rosas na capa dessa minha edição faz até mais sentido, pois uma roseira é mencionada num momento. Porém nada de ciprestes, muito menos tristes. Eu até fui ver se o título original fazia mais sentido, mas é o mesmo. Então não sei se “cipreste triste” é alguma expressão com significado cultural. Se você souber me conte, por favor!

ADENDO de outra resenha https://literaturapolicial.com/: “Cipreste Triste” faz parte da lista. Escrito em 1940, seu título foi escolhido de um trecho da comédia “Noite de Reis” de Shakespeare:

Vamos rápido, morte, se apresse!
Deito em tábuas tristes de cipreste.
Vai-te embora, sopro de vida meu!
Matou-me uma donzela linda e cruel.
Mortalha branca em muito teixo,
Já deixem tudo feito.
Não houve um outro mais fiel que eu:
Chegou aqui e morreu.

Enfim, como todos os outros livros da autora, é uma leitura que vale super a pena!

“Não sobrevivemos porque nossa razão decide viver. Aquele que, como costumamos achar, ‘estariam melhor mortos’, não querem morrer! E as pessoas que aparentemente têm todos os motivos para viver vão se deixando extinguir porque não têm energia para lutar”

Cipreste Triste
Agatha Christie


Sinopse: A dona de uma mansão no interior da Inglaterra morre durante o sono, depois de padecer de uma longa doença. Enquanto a família ainda se recupera do golpe, uma jovem aparece morta nas redondezas. Quando a bela Elinor é incriminada mediante provas aparentemente irrefutáveis, Hercule Poirot é a única pessoa que pode provar sua inocência. Para chegar à verdade dos fatos, ele terá de travar um embate sem igual na justiça inglesa. Este é o primeiro romance de tribunal protagonizado pelo mais famoso personagem da Rainha do crime.
Publicado em 1940, Cipreste triste foi escrito em plena Segunda Guerra Mundial, um período de intensa produção na carreira de Agatha Christie, que se tornaria um dos nomes mais célebres do século XX em matéria de histórias de tribunal imortalizadas no cinema.

09/12/2022

Review: A Mansão Hollow - Agatha Christie

A Mansão Hollow A Mansão Hollow by Agatha Christie
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Caros leitores!

Um dos melhores livros de Agatha Christie (tá, eu sempre digo isso de um ou outro), mas esse é intrincado, é fácil de descobrir o culpado e é UM LIVRO DE DETETIVE clássico dos clássicos.

Esse livro é uma releitura e consegui lembrar quem era o culpado, diferente da resenha que anexei.

A Lucy é meio cansativa, mas no final, ela faz parte de todo a história e faz o enredo se fechar... mesmo queimando várias chaleiras...

Segue uma resenha super bem feita e sugiro irem ao site, pois a leitora coloca imagens lindas em cada citação!!

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A Mansão Hollow, Agatha Christie
Resenha da Mila

Quem foi que disse que a verdadeira tragédia da vida é a pessoa conseguir tudo que deseja?

Em A Mansão Hollow somos apresentados a Lucy e Henry Angkatell, proprietários da Mansão Hollow, que estão se preparando para receber familiares e amigos no final de semana, algo que já ficamos sabendo ser bastante normal.

Porém, nesse final de semana específico, Lucy fala com sua prima Midge Hardcastle dizendo estar preocupada com as pessoas que estarão presentes na casa, porque vai ter o acréscimo de mais pessoas e são as "pessoas erradas", fala também que convidou "o homem do crime", Hercule Poirot, que mora em um chalé próximo a Mansão Hollow.

Então quando todos estão reunidos: Lucy e Henry Angkatell, Midge Hardcastle, Gerda e John Christow, Henrietta Savernake, Edward Angkatell e David Angkayell, percebemos que Agatha Christie começa a construir uma atmosfera mais carregada, tensa e pesada entre os convidados na Mansão Hollow e os contornos de uma tragédia começa a se delinear.

O fatídico crime acontece e uma parte bem intrigante é que Hercule Poirot - que vai para o almoço, no domingo - chega bem no momento em que o fato acabou de acontecer e a vítima está dando seu suspiro final. Poirot achou toda a cena dramática e como se tivesse sido ensaiada, de modo que o próprio "homem do crime" demora a acreditar que a cena é real, pois acredita estar sendo vítima de uma peça.

Hercule Poirot surgiu na clareira da piscina e, imediatamente, também ele se tornou um pouco rígido, mas por aborrecimento. Aquilo era demais, realmente, era demais! Jamais suspeitara do mau gosto dos Angkatell. O longo percurso pela estrada, o desapontamento ao chegar e agora isto! O senso de humor fora de hora dos ingleses!

Eis que a polícia é chamada e uma série de investigações passam a acontecer para tentar desvendar quem foi o autor do crime, qual foi o propósito e como de fato ocorreu, já que a cena inicial pode levantar a algumas dúvidas.

Agatha Christie foi sensacional em A Mansão Hollow por diversos motivos. Primeiro, temos uma narrativa bastante diferente da que encontramos em outros livros que Hercule Poirot aparece. Segundo, temos um desenlace pouco convencional também. Terceiro, temos um dramalhão de família cujo pacto familiar fala bem mais alto que a verdade. Vou explicar!

A questão da narrativa é que temos uma introdução realmente muito grande, assim, Agatha demora a introduzir Poirot no livro, de modo que o leitor realmente esquece que o detetive irá fazer parte da narrativa. De fato ele é um personagem dispensável e quando aparece é possível perceber o quando Poirot está deslocado e é estranho para o desenvolvimento da história. Fiquei com a impressão de que A Mansão Hollow poderia ter acontecido realmente sem a participação de Poirot, até porque não tem um papel preponderante para o descobrimento do crime. Inclusive vi em algum lugar que a própria Agatha Christie se arrependeu de ter colocado Poirot nessa história. Interessante, não é mesmo?

Sobre o desenlace do crime, tem a ver com a participação de Poirot. Quando falamos de um livro de Poirot esperamos ver aquele final tradicional, quando o detetive faz uma reunião e conta sua descoberta de quem é o assassino, mas aqui temos algo completamente diferente e ao mesmo tempo bem coerente e aceitável.

Pois reconfortante e agradável era o segredo de sua superioridade. Com alguma frequência, começou a se divertir um pouco. Sim, era divertido saber mais do que as pessoas pensavam que você sabia. Ser capaz de fazer uma coisa, mas não deixar que ninguém percebesse isso. E ainda tinha a vantagem, subitamente descoberta, de as pessoas geralmente fazerem as coisas por você.

O terceiro ponto em que achei Agatha Christie genial em A Mansão Hollow foi ter colocado esse pacto silencioso, ou pacto familiar entre todos os que estavam na Mansão Hollow naquele final de semana, algo que faz com que o crime se tornasse mais intrincado e complexo, de modo a dificultar as investigações da polícia. Afinal tudo levava a crer que todos estavam tentando se encobertar, mas quem será que cometeu o crime? Eis a grande questão.

Pra finalizar, preciso confessar que fiquei absolutamente viciada nesse livro, simplesmente não conseguia soltar A Mansão Hollow, porque a trama me envolveu de uma forma indescritível, embora também reconheça que esse livro é pouco convencional de Agatha Christie e, por isso, pode não agradar a todo mundo, sobretudo, porque é bem fácil "matar a charada", no entanto, ainda assim super recomendo. Amei!

_ Sim, eu vi o que aconteceu... mas os olhos, inspetor Granger, não são testemunhas dignas de confiança. Os olhos veem, às vezes, o que se quer que eles vejam.





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